82ºCapitulo

28.3K 1.4K 357
                                    

Este capítulo é o 82, ontem eu não gostei do que publiquei e retirei-o logo a seguir, peço gentilmente às meninas que ainda conseguiram ler que esqueçam, ou pelo menos ignorem, esta é a continuação de quando a Soph sai do escritório, e por favor se leram o que postei e depois tirei não digam o que leram, é importante para não confundirem outras leitoras e porque eu ainda vou precisar desse capitulo mais tarde.

Com amor

Sara

Enquanto eu caminho de volta para o quarto penso nas palavras que lhe disse. Mas era a verdade, se ele acha que me está a proteger privando-me dele. Não, ele não está, e quando sai, o peso na cara dele foi horrível, quase tanto como admitir para mim mesma que se de algum modo o Dean fizesse algo contra o Harry eu iria embora. Eu não era capaz de perdoar o Harry se algo lhe acontecesse por ele se ter negligenciado.

A caneca de chá a ferver aquece as minhas mãos frias e o fumo sobe em espiral para a frente dos meus olhos, enquanto penso a fundo numa maneira de me livrar disto, deste peso enorme na minha vida.

Se eu fosse aquela pessoa que culpa todas as outras por tudo de mau que acontece então talvez eu culpasse o Harry, o Mark, o Niall, todos menos a mim, mas sinto que de alguma forma a culpa é minha. Algo me diz que se eu nunca tivesse aparecido na vida do Harry ele continuaria o mesmo, na universidade, a fazer a sua vida, a ignorar o Dean, e talvez sem mim, o Dean nunca tivesse descoberto toda aquela raiva e escuridão dentro dele. Talvez, ao fim ao cabo, toda a culpa esteja em mim, talvez a pessoa que o Harry mais tenta proteger seja o combustível desta guerra.

Molho os lábios no chá quente e sento-me perto da janela do chão ao teto do quarto, está a chover, como sempre está, está nublado, como sempre está. Este tipo de dias nunca me fizeram muito mal, na realidade eu gosto dele desde que eu esteja em casa, e agora que vejo as pessoas atravessarem passadeiras, a correr para se abrigarem da chuva indesejada percebo o modo como somos alheios ao sofrimento e problemas dos outros. Ninguém lá em baixo olha para cima e vê a rapariga pensativa, e talvez mesmo que quisessem não conseguissem, estou muito alta aqui, estou tão alta que sinto vertigens ao olhar para o chão lá em baixo.

É assim que me sinto, como se estivesse num avião, em contagem decrescente.

O meu computador emite o som da chegada de um novo e-mail e olho para o ecrã e para os papeis e canetas em cima da cama, espalhados por todo o lado. Ignoro e volto a concentrar-me na janela, o céu nublado, tal como a minha vida, tudo está nublado.

Ergo a minha mão e olho para o anel com a pedra verde encrostada. Amo-o tanto que seria impensável tentar traduzir para palavras, pelo menos nunca bem escritas, é o tipo de amor que não tens por ninguém sentires. O Harry é uma parte tão fundamental de mim, como eu mesma. Eu não sei quantas vezes tento dizer para mim mesma que podemos estar separados por algum tempo, que não precisamos de ter saudades constantemente, mas é mentira, é tão mentira.

Se eu me lembrar de tudo o que fizemos, da maneira como sempre nos comportamos perto um do outro, eu nunca fui capaz de estar sempre ele, uma parte de mim, sempre lhe pertenceu, e sempre o vai fazer, metade de mim é ele, metade o meu coração e da minha cabeça. Toda a minha vida eu li sobre malditos romances encantados, e em como eu achava que ao mesmo tempo que era possível viver este tipo de amor tão intenso, eu não conseguia mesmo imagina-lo a acontecer comigo, eu podia sonhar com ele, mas eu não podia ter. E agora posso perceber que tenho um amor, mais poderoso e intenso do que alguma, alguém vai conseguir descrever.

-Tu pareces silenciosa.

A voz rouca do Harry chega aos meus ouvidos e viro a cabeça para trás, para o ver a olhar para mim. Devem ser umas seis da tarde, e tudo o que fiz foi estudar, mas agora aqui estava eu, a olhar para a enorme vista diante de mim, com o meu namorado mesmo atrás.

Vision 2 - PrisonersUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum