7 Capítulo

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-nao.- eu murmuro.
Nao ha nada no mundo que me faça deixa-lo beijar-me. Ele so me quer beijar para se saciar a ele mesmo, ele vai levar-me a fazer algo que ele quer e depois ele vai arrepender-se, ele vai tornar isto num ciclo vicioso e eu nao vou poder fazer nada se eu nao o parar agora.
Eu coloco as minhas mãos no seu peito e afasto-me. O prefume dele está a dar-me a volta, a proximidade dele está a deixar-me mais fraca e se eu nao acabar com isto agora eu sei quem vai ficar a chorar por outra semana na cama.
Eu abro os meus olhos e vejo como ele olha para mim, ele sabe tão bem como eu que ambos íamos ficar ainda piores e acho que ele ter vindo ate cá fez me ver que nao funcionamos bem, porque mesmo que queiramos ele nao me gai deixar ser, quem eu quero ser, alguem que nao precisa de permição para sair de casa, alguem quenpode tomar as próprias decisões.
-eu sei que acreditar em mim é dificil, eu sei que é assustador e durante esta semana tenho dado mais culpa a mim mesma do que a ti, então eu vi que mesmo que eu quisesse voltar e tu tambem, nós não podiamos porque iamos voltar ao que eramos, e o que nós eramos nao era saudável...
-Sophia eu...
-ias ser tu a comandar a relação e uma relação são duas pessoas, não uma, eu e tu era tu e tu, se é que me faço explicar, tu querias que eu te perguntasse sobre tudo, que eu te desse explicações acerca de tudo, essa nao sou, eu amo-te, mas eu não vou voltar para aquilo. Para alem disso Harry tu não aguentas a pessoa que eu sou, na tua cabeça eu sou louca, e por muito que eu goste de ti, e tu de mim, eu nao quero viver num teatro.- eu suspiro e sinto a sua mao cair da minha cara, a pele onde ele tocou formiga.
-eu pensava que tinhamos sido felizes. -o tom de voz dele é rouco e baixo.
-e nós fomos, pelo menos por um tempo. Mas agora eu posso ver como as outras pessoas viam o nosso relacionamento, o que eu sinto por ti nao mudou, o que mudou foi a forma como eu nos via, eu chorei por um relacionamento que no final de contas era mau para ambos.
- o que as pessoas viam nunca foi o importante, pelo menos nao para mim.- ele vira-se e caminha até á janela do quarto.
-talvez esse seja o teu problema, nao es capaz de te pôr no lugar dos outro...
-o meu problema?- ele ri-se. - tu dizes-me que eras capaz de me ver quando eu não fazia ideia da tua existência, dizes-me que sabes quem a minha mãe é e depois eu tenho problemas? Deixa-me rir.- ele diz as palavras mas os seus olhos estão marejados.
-sabes porque começou tudo isto? Porque a tua mae precisava de se comunicar contigo, ela queria estar estar perto de ti.
Eu nao sei o quão duro é para alguem ouvir estas palavras, mas eu preciso de lhe dizer tudo de uma vez, eu nao vou esconder mais nada dele, eu nao consigo de qualquer maneira saber que se há uma saida para este sofrimento, se há uma esperança de futuro para nós que eu lhe menti. Mesmo que qgora eu consiga ver corretamente comk era o nosso relacionamento eu nao posso evitar pensar que o quero de volta.
-eu preciso de me ir embora.
Ele olha para mim e vejo que está a aguentar a agua dentro dos olhos dele.
-porque vieste? Foi só para me dizer que ias embora permanentemente?
-uma parte estúpida de mim achou que podia acabar com este sofrimento se te visse, se te tocasse outra vez, mas como é digno de nós, tudo o que está na minha cabeca nunca é verdadeiro.
-eu não tenho culpa se...
-se pensei que eras a luz no meu caminho? Bom Sophia o que dói mais é que no meio destas sombras todas ainda é em ti que eu penso.
A confissão dele anda as voltas no quarto e eu perco o sentido do que estou a fazer. Ele sai do quarto e eu sigo-o pela sala, eu quero dizer-lhe que volte para mim, que me abrace nas noites frias, que me diga bom dia da forma que só ele sabe, mas nada sai dos meus lábios, os lábios que ele tocou á minutos atrás.
Eu abro a porta, mas ele não sai, ainda assim ele está de costas para mim, eu posso sentir a tensão que ele erradia, eu posso sentir o peso e a dor, mas eu não consigo fazer nada quanto a isso, eu estou como ele senão pior.
Ele vira-se para mim e vejo a profundidade dos olhos dele, a chamar-me para ele como o canto de sereias.
- eu tenho pena do que nos aconteceu.
-ia acabar por acontecer.
-nunca pensei dizer isto, mas preferia que me tivesses mentido.
Ele sai e nao olha para trás. Eu fecho a porta e a minha testa descansa sobre a madeira, e eu espero que as lagrimas deslizem, mas nada acontece, não á lagrimas para eu derramar.
Eu vou até ao varandim na sala e vejo enquanto ele sobe para o carro, e bate a porta. Eu não ia adivinhar o que se tinha passado se eu visse na rua.
Isto parece estranho mas a maneira como ele se encontra rodeado de pessoas, como ele tem o mundo a seus pés, mas ainda assim ele é um rapaz triste, nao interessa quantas pessoas tu tens á tua volta se nenhuma se vai preocupar o suficiente para pararever o que se passa.
Eu estou sozinha agora, mas eu nao sou o Harry e a maneira como ele se acha indestrutivel, eu soube como destruir o gelo dele, mas eu meti-o de volta de qualquer maneira. Entao de qualquer maneira eu tambem estou sozinha, sem a pessoa que eu mais amei no mundo, sem a pessoa que me mostrou coisaz incriveis, que por muito controlador e obsessivo me amou.
Eu gosto de pensar em como eu sou sortuda por consguir ter uma vida mesmo com o meu problema, em como os meus pais não me enviaram para uma instituição psiquiatra quando tiveram medo daquilo que eu podia fazer.
Mas agora eu estou a sentir a maré de azar a levar tudo de bom que eu construi. Eu tenho fio que o Harry me deu no meu pescoço e ja tentei tira-lo, mas é como se apanhasse um choque de cada vez que tento, é como ainda estar presa a ele, o que vou estar durante muito tempo, mas é como uma prova física de que sou dele, e isso parece amarrar-me.

São onze e meia e volto para a universidade, eu espero que o restomdo dia corra bem, mas eu não vejo isso a acontecer, eu continuo com uma espécie de paragem e eu acho que já chorei tanto que nao tenho mais hipóteses de continuar a chorar.
Eu entro pelas portas do edificio e ando ate á sala de história da arte, vamos ter um novo professor, algo parece o nosso antigo foi promovido e mudou de escola, para exercer um cargo maior.
Eu entro pela sala enorme e vejo que o novo professor já entrou, ele está de costas para mim enquanto eu me sento, e quase tenhonum colapso quando ele se vira para mim. Lembro-me perfeitamente dele, foi o homem ou rapaz que bateu contra o carro em nova York, ele partio o retrovisor do meu lado ao Harry.
Ele olha para mim e sobe as escadas até á minha mesa. Sinto a minha respiração falhar enquanto olhos castanhos absorvem a minha imagem. Ele senta-se em cima da mesa ao meu lado e sorri-me.
-eu diria que isto é ironia do destino.- a voz dele é suave e quase melódica.
- a ironia é a forma mais baixa de humor.- remato sorrir
-mas eu diria que resulta.
-não com todos.- riu-me.
Ele cala-se e olha para mim. Como se a absorver quem eu sou e o que estou a fazer. E como raio vim aqui parar.
-o teu namorado continua chateado com o carro?-espanto-me por me tratar por tu.
- eu diria que ele nao esta chateado com o carro mas sim consigo.
-pensava que tinhas dito que a ironia é a forma mais baixa de humor.-ele ri-se e eu acabo por rir tambem.
- e é, mas às vezes resulta.- digo e riu-me com vontade, pela primeira vez e, dias alguem me faz rir, o meu professor, que por acaso bateu no carro do meu namorado, bom ex namorado.

Vision 2 - PrisonersWhere stories live. Discover now