Capítulo 20

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Se o Yuri não fosse cachorro não seria ele. Quando nos conhecemos, no shopping da minha cidade, de cara percebi que ele não era de lá. Óbvio que um homem como ele não passaria despercebido se fosse morador da área. O tempo que fiquei com a minha tia lanchando na praça de alimentação ele não tirou os olhos de mim, de princípio até achei que tinha um piruzão colado na minha testa, mas só cai em si que ele estava querendo algo quando minha tia foi ao banheiro e ele se aproximou perguntando se poderia sentar.

Ele se apresentou, contou um pouco dele, perguntou de mim também, trocamos contatos, mas fui embora sabendo que não o veria mais. Eis que no dia seguinte, logo pela manhã ele me liga dizendo que havia terminado seu serviço mais cedo e me convida pra almoçar. Claro que eu fui e todos os dias da semana que ele esteve na minha cidade rolou um clima bom entre nós dois, ele conheceu parte de mim e muita coisa dele eu também conheci. Único defeito que me incomodou muito foi o ciúme da parte dele, mal me deu um beijo e já estava sentindo ciúme? Achei muito forçado, mas fora isso se ele tivesse ficado um mês teria rolado muito mais do que putaria no carro dele, bem mais mesmo. Logo ele voltou para a sua cidade, o contato entre a gente foi se reduzindo, até que a gente mal trocava um oi sequer ao mês.

Saber que ele viria para a minha atual cidade a trabalho, me fez pensar na hipótese de sair com ele, curtir uma balada, mas estava óbvio que rolava algo entre ele e a italiana. Não me meteria nas putarias dele. Um mulherão da porra como ela, dividindo teto com o Yuri? No mínimo um beijo aqueles dois já deram, Yuri não tem sossego naquele pau dele, fora que os comentários dos amigos dele me responderam muita coisa. Fiquei rolando o feed, respondendo o povo no privado do Whatsapp também, principalmente minha mãe. Resolvi chamar o Pedro pra conversar, bate saudade daquele safado e eu não gosto da parte em que ele acha que estou brigada com ele.

Mensagem ✉

Betina: Pretinho...

Pedro: Fala aí.

Betina: Não fica me levando a mal, nem vendo coisa onde não existe.

Pedro: Estou vendo muitas coisas, Betina. Não curto essas paradas de dar a costa, desligar na cara, coisa de mina imatura.

Betina: E ciúme sem necessidade é o quê?

Pedro: É gostar muito de uma pessoa e não querer perder.

Betina: João é seu melhor amigo, o cara que você divide um espaço. Se não confia em nós dois por que ainda estamos na sua vida?

Pedro: Fala besteira não.

Betina: É a verdade, você espera que eu esteja no erro, mas Pedro esse é o meu jeito. Eu gosto de cuidar das pessoas, odeio homem que limita minhas atitudes, não fica esperando que eu vá mudar, pois não vou. Não tenho interesse no João, ele estava bêbado, passando mal e você tirou uma infeliz conclusão por puro ciúme besta.

Pedro: Tudo bem, Betina. Segunda a gente conversa.

Betina: Peu 😪

Pedro: Cuida ai do teu amigo, tchau.

Betina: Tchau.

Peço a Deus só paciência, porque o Pedro tem horas que da vontade de socar a carinha linda dele e dar uns beijos em seguida. Não me agrada esse tipo de situação, mas segunda uma reconciliação na cama é o que eu tô só a espera. Estou só pela hora que ele vai esquecer dessa besteira e me foder gostoso, me viciou naquela piroca dele, agora tem que me saciar, sou zero briga e cem por cento foder com força.

Levantei da cama pra procurar meu fone de ouvido e ouvi o Miguel começar a tossir muito, aquela tosse típica que antecede vômito. Larguei o celular na cama, assim que sai do quarto vi a luz do dele acesa e fui rapidamente pra lá. Encontrei o Miguel no banheiro, agachado próximo ao vaso.

Agora eu quero irWhere stories live. Discover now