69ºCapitulo POV -Dean

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As ruas são apertadas quando te mexes contra a maré, nada pode mudar a visão de milhares de pessoas contra ti, enquanto tentas abrir caminho para ti mesmo, foi assim que me senti toda a minha vida, não havia realmente algo que eu não tivesse que fazer sozinho.

-com licença.

Eu odiava Oxford Street por isto mesmo, mas agora era apenas uma pequena batalha para uma grande guerra. Os meus paços eram confiantes, o casaco preto e as botas batiam na calçada enquanto grandes autocarros passavam, o meu objetivo era em frente, o prédio elegante, luxuoso, era preciso uma grande quantia de dinheiro para se poder ter um escritório aqui, coisa que nunca faltou ao Harry. Dinheiro.

Eu ria-me amargamente sempre que pensava nele, quando era mais novo e descobri que tinha um irmão mais novo, tudo o que eu queria era conhece-lo, não tardou muito. Eu tinha uma namorada e ele foi-se a ela, ele tinha a porra de uns catorze anos e a Monic foi com ele, passado algum tempo descobri que ele era o mesmo rapaz que era filho do patrão do meu pai. Pensei em desculpa-lo, ele tinha catorze anos, mas assim que ele descobriu de alguma maneira vinha para cima de mim, partimos braços, narizes, não nos podíamos ver, e aí ele veio. Odio.

Numa dessas vezes eu fui parar á prisão, e ele foi embora, a sua fiança foi paga e eu fiquei, enquanto ele ria da minha cara, tive algum tempo para pensar.

Tudo de mau na minha vida começou nele, eu não tive uma mãe, nem o meu pai eu tive, não tinha dinheiro, esforcei-me como o caralho para entrar na universidade, e a seguir ele estava lá, e como se não bastasse ele ganhou-a. Ela parecia um raio de sol a entrar na sala, cabelo meio despenteado, um sorriso tímido, grandes olhos avelã, pestanas curtas e bochechas rosa. Parecia um sonho, por um momento eu pensei que era um anjo, um anjo que vinha para me tirar do meu buraco negro, que me vinha salvar de Harry Styles. Mas um anjo sempre de mãos dadas com o diabo, ela vivia com ele, e cedia-lhe tão fácil assim.

E foi como um clic.

Ele levou-me tudo, tudo o que eu sempre devia ter tido. Ele levou-me a minha mãe, ela abandonou-me por ele, durante anos vivi nos piores sítios, estive na prisão por causa dele, e depois levou-me a miúda. Tudo o que eu quero neste momento é que ele desapareça. Se ele desaparecer todo o mal na minha vida se vai, todo o dinheiro que é meu, volta, a Sophia, o poder, vou finalmente ter tudo aquilo que me pertence. É meu, meu por direito. Ele levou-me tudo, tudo por existir.

Olho de frente para o edifício e para o apelido "Styles" gravado a aço em grandes letras por cima das portas. Devia ser o meu nome ali, não dele, sou o mais velho metade da herança devia ser para mim, incluindo as comunicações.

É sábado, devia estar vazia, mas posso ver através do vidro, um corrupio de gente lá dentro, ele tem tudo bem controlado para poder ficar em casa ao fim de semana. Para ficar com ela.

Ando pelas traseiras do edifício, á uma garagem aqui algures, eu sei que sim, tudo o que preciso de fazer é entrar aqui, e fazer tudo bem.

Se há uma coisa que aprendi sobre esconder coisas é que se te mantiveres com uma expressão normal ninguém vai dar por ti, és apenas mais um numa corrente de gente, nunca ninguém vai realmente reparar em ti. A porta de ferro está a alguns metros, tudo o que preciso de fazer é chegar lá, estar perto o suficiente para a empurrar e estou dentro da escadas de incendio.

-hey tu!- alguém chama

Ignora, continua a andar.

-Dean Medina?

Os meus passos aceleram e um riso feminino ecoa pelo espaço.

-não se fala a uma amiga?- a voz sedutora fala, e tenho que me parar, e rir-me pela minha estupides. Claro que ela estaria aqui. Volto-me e um casaco enorme abraça as curvas do seu corpo.

-Abbie.

Vision 2 - PrisonersWhere stories live. Discover now