Capítulo 60

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Algum tempo depois.

Eu tenho um conselho a dar para mim. Não dou para alguém porque eu posso não chegar a seguir meu conselho. Então vou me reduzir a isso. Começo esse conselho visualizando uma roda gigante e ela sou eu. E a vida? Bom, a vida ela é um parque de diversões. Mesmo sendo para divertir nem todos estão felizes, nem todos querem se divertir, outros não podem e outros são retirados desse parque. Eu não quero nesse momento fazer com que o meu conselho gire em torno da vida, mas sim em torno de mim para a vida. Consegue me compreender? Pois bem, às vezes nem mesmo eu consigo, outras me faço incompreensível e em dados momentos em meu escondo do possível. Essa é a roda gigante que sou eu.
Quem tem medo de altura não entra em mim. Quem é apaixonado por aventuras não fica por muito tempo e procura por uma montanha russa. Quem tem paciência para chegar ao topo, parar e ficar admirando o céu, esse quem ama, é esse quem permanece em mim. Por muito tempo eu segui o raciocínio de querer pessoas que tem medo de altura, um trauma me fez também temer a altura que tenho, escondi a minha grandiosidade e me limitei ao pouco que a vida me deixava. Um parque de diversões vazios com uma roda gigante sem funcionar. Ora, seria possível então voltar a funcionar? Voltar a desejar a altura? Voltar a querer brilhar? Voltar a querer parar um tempo e deixar com que outros admirem o céu que eu posso proporcionar? Então eu fui, vesti-me de loucura, de paixão, de desejo, me entreguei. Me entreguei para a primeira montanha russa, para uma pessoa que não tempo para admirar o céu, que deseja o rápido e o fácil, desejei não ser ouvida. A ilusão seria uma roda gigante apaixonada por uma montanha russa. O lento não se apaixona pelo rápido, não se apega a aventuras que tiram o fôlego e rapidamente cessa o fogo. Essa foi eu, aquela apaixonada pelo momentâneo. Então, enquanto eu admirava a montanha russa, tentava correr ao seu nível, eu me vi entregue a alguém que resolveu entrar em mim. Bastou um olhar, um abraço durante a madrugada e ele resolveu admirar o céu por muito tempo. Esse admirador não falava muito, mas trouxe com ele muito barulho, encheu novamente o parque de diversões, desfocou a montanha russa. Ele não falava muito, mas quando eu ouvi sua voz, quando vi seus olhos brilharem por conta de uma pequena estrela, eu me vi nele para toda vida. Eu me vi querendo seguir o meu conselho. E qual desejo é esse? Me reconhecer de volta através de mim e permite-me deixar que alguém entre não para eu admirar, mas que admire o céu junto comigo. Equidadamente, apaixonadamente e sem censuras. Por fim, desejo que eu siga esse conselho com zelo. Porque na vida não encontramos com facilidade pessoas que tem paciência para chegar no topo com a gente.
O tempo ele passa diferente para cada atração do parque, o meu tempo eu gosto que passe devagar, nos mínimos detalhes e nos últimos dias eu precisei pausar o meu tempo. Eu tinha que segurar as pontas junto com ele durante o processo contra o William e ainda ajudar para a sua recuperação. Além disso tinha o casamento do meu irmão que havia sido convidada pela minha cunhada para ser uma das damas de honra, e também, minha mãe que orgulhosamente veio morar em São Paulo comigo. Se ainda me sobra algum tempo, eu gostaria de deixar sim um conselho para vocês que agora me veio a cabeça, se você está impaciente com alguém e não sabe parar o tempo para admirar, certifique-se de que você não está sendo a montanha russa forçando uma roda gigante a acelerar.

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