62ºCapitulo

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Duas horas, tinta e dois minutos e cinquenta e sete segundos, esse é o tempo que eu estou enfiada no maldito escritório do Harry, o Matt cansou-se e desligou o computador do Harry, ao que evidentemente, depois de ele sair, descobri que tinha uma senha.

Não sou boa nisto de me manter para mim, preciso de saber tudo, sobre tudo, e neste momento a minha cabeça dá volta a como é que um homem como o Matt veio parar aqui. Quer dizer ele trabalhou nas forças especiais, onde é que o Harry o foi buscar? Porque?

As minhas pernas estão no ar, encostadas á paredes, e a minha cabeça está pendurada para fora do sofá, duas malditas horas e o Harry não voltou, Chloe disse que era uma negociação difícil e foi mortificante perguntar-lhe porque é que ele demorou tanto quando ela de pé é quase tão alta como o Harry.

A porta abre-se e o Harry cumprimenta-me com o seu sorriso fácil, mas traços de cansaço são evidentes na sua expressão.

-comeste tudo?- ele pergunta enquanto se senta ao meu lado no sofá e puxa as minhas pernas para o seu colo, tapando-me novamente com o cobertor.

-sim, não precisavas de por alguém a vigiar-me.- faço uma careta.

-queria ter a certeza de que ficavas bem.

-demoraste muito.- mudo de assunto.

-sim, geralmente demoro sempre muito.- ele ri-se e poisa o dossiê em ciam da mesinha de centro.

-parece chato.- olho para a quantidade de folhas dentro do dossiê.

-ás vezes é, nem sempre, eu escolhi isto de qualquer forma.- ele aperta as minhas pernas e depois levanta-se.

Pega no dossiê e caminha para a secretario de vidro, a cadeira range quando ele se senta, o barulho do cabedal enquanto ele se afunda, a maneira como ele abre o dossiê, e passa o seu cabelo para trás da sua testa, a vista do dentro de Oxford mesmo atras dele, o céu cinzento parece envolve-lo numa aura quase intocável, e por um momento demoro a perceber que o meu coração está a bater muito, muito depressa. Os olhos dele passam pelos papéis, enquanto os meus passam por ele. O espaço entre nós parece gigante, posso senti-lo.

Olho mais uma vez antes de atravessar o escritório a correr e me sentar no colo dele. Eu sei o quão criança e carente isto pode parecer, mas as vezes, tudo o que tu precisas é de te sentires uma criança outra vez, de sentires que tens alguém com os braços para ti, alguém cujos braços foram realmente feitos para de segurar.

-tudo bem?- encaixo a cabeça debaixo do queixo dele.

-sim.- não, tive uma visão e não quero contar-te.

Ele continua o seu trabalho, lendo e virando paginas, até que para numa, um projeto, gigante. Curvo-me para a frente e vejo o plano do edifício gigante. Arcos de ferro na fachada, linhas curvas e retas á medida que o edifício cresce, quase como uma espiral que o ceu absorve.

-o que é?- eu tento.

-nada por agora, no entanto os arquitetos estão a trabalhar nele, talvez em Madrid, vai ser mais lucrativo em Madrid.

-porquê?- eu volto a pedir.

-é uma experiencia.- bolas, o que é que ele quer dizer com uma experiencia? O edifício parece enorme.

 -ou seja?

-bom, telecomunicações é o meu principal, mas estamos a expandir as nossas áreas. E tive a proposta de uns Alemães, um edifício inteiro para contruirmos com capacidade para centenas de empresas, se correr bem podemos ter um lucro na margens dos mil milhões de euros, é um grande passo para a corporação.- ele encolhe os ombros, no entanto o numero gigante parece andar ás voltas no meu pequeno cérebro, demasiado pequeno, para um numero tão grande.

Vision 2 - PrisonersOnde histórias criam vida. Descubra agora