What If

truth

New York, NY
fevereiro, 2021

Narrador POV

"— Como, Lauren? Você ouviu o que ele disse, eu vou morrer! Agora além de não poder ficar pra titia, eu não poderei ser mãe!"

— Lauren... Eu... Sinto muito. — Camila não sabia quais palavras usar para consolar Lauren.

— O estado de Taylor era quase terminal. Minha irmã só tinha vinte anos, Camila! Ainda tinha a vida toda pela frente... E o maior sonho dela era ser mãe.

— E o que você fez?

— Eu realizei o sonho dela.

— Você teve um bebê da sua irmã?

— Não, Camila. Eu tive um bebê meu. Julie é minha filha legítima. Assim que ficamos sabendo do estado de Taylor, eu fiz de tudo para ajudá-la. Nós colhemos os óvulos dela para que outra pessoa, no caso eu, pudesse gerar o bebê. Mas não conseguimos fertilizar nenhum. Então eu disse a Taylor que se ela não pudesse ter um bebê, eu teria um por ela.

Camila estava surpresa.

— Você engravidou pra realizar um desejo de sua irmã?

— Sim.

— Meu Deus, Lauren. Isso é...

— Loucura, eu sei. Eu só queria que ela fosse feliz de alguma forma.

— O que aconteceu depois?

— Bom, eu fiz uma inseminação e quando soube que estava grávida, Taylor ficou tão feliz, Camila, você tinha que ver! Naquele momento eu soube que todo esforço valeria a pena. — Camila podia perceber o brilho nos olhos de Lauren. Ela realmente amava a irmã. — A medida que os meses foram passando, eu pude ver como a doença estava afetando Taylor, mas ela tentava se fazer de durona. Quando descobri que era uma menina, Taylor surtou! Naquele momento eu pude ver que depois de um longo tempo sofrendo, ela estava feliz novamente. Eu deixei que Taylor escolhesse o nome, porque eu estava fazendo aquilo por ela. E ela escolheu Julie, disse que esse nome era o que gostaria de ter colocado em sua filha. — Lauren limpou uma lágrima solitária. — Eu só fico triste por ela não ter tido mais tempo.

— Como assim?

— O câncer consumia Taylor a cada dia que passava. Eu estava grávida de cinco meses quando nós voltamos ao consultório do Dr. Jackson. Ele... ele disse que ela viveria, no máximo, sete meses. Aquele foi um dos piores dias de minha vida. — Camila segurava as mãos de Lauren com força entres as suas. — Nós tentamos, fizemos de tudo para prolongar a vida de Taylor, mas quando Julie completou três meses de vida, ela se foi.

— Eu sinto muito, me desculpe por não estar aqui por você.

— Está tudo bem, fui eu quem pedi que não te ligassem. Eu não queria atrapalhar a produção de seu livro. Você também nunca respondeu minhas cartas...

— Você e sua mania de colocar os outros em primeiro lugar.

A mais nova mudou de assunto. Camila segurou o rosto da morena entre suas mãos, seus olhos conectados.

— O que você fez por sua irmã foi lindo e você tem que se orgulhar disso.

— Obrigada, Camila. Eu me orgulho. Eu fico feliz em saber que realizei o sonho de Taylor e pude dar a ela um pouco de felicidade no meio de tanta dor.

— Você deve sentir muita falta dela, não é?

— Você não faz ideia. — Sorriu triste. — Mas tenho Julie, que além de ser minha filha, é uma parte de Taylor que sempre terei comigo.