33ºCapitulo

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Agarro a minha barriga a rir, enquanto o Harry se balança nas escadas com caixas de cartão enormes, eu diria que é engraçado ver o desespero dele por manter o seu cabelo fora da sua testa. Ele rapidamente rasgou a sua manga da camisa e a colocou em volta da sua cabeça, e eu não podia deixar de reparar em duas coisas a) a força dele em rasgar uma camisa resistente, e o quão sexy isso era, e b) a maneira deliciosa em como a manga ficava em volta da sua cabeça.

Eu diria que o Harry podia ser uma espécie de modelo, qualquer coisa vai ficar bem desde que esteja nele, e tu vais comprar porque fica bem nele.

Empacotei tudo ontem á noite, a semana passou rápido e ele concordou em fazer a mudança quinta á noite, assim eu poderia simplesmente ir para as aulas sexta e voltar direta para o seu apartamento. Eu sinto-me estranha em ver todas as coisas ficarem vazias, a cama sem lençóis e a minha colcha rosa, a parte branca do meu quarto, nada no meu armário. A cozinha foi despejada para sacos, e eu fiz questão de deitar fora toda aquela mistela de bebida dele. Eu acho que ele se esqueceu dela lá.

Mas foi a coisa mais estupida que me fez realmente ter lágrimas nos meus olhos. O Harry foi deixar algumas caixas ao SUV que ele tinha trazido com maior espaço, e eu estava sozinha a passar a pequena ponte de madeira para o parque de estacionamento. Um pequeno riacho criado, apenas para escoar a água passava por de baixo de mim, e eu lembro-me da primeira vez que senti os seus lábios nos meus. Os meus pés exatamente no mesmo sítio. Recordações a ir e a vir, uma forte eletricidade envolve, e sinto-me abafada. Eu lembro-me de como apertei os seus bíceps na brincadeira, e de como a seguir os meus lábios estavam nos dele, uma nuvem elétrica a envolver-nos. E tudo pareceu tão bem até ele abrir a sua grande boca e dizer que era tudo uma atração física.

Eu riu-me com o pensamento. Será que ele sabia que íamos acabar nisto? Será que alguma vez conseguiríamos escapar disto? Eu aposto em como eu viraria a minha cabeça para ele se não o conhecesse, fascinada pela sua beleza, e provavelmente nada de excitante teria acontecido, eu ainda seria tímida, e fascinada, eu não teria este amor a correr pelas minhas veias, e ele não para, o meu coração não para de o trazer á minha cabeça.

Ele ainda estaria na faculdade, ele não teria tido o seu coração com amor, e ele não saberia o que era ser amado. Eu ainda teria dolorosas visões e eu não seria tão feliz, tão feliz como sou com este violento amor a correr por mim, violento, apaixonado e cativante. Eu amo-o e eu não acredito na força com que mudamos, a minha força cresceu, eu não sou a mesmo miúda pequena que dizia que sim a tudo. Eu cresci e eu sei por mim agora, eu ainda tenho o Harry em consideração em tudo, mas é isso o suposto, eu cresci sim, mas eu cresci com ele, ele é parte de mim, mesmo que eu não queira.

Eu apoio as mãos na madeira fresca e limpo distraidamente as lágrimas quentes da minha bochecha. Eu estou a ser uma chorona, mas eu não estou nem ai.

-uma Sophia chorona nunca é um bom sinal.- a voz rouca do Harry faz os pelos do meu corpo acordarem.

-eu lembro-me disto.- bato na medeira.

-oh quando eu te beijei?- ele avança, as suas mãos na minha cintura a colarem-me a ele.

Encosto a minha cara ao seu peito e respiro a lavanda e o cheiro a perfume fresco dele. É tão leve mas tão poderoso, eu sinto-me em casa em cheira-lo e eu podia perder-me nos seus braços e eu adoro a forma como ele me prende contra ele.

-eu vou beijar-te outra vez.- ele sussurra.

O meu queixo é levantado e eu posso observar tudo. Como os olhos dele se fecham e como já não há nada de cabelo na sua testa graças á manga. As maçãs do rosto tão proeminentes, lábios rosa e em forma de coração semiaberto e depois eu sinto-o. Os seus lábios movem-se devagar sobre os meus e eu levo a mão ao seu pescoço, ele já não se sente desconfortável com o relevo da cicatriz, e ele deixa-me acaricia-la, enquanto ele move os seus lábios mais para cima de mim. Eu levo a mão á manga e retiro-a, passando as minha mãos pelo seu cabelo. Os meus dedos a pentearem os caracóis mais rebeldes e a maneira como ele geme na minha boca, quando a sua língua e a minha se tocam. Um choque elétrico a percorrer todo o meu corpo. A eletricidade á nossa volta é tão densa, tão boa, tão poderosa...

Vision 2 - PrisonersOnde histórias criam vida. Descubra agora