Capítulo 69

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Noah Narrando

As histórias que apareceram depois do aniversário da Betina renderam para mais de mês que para mim se arrastou por conta do TCC que estava me tirando o humor. Foda que eu acabava descontando no Erick, não em brigas, mas na forma de tratar, consequência disso ele já estava uma semana sem falar direito comigo. Beijava minha boca antes de dormir, virava para o outro lado e dormia. Eu não sou lerdo, mas às vezes eu demoro para entender algumas coisas e acabo magoando quem quer meu bem.

― Por que não ligou? Eu ia te encontrar lá na faculdade. - O Erick chegou da faculdade, jogou sua mochila no sofá, sentou passando a mão no rosto por umas vezes e vi seu rosto cansado. Sai da cozinha e fui até ele na sala.

Erick: Não precisava, meu celular descarregou também. - Ele tirou o celular do bolso, deixou em cima do braço do sofá e deitou a cabeça.

Noah: Passando mal? - Aproximei-me, massageei seus ombros e acariciei seu pescoço - Fiz janta.

Erick: Eu vou comer algo sim, tô cheio de fome, se tiver uma cerveja então, porra aceito até duas.

Noah: Duas multiplicado por três. - Ri.

Erick: Ainda bem que você sabe. - Ele abriu um sorriso e vi o quanto ele estava cansado, logo ele levantou do sofá, praticamente afastando minhas mãos dele, observei ele pegar sua mochila e ir para o quarto. Fui para o quintal fumar, nesse meio tempo o Miguel chegou e colocou seu carro na garagem.

Noah: Pensei que fosse dormir na Betina hoje. - Falei assim que ele chegou na varanda e começou a tirar seus tênis.

Miguel: Só se a mãe dele fosse sair, mas a minha sogra só resolveu ir viajar esse final de semana.

Noah: Então a Betina vai junto?

Miguel: Diz ela que sim, você confia? - Ele levantou a cabeça rindo - Festa de aniversário de uma amiga dela lá da faculdade, duvido muito perder.

Noah: Nem eu perderia.

Miguel: Mas hein. - Ele sentou na mureta - A gente tem que ver o que vai fazer com a casa. Se vamos entregar ou se vamos colocar anúncio para o próximo período.

Noah: A gente tem que ver isso logo.

Miguel: Com certeza, Erick principalmente. - Cruzou os braços - Se ele for querer ficar aqui. - E me olhou de canto, sentei ao lado dele e encarei a porta que dava para a cozinha.

Noah: Ainda não conversei com ele sobre isso, é tanta correria que nem dá tempo.

Miguel: Porra nem fala, eu estou cansado.

Noah: Estou vendo pela sua cara, correria é assim mesmo velho.

Miguel: Queria ser que nem você, mil funções e continuar neutro.

Noah: Uma coisa sempre sai a desejar.

Miguel: Está falando de que cara? Do Erick? - Assenti - Não é como se o Erick não te conhecesse. - Ele deu dois tapinhas na minha perna e seguiu. Fui na cozinha, peguei meu fone de ouvido e voltei para a varanda para deitar na rede. Estava batendo um vento bom, fechei os olhos e fiquei um ouvindo música até começar a cochilar de tão cansado.

Despertei aos poucos sentindo a mão do Erick acariciar minha nuca, passando o polegar atrás da minha orelha e chegando com os dedos no meu cabelo. Fiquei um bom tempo assim, a música que tocava no Spotify se encaixou ao que eu vim pensando o dia inteiro.

Noah: Eu sei falta a coragem, no seu lugar eu seria o refém, da onde eu vim, é ser o melhor. Eu te faço tão bem... Hoje só quero me sentir bem, por isso quero saber se você vem. O quanto podemos aproveitar, até quando a viagem durar... - Cantei baixinho em um ritmo diferente da música por estar com preguiça.

Agora eu quero irOnde histórias criam vida. Descubra agora