Shout, Run, Survive [CONCLUÍDO]

Temporada 3 - Capítulo 5| "Festejando na escuridão"

Pousada Woodhouse, 21 de dezembro. Após o anoitecer.

O restante do dia foi de silêncio completo. Sufocante como uma corda sobre o pescoço de cada um. Para alguns dos hóspedes, era como se estivessem presos ainda ao dia anterior. Incansáveis horas no salão principal, esperando por uma resposta do xerife. A diferença era que em vez de uma garota em choque no sofá da sala, havia um cadáver no quarto de cima.

Assim que a equipe de policiais conseguiu retirar Adele de lá, as coisas começaram a voltar ao normal. Não que pudessem, já que o normal não era mais uma opção. Mas cada um decidiu descansar um pouco durante a tarde. Se isolaram em seus quartos como se nada tivesse acontecido. Com exceção de Beatrice, que continuou a sobrepôr o interrogatório de Tom com um discurso fatídico.

— Não pode simplesmente dizer que vai ficar tudo bem. Entende a gravidade disso? — a francesa franziu suas sobrancelhas. — UMA MULHER ESTÁ MORTA!

— Senhorita Petit, eu não vou repetir isso outra vez. As devidas medidas serão executadas o mais rápido possível. Quando soubermos quem fez isso, providências serão tomadas. — o homem levou suas mãos até a cintura.

E a discussão se seguiu por mais alguns minutos. Para Frankie, que observava os dois do corredor, aquelas palavras eram como facas. Não facas, cutelos. Porque ele sabia que "as devidas medidas" não eram suficientes para trazer Adele de volta.

Mas o xerife apostava nisso. E ainda garantiu à ruiva que estavam tentando rastrear de onde veio aquela chamada misteriosa. Além disso, explicou ainda que o "corpo" encontrado por Penélope na floresta não era humano. Era o cadáver de um javali. E isso fez Frankie, que ainda estava no corredor, pensar que talvez, somente talvez, algo fizesse sentido em relação à manhã antecedente à chegada dos hóspedes.

Jesse, a quarta e última pessoa naquele salão e que não foi vista por nenhum dos outros três, também ouvira tudo em primeira mão. Agora com certa relutância em seu pensamento, ela voltou a caminhar através do corredor escuro do primeiro andar. Ao passar pela primeira porta, pôde ouvir a pobre Rose depositando fé em suas orações.

A garota continuou, desta vez sob um silêncio perturbador, até que chegasse ao quarto de Josh. A porta estava aberta e a luz acesa indicava que eles ainda a esperavam. Então Jesse adentrou o lugar de uma vez e trancou a porta em seguida.

— Interessante. Essa é a primeira vez em três dias que tivemos a chance de conversar. Pelo menos... sozinhos. — Melissa se sentou sobre a cama do garoto, cruzando suas pernas.

— Você ouviu mais alguma coisa? — Sam perguntou à Jesse quando a viu entrar.

— Nada demais. Ele disse que estão procurando quem fez isso. E por enquanto... não fazem ideia do que pode ter acontecido. — disse ela.

— E o que a gente faz? Procuramos por mais respostas? — Sam rebateu. — Não sei se mais alguém fora desse quarto está pensando nisso ou se só estão... seguindo.