A vítima Desesperada

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A VÍTIMA 

O som de galhos se partindo, a aspereza das arvores e a escuridão da noite não foram suficientes para que eu percebesse o perigo ao conseguir me libertar dos braços daquela pessoa. Da pessoa que perseguia durante meses. Eu não poderia acabar assim.

Meu peito subia e descia de forma rápida ao ofegar no instante em que corria em direção ao horizonte.

Eu não poderia morrer ali, não depois de tudo que havia descoberto.

Continuei correndo até sentir a terra molhada em minhas mãos. Eu havia caído. Meus joelhos doeram com o impacto, talvez tenha me machucado, mas não havia tempo para isso. Os passos se aproximavam de mim cada vez mais.

Eu não quero morrer.

Disse a mim mesma ao continuar correndo, enquanto tentava não gritar. Cada som ao meu redor assustava mais do que a escuridão da mata fechada onde eu estava.

Como eu havia ido parar ali?

Só me lembrava de estar em minha casa terminando de editar o artigo que enviaria para o jornal.

Correr é a única coisa em que consigo pensar ao sentir a terra molhada sob meus pés e os galhos machucando a minha pele. Não ouso olhar para trás com medo do que verei. Eu só quero sobreviver.

Minhas pernas seguem em frente tentando não hesitar ou parar diante da dor que sinto. Minhas pernas doem, meus pés doem, o meu corpo inteiro está doendo.

Como fui ser pega?

Essa não é a hora para avaliar onde errei.

— Droga! – Murmurei ao me encostar em uma das arvores tentando escutar algum barulho. Talvez eu tenha despistado, mas ao escutar uma gargalhada soube que não. Eu continuava sendo caçada. – Que droga, eu não vou contar para ninguém – Gritei em meio ao desespero. – Me deixe ir – Esperei ofegante para escutar a sua risada macabra e em seguida alguma ofensa, mas nada ouvi. – Obrigada – Murmurei ao continuar a andar, desta vez mais lentamente. Eu estava sendo libertada da morte, não estava?

Um sorriso de alivio se formou em meus lábios. Aquele deveria ser o sinal de Deus.

— Eu vou sobreviver – Murmurei contente ao continuar seguindo em frente até algo entrar em meu corpo. Olhei incrédula para o sangue que escorria pelo meu corpo. Eu estava sangrando. Olhei para atrás temendo ver a face da pessoa responsável pela minha morte. – Eu... achei que poderia ir.

— Para onde? Estamos nós dois aqui. Vamos nos divertir – Falou ao esmurrar a minha face, fazendo com que eu caísse no chão. Em poucos segundos meu cabelo foi puxado, arrastando-me pela floresta apesar de meus gritos de dor.

— Por favor, me perdoe. Eu estava errada, por favor – Gritei em meio a dor que sentia. Todo o meu corpo doía. – Por favor, eu lhe imploro – Disse mais uma vez tentando fazer com que não fosse morta.

— Perdão é para Deus – Respondeu ao parar, largando o meu cabelo – Eu vou fazer algo melhor por você – Se posicionou em cima de mim, abaixou-se ao ponto de segurar o meu pescoço com ambas as mãos. A cada segundo apertava mais e mais.

Desespero e falta de ar era tudo o que sentia ao me debater. Eu iria ser morta. 

CONTINUA... 

No proximo capitulo retornaremos ao normal rsrs e para quem não sabe.. estou publicando um livro em físico pela editora ases da literatura.. O link para adquiri-lo na pré-venda está no meu perfil do watt, no grupo do face (Tahy Books) e no instagram do principe (Thay Santiago autora)>> Mil beijos

Império [Degustação]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora