7. O BAILE

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NICOLETTI

Durante o caminho da pensão até a empresa meu celular não parava de vibrar dentro da bolsa

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Durante o caminho da pensão até a empresa meu celular não parava de vibrar dentro da bolsa. Não precisava pegá-lo para ver quem era, pois eu já sabia.

No começo da tarde Pietro começou me ligar desesperadamente dentro de um intervalo de cinco minutos, às vezes menos. Portanto, havia prometido para mim mesma que não deixaria o medo me vencer e ceder para a ligação dele e suas ameaças.

Puxei o celular de dentro da bolsa e verifiquei o identificador de chamada, assim que ele parou de vibrar. Vinte e uma ligação perdida e todas era de Pietro.

Se eu estava com medo? Sim, morrendo. Entretanto, estava decidida a pôr um fim nesse pesadelo.

Cansei de me subjugar para suas ameaças.

Cansei de ser o seu saco de pancadas.

Cansei de escutar Pietro xingar minha mãe e me culpar por coisas que eu sequer tenho culpa.

Para ser sincera, às vezes, me canso até mesmo de viver.

Sentada no banco de trás do carro de Aimee, discretamente abro a bolsinha de mão, de lá tiro minha carteira e puxo do bolsinho o papel amassado e meio amarelado que me foi deixado anos atrás pela minha mãe e o leio.

"Sinto muito. Eu te amo."

Fechei os olhos apertado e respirei fundo. Se meu próprio pai me odeia, pelo menos em minha mãe eu tenho que acreditar que me amava.

— Nicol? Você está bem? —, pergunta Helouise receosa, do banco da frente.

De súbito abro meus olhos encarando ela é Aimee que me observava pelo o espelho retrovisor, forçando um sorriso, balançando a cabeça em sinal de positivo.

— Só estou preocupada com meu vestido — comento, percebendo que elas não sentiram firmeza em minha resposta. — Acho que dei ouvido demais para Aimee sobre aumentar mais o decote. Não quero parecer vulgar.

— Vulgar? —, repeti Aimee, sem deixar de tirar os olhos da rua. — Nicol desse jeito você me ofende, por acaso já viu o meu vestido?

— Ou o meu? —, sobrepôs Helouise.

Fique em silêncio sem saber o que dizer, não era minha intenção ofendê-las.

Aimee usava um vestido longo preto tomara que caia, com uma abertura entre o vão dos seios até o umbigo — que eu mesmo costurei ao pedido dela — e duas fendas ao lado de cada uma das pernas, as costas era totalmente aberta. Helouise usava um vestido longo colado ao corpo vermelho, com uma fenda entre as pernas — também foi eu quem costurou ao seu pedido —, seus peitos praticamente pulavam para fora do decote pra lá de chamativo.

Já eu, como não havia achado um vestido que me agradece naquele dia que fomos ao shopping, comprei tecido e costurei eu mesma um vestido. Ele era longo colado até os joelhos e o resto era solto, de um rosinha bem clarinho, eu ia fazer de alças grossas e sem decote algum, entretanto, Helouise, Aimee e a dona Aloise insistiram que eu fizesse de alcinha fina trançada nas costas e no seios um leve decote em V.

Obsession -  Livro 1 [REVISANDO]Where stories live. Discover now