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"Te amo tanto que meu ser não suporta mais. Essa vida nao é o bastante para todo esse amor. Preciso de várias outras vidas para demonstrar todo esse sentimento que eu tenho por ti"

AMANDA NARRANDO

As malas já estão prontas para eu ir visitar Safira, uma amiga de infância. Mas enquanto me arrumo, a ansiedade de reencontrá-lo é enorme.

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Chegando na casa de Safira, deixo as malas em seu quarto e saímos para almoçar numa churrascaria ali próximo, pois sua mãe não gosta de cozinhar nos fins de semana. Na churrascaria, de repente, quando olho a minha esquerda vejo Carlos. Penso: 'Jesus tô pirando de tanta saudade, tô até vendo ele em outras pessoas'. Mas aquilo não é fruto da minha imaginação, não. Realmente é ele e sozinho numa mesa. Não parece estar esperando alguém. Fiquei paralisada e boquiaberta, sem acreditar que estávamos no mesmo lugar. 'Como ele poderia estar ali naquele momento? ' Só pode ser um sinal' pensei, ' é o destino ' imaginei.

Então ele me olhou e sorriu sarcasticamente, como se já soubesse que eu iria estar ali. Mas eu não lembro de ter comentado algo. Sim,falei sobre vim ver Safira e tal, mas não falei onde ela morava.

Ele acenou pra mim e fez um sinal para que eu fosse sentar-se com ele. Mas óbvio que eu não fui. Não podíamos correr o risco de sermos vistos juntos. Talvez Safira o conhecesse e soubesse que ele é comprometido, pegaria super mal. E isso não pode acontecer, pois atualmente, a sociedade não aceita o fato de que um homem e uma mulher possam ser amigos.

Depois do almoço Safira e eu fomos à praia.

Estávamos lá batendo um papão, olhando as ondas do mar caindo sobre a areia e voltando. Amo olhar o mar, amo o mar, amo a maresia, as pegadas deixadas na areia molhada pelos casais apaixonados, amo a praia e os segredos que ela esconde sob a luz do luar.
A

conversa estava ótima, mas eu precisava molhar os pés, jogar água para cima para que as gotas caíssem como chuva no meu rosto e sorrir para o céu, mas quando eu me aproximei da beira da água, ele se aproximou com aquele corpo moreno cor do pecado, ombros bronzeados [..] ' esse cara é uma perseguição. Disincana kk' . Ele me tira o fôlego só em existir. Sem pensar, corri e o abracei. Abracei-o de uma maneira que fosse capaz de ele sentir a imensidão da minha saudade. Mas sinceramente não havia nada que fosse capaz de mostrar a força do que eu estava sentindo. Já havíamos nos visto no almoço, mas não havíamos compartilhado áquele momento juntos, então não serviu.

Fomos mergulhar, segurei sua mão por baixo d'água, mas ele ficava tipo se saindo da situação. Como se estivesse com receio de ser visto comigo, porém, eu já não estava mais me importando com os outros. Eu sempre fui uma pessoa que não dá muita credibilidade para o que os outras pensam ao meu respeito. Eu gosto de fazer o que me der na telha, o que eu acho ser certo, ou mesmo nao sendo, então saí da água e fui sentar na areia. Ele também saiu logo em seguida e sentou-se ao meu lado. Fiquei calada, eu não sabia o que falar, na verdade, eu não tinha nada para falar.

- O que você quer comigo? - Perguntou Carlos

Eu não entendi o motivo de ele estar me perguntando aquilo, ali. Até mesmo porque eu nunca demonstrei querer alguma coisa , nunca demonstrei nenhum sentimento, mas eu tinha um sentimento por ele crescendo e sufocando meu coração. Crescendo dentro de mim fervorosamente e platonicamente, mas me enganei ao pensar que fosse um sentimento platônico o que eu estava sentindo.

A Garota do Túnel 🌼 EM REVISÃO Onde histórias criam vida. Descubra agora