Bruises

5.1K 363 222
                                    

Galera algumas observações sobre esse capítulo:

1- A foto é pra saber como eu imaginei elas durante a primeira cena;

2-Pela primeira vez uma personagem pequena ganha destaque e eu espero que vocês se apaixonem por ela tanto quanto eu me apaixonei;

3-Ele contém respostas que vocês estavam procurando;

Beijo, beijo! Espero que gostem. Comentem o que acharam, favoritem.

PS: Obrigada Tory por me ajudar.

PS2: Isa, espero que tenha ido bem na prova.

sempre volta para você

ferve

roda

coça

de volta para você (Outros Jeitos de Usar a Boca)

Camila entrou na casa de seus pais e o cheiro de comida rapidamente invadiu seus sentidos. Ela torceu silenciosamente para que o jantar não demorasse muito para ficar pronto, o sanduíche que ela havia almoçado no intervalo de seu plantão naquele dia definitivamente não tinha sido uma boa escolha.

O som de risadas vindo da cozinha a fez sorrir por um instante, fazia quase uma eternidade que ela não ouvia a voz de sua mãe ecoando com tamanha felicidade. Seu pai estava fora da cidade e ela passaria a noite e o dia seguinte ali, aquilo havia se tornado uma espécie de hábito toda vez que Alejandro precisava fazer alguma viagem à negócios.

-Mãe?

Camila foi em direção ao cômodo de onde o aroma agradável vinha, sem deixar de notar que havia uma taça de vinho a mais na mesa de jantar e Sofia certamente ainda estava longe de atingir a maioridade.

-Mija, nós estamos na cozinha! -a mulher mais velha gritou. A cubana franziu o cenho: quem era a companhia misteriosa de sua mãe? mas antes que ela pudesse dar atenção ao pensamento sua irmã mais nova pulou em suas costas de algum lugar que ela não conseguiu ver.

-Kaki!

-Sofi, você tá ficando grande demais pra esse tipo de coisa. -ela reclamou com uma risada e se virou para abraçar a garota parando por um momento para analisá-la e se certificar de que tudo ainda estava no lugar antes de envolvê-la em seus braços.

Nos últimos anos ela havia crescido, suas costas eram enfeitadas pelos cabelos compridos que Sinu constantemente reclamava de estarem bagunçados, seus centímetros mais altos tinham deixado para sua irmã mais velha o desejo de ter decorado cada detalhe dos anos em que ela podia embrulhá-la em seus braços e levá-la para cama e seu rosto tinha traços mais fortes, ainda que permanentemente delicados, quase que como se eles próprios fossem contentes em decorar a linda mulher que ela estava gradualmente se tornando.

De alguma forma sua inocência e carisma infantil permaneciam intactos mesmo que a situação ao seu redor não fosse o melhor meio para garantir que aquilo acontecesse.

Às vezes parecia imperceptível aos demais como a caçula era uma espécie de esponja que absorvia silenciosamente a dor de todos ao redor e a maneira como ela as enterrava dentro de si na expectativa de que aquilo de alguma forma pudesse solucionar problemas que ela não entendia, como por que sua mãe passava tanto tempo em consultas médicas ou por que seu pai parecia tão bravo com o mundo nos últimos tempos. Apesar das tentativas fracassadas dos adultos em sua vida de protegê-la, sua percepção era aguçada como a de um predador que sente em sua pele qualquer mínima mudança de temperatura ou vibração e isso lhe parecia tanto uma benção quanto uma maldição.

I Like Me BetterWhere stories live. Discover now