Capítulo 11

20.7K 1.3K 732
                                    

Miguel Narrando.

O caminho até a casa da Aimê parecia mais longo do que o normal, na minha cabeça só rondava as palavras da Ritinha e eu queria só tirar a prova real da Aimê. Eu queria olhar na cara dela e enxergar toda filha da putagem, eu confio na Rita muito mais que confio em mim, confiava também muito mais na Aimê que além de minha namorada, era uma mulher que estava comigo há tanto tempo. Tantos finais de anos juntos, conversas madrugada a fora, as brigas que terminavam sempre em uma puta foda de reconciliação e estava doendo saber que ela havia sido tão vagabunda comigo.

Parei com o carro em frente ao portão dela, mandei uma mensagem e buzinei três vezes.

MENSAGEM ✉

Miguel: Desce.

Aimê: Já estou indo, mô 😍

Ela demorou alguns minutos a aparecer e nesse tempo eu fiquei remoendo tudo aquilo que a Rita havia acabado de me dizer. Eu não sai do carro, a Aimê bateu no vidro e então destravei a porta para ela entrar.

Aimê: Ué, amor, não quis entrar? – Ela segurou no meu rosto, para me beijar, mas mantive-o firme e fiquei olhando para frente – O que foi, Miguel? Ainda tá bravo por que não fui? – Ela se afastou, mas continuou me olhando.

Miguel: Sabe que eu fiquei mesmo? – Olhei para ela – Você deveria ter ido, perdeu uma boa oportunidade. – Sorri cínico.

Aimê: Eu fiquei na piscina aqui de casa mesmo. – Ela passou o braço pelo meu ombro e começou a acariciar o pé da minha orelha – Meus pais saíram, a gente poderia ter feito tanta coisa boa. – A voz dela saiu bem melódica e eu estava com raiva daquilo.

Miguel: Que tanta coisa boa é essa que a gente poderia fazer?

Aimê: Joga o banco um pouco mais pra trás, deixa eu te dar uma pequena amostra.

Miguel: Ah sim, com certeza. – Joguei o banco para trás, ela já veio toda serelepe para o meu colo, mas a impedi com o braço no meio do caminho – Me dá uma amostra do jeito que você faz com o William. – O silêncio ficou mortal ali e o rosto dela ficou branco como se tivesse visto um fantasma. Ela voltou a sentar no banco.

Aimê: O que, Miguel? Você ficou louco? – Ela tentou disfarçar rindo, mas a prova que eu queria que ela estava me passando a perna já tivesse na cara dela. A Aimê mente que não sente, mas a cara é difícil de esconder.

Miguel: Sai do meu carro, sua vagabunda.

Aimê: Olha como você fala comigo, Miguel.

Miguel: Sai da porra do meu carro, sua vagabunda.

Aimê: EU NÃO SOU VAGABUNDA, CARALHO! – Ela deu um berro no meu ouvido e me deu um socão no braço.

Miguel: Tira a porra da mão de mim e sai do meu carro, se tu quiser gritar vai lá atrás do William. Não é isso que tu gosta caralho? Vai atrás dele, pede pra ele te assumir porra, tu não gosta de abrir a buceta pra ele na minha costa. SOME DA PORRA DA MINHA FRENTE AIMÊ. – Dá um ranço de pessoa que tá errada e começa a chorar. A cada soluço que ela dava ia alimentando minha raiva, sai do carro na hora, dei a volta e abri a porta do carro – CAI FORA!

Aimê: Para de gritar. – Ela me olhou com os olhos vermelhos – Eu não te trai, Miguel.

Miguel: ENTÃO POR QUE ESTÁ CHORANDO PORRA? SE A CARAPUÇA NÃO TE SERVE ENGOLE ESSE CHORO E ADMITE QUE NÃO FEZ. MAS NÃO AIMÊ, VOCÊ É TÃO PIRANHA QUE ESQUECE DE USAR A PORRA DA SUA INTELIGÊNCIA. ME COBRAVA VÁRIAS PARADAS, QUERIA QUE EU TE ASSUMISSE, VIESSE PEDIR CONSENTIMENTO PARA OS TEUS PAIS. A TROCO DE QUE, PORRA? PRA VOCÊ IR LÁ SENTAR NO PAU DO WILLIAM? COBRAR FIDELIDADE É FÁCIL PORRA, FICAR BOTANDO O DEDO NA MINHA CARA E FICAR ME ENCHENDO DE COBRANÇA É FÁCIL, MAS CADÊ A TUA MORAL?

Agora eu quero irWhere stories live. Discover now