Temporada 3 - Capítulo 21| "A tempestade" • Parte 1

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"Começo a pensar que você talvez nem mesmo exista."

- C.

Estação ferroviária de Gravewood, 06 de março de 2018

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Estação ferroviária de Gravewood, 06 de março de 2018. Quase 09:00 horas da manhã.

O bilheteiro terminara de verificar todos os passageiros no terceiro vagão quando se virou para a porta de entrada e assustou-se. O trem estava pronto para partir, mas havia uma garota do lado de fora. Parecia apreensiva com seu bilhete de embarque em mãos, provavelmente estava esperando por alguém.

— Senhorita, você não vai subir? Precisamos partir. — perguntou educadamente.

— Eu... eu... — ela ergueu sua cabeça, desperdiçando a atenção que mantinha ao corredor da estação. — Desculpe. O que foi que disse?

— Eu disse que estamos partindo agora. Você vai subir, ou precisa de alguma coisa? — insistiu o homem de uniforme e chapéu.

— Eu não posso. Desci no último trem, mas... não posso ir sozinha. Estou esperando por alguém. — ela sorriu e apresentou o comprovante da viagem.

— É claro! Eu entendo. — o funcionário retribuiu o sorriso e depois puxou uma alavanca que indicava o sinal ao motorista. — Até mais, senhorita Petit. — leu seu sobrenome no bilhete.

Então aquela enorme máquina sustentada por rodas pesadas e oscilantes decidiu partir — quase com atraso. E a moça francesa, com seu vestido cor de rosa beirando o concreto frio da estação, continuava aguardando ansiosamente por alguém. Infelizmente era alguém que nunca chegaria.

— Onde você está, Asher Nollback? — sussurrou preocupada, com suas mãos quase amassando o papel.

Pousada Woodhouse, 03 de janeiro de 2020. Início da madrugada.

O corpo dela se desfez em pedaços quando atingiu um emaranhado de rochas pontudas sobre a areia úmida. Seu vestido se rasgou na queda, o cabelo quase foi separado do corpo e suas mãos e pés congelaram com a água fria e escaldante. Ela morreu.

Ainda na beira daquele buraco escuro e sem fim, Johnny precisou ser amarrado sob os braços do xerife Tom e do seu filho, pra que não cometesse o mesmo que Penny. Ele continuou gritando, se contorcendo, chorando por mais alguns minutos dentro daquela floresta vazia e ninguém poderia impedi-lo de sentir a falta de sua própria irmã.

Um tempo depois aqueles hóspedes retornaram para a pousada — a maioria deles — sem dizer uma palavra sequer. Isso porque não tinham o que falar, o que sentir. Adentraram o salão principal e trancaram a porta, como Frankie pediu. Agora que os barulhos no céu haviam se instalado de vez e a chuva começara a cair sobre a ilha de novo, tinham a certeza de que uma tempestade estava chegando.

Shout, Run, Survive [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora