10 | André Silva ✔

Trinta e nove

Duas semanas se passaram, amanhã começam as minhas aulas. Admito que já tenho saudades, pode parecer que não mas é um curso puxado e cansativo. Já vão começar as praxes, eu não fiz praxe o ano passado, não tenho nada contra nem sou anti praxe mas não gosto do modo como por vezes humilham os caloiros, há coisas que sim, são engraçadas mas há outras que eu nunca iria submeter-me, pela minha maneira de ser e pensar. E não é só a praxe que une os alunos, aliás, eu e a Joana somos a prova disso, ela fez praxe e eu não. No entanto ela dá-se melhor comigo do que com os outros que fizeram praxe com ela.

Acordei bem disposta, estas duas semanas correram muito bem. Não houve Vanessa nem nada a chatear-nos ou a tentar estragar tudo. Foram duas semanas calmas. Depois daquela noite, o André foi falar com a Vanessa, uma conversa séria a pedir para ela parar de fazer estas coisas pois não iria nunca ficar com ele e pelos vistos resultou porque ela não deu mais sinais de vida. Espero que tudo se mantenha assim.

Eu e o André estamos super bem, passamos imenso tempo juntos. Eu confio nele, ele ensinou-me o que é amar e ser amado, eu estou completamente apaixonada pelo moreno, pelo meu André e sinto-me a pessoas mais sortuda do mundo por ter alguém como ele na minha vida, todas as raparigas deviam ter a sorte de encontrarem alguém como o André na vida delas, ou um amigo como o André porque ele é uma pessoa incrível.

Tomei o meu pequeno almoço, umas torradas com mel e uma cevada, na minha pequena varanda pois estava um dia lindo de sol, não estava calor nem frio, estava um tempo agradável. Enquanto tomava o meu pequeno almoço, apreciava a vista para o estádio mais lindo do mundo, o Estádio do Dragão. Depois ouço um carro a estacionar lá em baixo e segundos mais tarde ouço alguém a falar, provavelmente ao telemóvel e quando vou espreitar vejo o André lá em baixo. 

Peguei mas minhas coisas, deixei-as na cozinha e fui abrir a porta lá de baixo, e deixei a porta cá de cima encostada enquanto fui lavar a loiça que tinha usado. Entretanto ele entrou e veio directamente a mim dar-me um beijo de bom dia. Combinamos ir até Matosinhos aproveitar o meu último dia de férias, o André jogou ontem contra o Braga em casa e ganhamos 1-0, assistência do André e golo do Soares. 

Depois de lavar, secar e arrumar as coisas, deixei o André à vontade e fui tomar banho e vestir-me. Passado 40 minutos estava pronta para sair de casa. Quando chego à sala vejo que o André adormeceu no sofá, estava tão amoroso que não resisti e tirei-lhe uma foto. Delicadamente acordei-o com um beijo na testa. Mas sem estar à esperar sou puxada e levada num ataque de cócegas. Depois de parar olhou para mim sem nunca desviar o seu olhar do meu.

-Amo-te tanto! - Sossurrou e puxou-me contra o seu peito num abraço amoroso. - Nunca me deixes!

-Nunca Andrezinho! - Garanti. - Amo-te muito!

A caminho de Matosinhos,  o André ligou o rádio na Cidade, e estava a dar a música Despacito, que eu, por acaso, até adoro. Comecei a cantarolar baixinho e o André ao se aperceber começou a cantar comigo. E quando ele o fez eu parti-me a rir. Definitivamente ele não sabe cantar, mas foi divertido. Muito divertido. A viagem passou rápido, estacionamos perto do restaurante, e entramos sendo logo recebidos por um rapaz novo que ali trabalhada. Encaminhou-nos para a nossa mesa, reservada, perto da janela com uma vista linda sobre o mar e a praia. Deu-nos a carta e foi embora, voltando poucos minutos depois.

-Já decidiram? - Perguntou sem tirar os olhos de mim. 

-Eu já, e tu amor? - Perguntou-me o André ao aperceber-se da situação. Não sei o que meteu mais piada, se os ciúmes do André se a reacção do jovem rapaz.

-Sim, é o arroz de lagosta por favor. - Pedi.

-Para mim é igual. - Disse ele ao rapaz que saiu dali de seguida. 

-Que lata, o gajo não tirava os olhos de cima de ti... 

-Eu reparei, não ligues. - Disse-lhe. - Eu sou só tua... - Sussurrei e ele sorriu com a minha afirmação. Aquele sorriso que eu tanto amo...