I Like Me Better

If You Could Read My Mind

-O que aconteceu? -Camila perguntou assustada. -Ela tá bem?

-Sim, ela tá bem... -Dinah riu nervosa. -Desculpa, eu não queria te assustar assim. É que... -ela tentou começar.

-Por que você não entra e a gente conversa melhor? -a cubana abriu mais a porta para deixar a passagem aberta para a loira. Algo lhe dizia que a conversa seria um pouco longa para que a polinésia ficasse em pé do lado de fora.

-Tudo bem. -ela aceitou e entrou no apartamento da outra.

-Senta no sofá, eu vou buscar um suco pra gente beber, tá bom? -a menor disse e rumou a cozinha enquanto Dinah se sentava no sofá branco.

-Eu acho que foi um erro ter vindo aqui... -a loira começou quando Camila entregou um copo de suco pra ela e se posicionou ao seu lado. -É melhor eu ir embora. -ela tentou se levantar mas a a cubana segurou seu braço.

-Dinah, você tá me deixando bastante confusa agora. -Camila sorriu. -Você veio até aqui pra me contar alguma coisa... O que é? -Dinah suspirou e a menor percebeu que a garota estava nervosa. -Tá tudo bem, respira fundo. -ela continuou sorrindo e passando a mão pelo joelho da mais nova que bebia alguns goles de suco e tentava se acalmar.

-Você não pode machucar ela, Camila. -ela finalmente disse depois de colocar o copo em cima da mesa de centro.

-Eu nunca faria nada pra machucar ela. -Camila respondeu surpresa com como as palavras rolaram pela sua língua naturalmente enquanto também depositava seu copo quase vazio na mesa.

-Você não tá entendendo. -a loira respirou fundo e se virou para que pudesse encarar a outra. -Tem muita coisa sobre ela que você não sabe.

-Coisas sobre a família dela? 

-Ela te contou? -era a vez de Dinah estar genuinamente confusa.

-Mais ou menos. Eu percebi como ela reagiu quando eu perguntei sobre a família dela, e bom. Ela não me contou nada, mas eu meio que suspeitei.

-A família dela é só um dos problemas, outras coisas aconteceram quando ela já estava em Nova Iorque e eu estava com ela, Camila. Eu vi coisas que eu preferia não ter visto e eu vi ela quebrada de um jeito que você não poderia nem imaginar, mas que eu pagaria qualquer coisa para esquecer. -a polinésia disse com lágrimas nos olhos.

-O que aconteceu? -Camila tentou ainda que seu cérebro falasse que a garota na sua frente não fosse contar o que havia acontecido para deixar Lauren daquele jeito.

-Eu não posso te contar. -ela respondeu dando um sorriso triste e passando os dedos embaixo dos olhos para evitar que as lágrimas caíssem em seu rosto. -Não é certo que eu seja a pessoa a fazer isso e eu não vim aqui pra te contar o que aconteceu.

-Então por que você veio aqui? -a cubana perguntou ainda confusa.

-Pra pedir que você seja cuidadosa. A Lauren é diferente, ela reage às coisas de forma diferente...

-Como ficar nervosa em lugares cheios? -a cubana se lembrou de quando as duas foram ao jogo de hóquei.

-Você reparou? -a loira perguntou e Camila assentiu. -Isso e outras coisas, ela sente tudo de forma diferente, principalmente depois do que aconteceu. -ela respirou fundo. -Eu vi como ela olha pra você, como ela se preocupa com você e eu preciso que você não faça algo que vai levá-la de volta para o buraco que ela acabou de sair.

-Dinah, eu prometo que eu vou fazer de tudo pra que isso não aconteça. -Camila começou sorrindo. -Eu também me preocupo com ela e eu não sei o que aconteceu e talvez eu nunca saiba, mas pelo que você disse... -ela parou para tentar encontrar as melhores palavras. -Eu também não quero ver ela desse jeito.