Estou sentada e embrulhada nele, no sofá, um filme antigo está a passar na televisão, mas nenhum de nós pretas de facto muita atenção. Ele disse que falaríamos mais tarde, mas eu não tenho a certeza do que significa o seu mais tarde, tenho algo como medo de que ele não queira falar, mas rapidamente afasto o pensamento.
Ambos temos os olhos na televisão, mas estamos a leste, cada um no seu mundo a pensar em coisas diferente.
Mas o nosso silêncio torna a atmosfera pesada e densa. Algum de nós devia falar, mas não tenho nada porque começar, sou sempre eu a começar este tipo de conversa e sei que nunca são boas, ou correr bem, é sempre o mesmo. Eu começo a conversa, falamos civilizadamente por dois minutos até ele começar a fugir á questão.
-podes falar.-ele acaba por dizer, mais um resmungo que outra qualquer coisa.
-mas eu não...
-eu conheço-te, nunca ficas tanto tempo calada a menos que queiras dizer uma coisa, e não sabes se dizes ou não.
Oh. Ele conhece-me mesmo bem.
-disseste que falaríamos mais tarde.- murmuro.
-o mais tarde, não é necessariamente agora, e pode servir para o futuro, um longínquo.- ele ri-se. Uma gargalhada rouca.
-sim, mas devíamos falar, temos coisas a dizer um ao outro.
-eu disse-te o mais importante.- ele encolho os ombros.
Viro-me para ele, no meio das suas pernas e olho para ele.
-que foi?- franzo o sobrolho, não me lembro de ele me ter respondido a nada.
-que te amo.
Sorrio, mas o meu sorriso dura pouco. Está mesmo a tentar dar-me a volta e a ver se me faz desistir da minha impertinência de lhe fazer as perguntas.
-tambem te amo. Muito. Mas devíamos mesmo falar.
Ele revira os olhos e afasta-se para uma ponta do sofá. Ergue os seus joelhos, e fica com eles á altura da cara, um dos seus cotovelos apoiados no joelho, e a outra mão perto da sua cara, o seu dedo indicador e polegar a prenderem o seu lábio inferior.
Eu afasto-me longamente dele, e encosto na ponta extrema á dele. Tudo o que eu posso pensar é que ele se está a afastar por algum motivo que não consigo desvendar. Céu é frustrante.
-podes começar.- ele aponta para mim. Os seus dedos no seu lábio inferior, os seus olhos de um verde-escuro sensual.
Estas a tentar distrair-me.
-então...sobre o que me disseste naquela tarde em que viste buscar o teu telemóvel... o que disseste era verdade.
Espero a resposta, e quero que seja negativa, quer que ele seja sincero no entanto, mas cruzo os meus dedos, para que a resposta seja negativa.
No entanto tudo o que me diz é:
-disse muitas coisas nessa tarde.- um olhar arrogante no seu rosto.
Está a comportar-se como um adolescente a fazer birra, está a fazer isto porque não quer ter esta conversa.
-estou a falar a sério Harry!- repreendo.
-também eu amor.- ele ri-se.
Olho para ele, estamos num impasse a ver quem sede, estou a querer que avancemos que não recuemos, e quero fazer isto resultar, quero ter esta conversa, para depois a atirar para trás das costas e esquecer as ultimas semanas, nunca passei tanto tempo sem o Harry, e talvez isso me tenha fornecido algumas armas como a paciência, mas não obter nenhuma resposta dele, está a deixar-me angustiada.
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Vision 2 - Prisoners
Fanfiction"Quando o teu maior medo se tornar real, o que vais realmente fazer?" Sophia sabia que o maior medo dela se tinha tornado real, como um velho tormento que volta para nos consumir. Ele sabia agora que tipo de pesadelo era, que tipo de pesadelo ela...