Estou sentada no chão da cozinha á frente do forno, á espera que algo aconteça, olho desapontada para as formas á minha frente, o preto vidro do fogão não me deixa ver muito, mas o suficiente para ver que os malditos queques de chocolate não estão a crescer.
Bom e olhando para trás eu posso ver porque é que nunca cozinhei para o Harry, ou para mim mesma. Eu sou muito má na cozinha por isso se algum dia, o Harry pensasse em casar comigo ou assim pelos meus dotes culinários nós estaríamos em sarilhos.
-Soph tu podes chegar aqui?- O Harry grita do quarto.
-agora não posso, estou ocupada.
Estupidamente eu acho que se me for embora eles não vão sentir pressão e não vão crescer, ou vão ficar tristes como aquela treta de cantar para as plantas ou assim. O Harry é um bom cantor, eu devia chama-lo?
-Sophia Ella Black!- Ele grita por mim, eu sei que não devia mas quando o Harry grita é algo de muito, muito assustador, mesmo que na brincadeira.
-Eu disse. Agora não posso Harry.- grito para ele.
Eu só quero ser uma namorada normal que faz gestos românticos. Quer dizer desde a nossa conversa na feira eu olhei, e olhei mesmo bem e descobri o quão pouco romântica sou. Não que eu precise necessariamente de estar sempre a dar ou a fazer alguma coisa excessivamente romântica, mas o Harry parece o mestre do romance, como se por de baixo daquela fachada de homem duro estivesse mesmo um adolescente apaixonado pela primeira vez, o que é provavelmente verdade. Dizem que o primeiro amor-dos-homens é o mais puro, então eu tenho sorte se eu for realmente o primeiro amor do Harry certo? Uma pequena parte de mim grita para ser o ultimo, mas ainda alguma coisa no felizes para sempre que não se encaixa na minha cabeça. Não é que eu não o ame, eu amo, tanto que dói, mas se eu olhar á volta quando casais duram até ao fim? Eu não sou conhecida por ter sorte, nem o Harry.
-Porra Soph tu tens que parar de deixar a toalha do banho nos tapetes, eles ficam com um cheiro terrível.
Oiço os seus passos, a porta do quarto a fechar e riu-me do quão os nossos papéis são trocados. Eu sou muito desarrumada, e o Harry também, mas ele é tão mais terrível com a limpeza, se há uma coisa que ele não tolera são maus cheiros. Ele apenas não tolera o cheiro da humidade, ele tem um ataque.
-Soph?- ele chama perdido. Estou sentada atrás do balcão, em frente ao formo, o que significa que ele não me vê por causa da altura do balcão.
-aqui.- Levanto a mão.
Ele contorna o balcão com a minha toalha na mão e olha para mim com aquele olhar de "ela está maluca, definitivamente"
-sabes que se te querias aquecer ligavas o aquecimento mais alto ou dizias-me certo?- Ele arqueia a sobrancelha.
-não me estou a aquecer.
-então estas a...- Ele puxa os seus caracóis rebeldes para trás.
-a fazer bolinhos.- sorriu-lhe.
E pronto, posso ver o seu sorriso crescer, depois os seus lábios partem-se, uma risada rouca e vibrante escapa deles, parece algo mágico, mas ele está tecnicamente a gozar comigo. Por eu estar a tentar cozinhar quando eu sou obviamente terrível nisso. Bem nem todos tem as capacidades múltiplas do Harry.
-e o que se passa com os teus bolinhos?- Ele baixa-se curvando-se nos calcanhares e apoiando os cotovelos nos joelhos.
-não estão a crescer.- murmuro.
-quanto puseste de fermento?- ele roda qualquer coisa no fogão e depois abre-o.
-o quê?- olho para ele enquanto ele puxa o tabuleiro.
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Vision 2 - Prisoners
Fanfiction"Quando o teu maior medo se tornar real, o que vais realmente fazer?" Sophia sabia que o maior medo dela se tinha tornado real, como um velho tormento que volta para nos consumir. Ele sabia agora que tipo de pesadelo era, que tipo de pesadelo ela...