É sexta feira, o André joga amanhã e no Domingo vamos para a Madeira. Eu quero aproveitar esta ida à ilha para lhe dizer aquilo que sinto por ele. Lá longe de tudo vai ser maia fácil para mim. Tenho tanta sorte em ter o André na minha vida, sempre disposto a ajudar-me, ele tem um coração de ouro e eu gosto muito dele, muito mesmo. Algo interrompe os meus pensamentos, era o carteiro. Era uma carta do tribunal, abri a carta. Depois de ler a carta combinei um café com o André.
-Então pequena? - Disse ele quando chegou. Cumprimentou-me com um beijo na bochecha e um abraço. - Precisas de falar comigo?
-Já recebi a carta do Tribunal. - Disse. - É na segunda...
-Segunda? - Perguntou ele na esperança de ter ouvido mal.
-Sim... Isso quer dizer que - Ele interrompeu-me.
-Já não vamos de férias os dois.
Baixei a cabeça e ele ficou uns minutos calado mas depois agarrou a minha mão, levantou a minha cabeça e olhou-me nós olhos.
-Haveremos de ter mais oportunidades! Eu não vou a lado nenhum! - Disse. - O importante agora é aquele sacana ter o que merece.
Ele fez-me sentir melhor, porque eu fiquei a sentir-me mal quando recebi aquela carta. Tantos dias e tinha de ser logo esta semana que ia com o André. O meu pensamento negativo veio à cabeça, o André vai cansar-se de esperar por mim e com tantas raparigas atrás dele vai trocar-me. Sou uma pessoa insegura neste ramo do amor, tenho motivos para isso. Ele sempre foi muito compreensivo mas tudo tem o seu limite e qualquer dia ele chega ao seu limite e parte para outra.
-Alice! - Chamou-me ele. - Deixaste-me a falar sozinho! Que estas a pensar?
-Nada, desculpa. Estavas a dizer o que?
- Nada de especial, vamos comer um gelado miúda? - Assenti.
Fomos comer um gelado. E depois fomos dar um passeio pelo centro comercial do Alameda, ao lado do estádio do Dragão. Fomos interpelados por diversas pessoas, principalmente raparigas. Tenho de começar a andar um um prato para a baba... Ainda por cima era um que tinha de tirar as fotos, eu a tirar fotos do André com outras raparigas, melhor tarde sempre sem dúvida... Enfim, andamos pelas lojas, comprei umas roupas que estava a precisar mas o André desapareceu enquanto eu estava numa loja e apareceu uns minutos depois com um saco da pandora na mão. Continuamos às compras, acabamos por lanchar por lá, mas não houve sossego. É impossível andar com ele.
Ele deixou-me em casa e foi ter com o Afonso a casa para jantar. Eu sentei-me no sofá com o computador e para tentar reembolsar as férias mas já não deu...
Parece que nada está a nosso favor, sou eu com medo, é o Duarte que apareceu agora, é o tribunal precisamente na semana que íamos os dois para a Madeira. Eu só queria que a minha vida fosse mais fácil, o André tem sido muito compreensivo e paciente mas por quanto mais tempo é que ele vai esperar? Eu preciso que isto do Duarte acabe para puder seguir a minha vida, porque eu não posso viver com medo de andar na rua sozinha, não posso andar sempre a olhar por cima dos ombros com medo de ser seguida. Eu preciso de seguir em frente com a minha vida. E eu quero o André na minha vida, não como amigo mas como namorado. Quero dar-lhe amor e receber, quero ter um futuro com ele e sei que vou ser feliz com ele. Eu sei que sim.
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