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Eu quase engasguei em minha própria respiração ao ver Archer se aproximar e beijar a mão da rainha.

Todas olhavamos embasbacadas para o homem que nós enfrentamos.

Ele não se sentou no trono vazio, mas permaneceu de pé ao lado da irmã.

Olhando bem, eles de pareciam um pouco. O nariz e a boca era iguais. O cabelo era diferente, assim como os que olhos.

Ele passou os olhos por nós e pausou por apenas um segundo em mim.

"Archer é muito experiente e sei que vai me ajudar a fazer uma sábia escolha. Mas haverá tempo para mostrarem suas habilidades em breve. Agora quero que descansem, pois a viagem foi longa. "

Ela nos dispensou e nos viramos, saindo do salão. Ouvi passos calmos e firmes atrás de nós e sabia que não era a rainha.

"Anaya, posso ter você por um instante?" Archer perguntou atrás de nós.

Antracia ao meu lado piscou um olho para mim e deu uma risadinha antes de sair quase saltitando.

Paramos nos ar quente e úmido do jardim  enquanto as outras seguiram para nosso pequeno prédio ao lado do castelo.

"Como chegou aqui ao mesmo tempo que nós?" Perguntei, cruzando os braços.

Ele riu e se encostou numa árvore, mergulhando seu rosto bonito nas sombras.

"Saí um pouco depois que vocês e cavalguei como nunca. Não foi tão difícil chegar antes que vocês. Também peguei outro caminho para que não me vissem ou ouvissem."

Levantei uma sobrancelha. "Sua irmã parece não saber de sua pequena parada na fronteira e nem que já sabe quem é a melhor. "

Seus olhos ficaram com um brilho estranho e intenso. Archer se aproximou, fazendo-me recuar até outra árvore.

"Você é a melhor, Anaya. É isso que quer que eu diga?" Ele perguntou, perto demais, enquanto segurava meu queixo.

Olhei firmemente em seus olhos. "Vai dizer meu nome quando ela perguntar?"

"Vou dizer o nome da melhor. "Ele brincou, pegando uma mecha do meu cabelo.

Afastei sua mão e o fiz olhar para mim. "Vai dizer o meu nome?"

Sua enorme mão se fechou nos cabelos da parte de trás da minha nuca. Seus lábios pairaram tão perto que senti seu forte cheiro amadeirado e meio metálico.

"Vou dizer seu nome, Anaya, quando minha irmã perguntar. Não porque você mereça por sua humildade e sabedoria e nem porque estou terrivelmente atraído por você. "

Seu nariz desceu pela linha do meu maxilar e eu prendi minha respiração.

"Eu vou dizer seu nome porque foi a única que me derrubou, a única que me jogou de lado como se eu fosse um graveto. A única digna daquela coroa. "

Meu sorriso para ele foi felino e antes que eu pudesse mesmo respirar, ele pressionava firmemente seus lábios contra os meus.

Eu jamais havia sido beijada. Jamais achara alguém digno o bastante ou interessante o bastante. Sempre fiquei focada em meu destino quanto à coroa.

O beijo de Archer era quente e selvagem e ele pressionava-me contra a árvore às minhas costas. Uma mão estava presa em meu cabelo e a outra na base das minhas costas.

Eu me agarrava a cada pedaço dele e me entreguei ao beijo.

Eu não estava fazendo aquilo para que ele me bajulasse diante de Yriana. Eu jamais entendera o desejo bobo e feminino das outras por caras bonitos.

Mas ali eu entendia. Eu queria ser beijada para me sentir como uma garota comum. Por alguns segundos eu queria ser só uma garota adolescente comum que fazia loucuras, como beijar um desconhecido, e não se arrepender.

Por alguns segundos, eu senti o peso da coroa se afastar o bastante para que eu pudesse respirar.

Por alguns segundos eu desejei que aquilo fosse tudo. Tudo o que eu teria.

Seria muito mais fácil se tudo com o que tivesse que me preocupar fosse beijar Archer ou se eu vou casar com alguém que minha família goste.

Por um segundo eu desejei não precisar ser rainha. Desejei perder. Desejei que pudesse sair andando daquela coisa toda com habilidades de uma general e uma vida livre e cheia de escolhas pela frente.

Desejei que eu fosse só uma garota de dezenove anos normal e jamais tivesse passado nos testes de aptidão quando criança. Desejei ter crescido com minha mãe e seu jardim ou com meu pai e sua pequena marcenaria.

Mas quando Archer se afastou e sorriu, eu me senti vazia.

Eu senti o peso da competição e da coroa voltar e me senti vazia.

Sorri de volta porque era o que ele esperava que eu fizesse e me despedi, dando uma desculpa qualquer.

Não falei com ninguém e agradeci por ninguém falar comigo também.

Quando deitei naquela noite, sozinha na escuridão do quarto, eu desejei não ser rainha pela primeira vez na vida.

A Ruína da RainhaWhere stories live. Discover now