Temporada 1 - Capítulo 1| "O diário de Maryan Hastings"

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"A morte é estranha, é imprevisível. Mas de uma forma ou de outra, todos nós sentimos a perda. Todos sentimos quando ela se aproxima."

- Joshua "Josh" Evans

Bem-vindo ao meu diário

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Bem-vindo ao meu diário. Não é de fato um diário, mas funciona como um. Só é necessário esquecer as páginas em branco, com decorações cor de rosa e linhas ainda não preenchidas, e focar naquelas em que já há alguma coisa escrita. Estas são as páginas da minha vida.

Meu nome é Maryan Hastings, eu tenho dezesseis anos. E não, essa não é uma história com final feliz. Bem... talvez ela se torne uma se você ignorar os corpos a serem arrastados, as gargantas cortadas e os corações partidos. Vá em frente se quiser fazer isso!

Eu e minha família vivemos na pacata e tranquila cidade de Rainwood, que faz divisa com Gravewood, a cidade vizinha. Nem pense em me perguntar o porquê de tudo aqui terminar ou começar com "Wood". Foi assim desde que nasci.

Rainwood é conhecida como a cidade ensolarada dos sonhos de qualquer pessoa — se essa pessoa não tiver uma boa memória, é claro. É só parar um pouquinho de olhar para as grandes vitrines ou cartazes das grandes marcas e prestar atenção. Vai ver que o que essa cidade esconde não tem nada de bonito ou ensolarado. Mas é hora de seguir. Temos uma história a contar.

Rua Groove, manhã de 25 de outubro de 2018.

Eram sete horas da manhã quando o despertador tocou. A neblina era visível do lado de fora da janela. Uma manhã fria de quarta e eu adorava esse clima, mas isso não a tornava menos entediante do que qualquer outra. Levantei da cama, calcei rapidamente meus sapatos, uma calça jeans qualquer e vesti meu casaco azul, meu preferido.

Faltavam apenas trinta minutos para o início da primeira aula. Ah, como eu odeio aquela escola. Principalmente a srta. Meyers, aquela desgraçada! Mas... eu não posso perder o foco. Arrumei levemente meu cabelo, peguei a mochila e saí do quarto, descendo as escadas. Deixei um vulto quase que inexistente pela cozinha, ao passar correndo até a porta da frente.

— Tchau mãe! Até logo, pai! — gritei, batendo a porta com força.

— Até mais, querida! — ouvi a voz da minha mãe. — Não esqueça que quando voltar, já teremos ido em... — "embora", ela pretendia dizer. Lembro de ter me avisado sobre isso na noite anterior mas eu não fazia ideia sobre o que se tratava essa viagem. Meus pais raramente paravam em casa, na verdade.

— Também te amo, mamãe! — respondi de imediato, antes que ela terminasse.

Hora de ir. A neblina cobria a cidade parcialmente, propagando um ar um tanto misterioso naquela rua. E eu gostava disso pra caramba. Peguei minha bicicleta e iniciei o trajeto até a escola, passando pelas poças de água na rua. Podia ter certeza de que choveu na noite anterior por conta delas. Seguir aquele caminho todas as manhãs de bicicleta me fazia sentir como uma personagem dos filmes vintage da década passada.

Shout, Run, Survive [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now