Dois "albinos" + uma boneca + pai otário + tio gostoso = Férias começando

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Alcancei a sala de jantar daquela casa imensa após caminhar pela sala de estar, observando as coisas, os móveis, os quadros na parede. Naquela mesa encontrei Ricardo pondo os pratos e então percebi que além dele, do tio Rodrigo e eu, mais duas pessoas jantariam conosco. Ao lembrar da possibilidade de encontrar com crianças me deu nos nervos. Eu não odeio crianças, só não me dou bem com elas... Mas pensar que olharia tio Rodrigo mais uma vez, me encheu de uma alegria estranha. Que loucura! Sentir minha borboletinha bater as asas por alguém que não se pode. Mas será que não pode mesmo? Huuum...

Assim que Ricardo me avistou, sorriu. Parecia bem-humorado:

- Oi, Sam! Pode se sentar. Já trago a comida. Gosta de macarronada?

- Sim, mas porque não me chamou? Eu poderia ter te ajudado. - quis saber, me sentando à mesa de madeira polida. Eu adoro cozinhar! Sei fazer uma porção de pratos. Morar sozinha com minha mãe me ajudou a ser uma boa cozinheira. Ou aprendia ou morria de fome, pois minha mãe é péssima na cozinha.

- Não foi eu quem fez. Foi nossa doméstica. Mas qualquer dia lhe chamarei para fazermos algo que você goste. Nicoly me disse que você cozinha muito bem.

Sorri orgulhosa. Que bom que ele sabia daquilo. Mas depois, apontei para os pratos dos desconhecidos:

- Para quem são?

- Para Vinicius e Vitória, filhos de Vilma.

Mas que merda é essa? Uma família de Vis? Coisa de gente com pouca criatividade... Foi só Ricardo terminar de falar que entrou naquele lugar um cara alto, esbelto e alvo. Sim, alvo mesmo. A pele era tão branca que imaginei vê os órgãos dele quando estiver sem camisa. O cabelo de um loiro amarelado quase brancos, penteados para cima, os olhos de um azul muito claro. Nunca tinha visto um albino tão bonito. Mas apesar de bonito, meu tio não ganhava dele. Não mesmo... Ele passou pelo outro lado da mesa e sentou-se na cadeira mais distante. Mais atrás dele, uma garota acenou para mim com um sorriso no rosto. Ela estava linda! Um vestido cor de rosa e um grande laço enfeitava seus cabelos ondulados e negros. Ela também era branquinha, mas não tanto quanto ele. Os olhos pareciam castanhos, os lábios e bochechas avermelhados naturalmente. Parecia ter uns 6 anos de idade. Pela primeira vez, quis apertar uma criança por ser tão fofa.

Ricardo então aproximou-se da então Vitória e a beijou no rosto carinhosamente. Aí percebi que tinha ciúmes dele...

- Essa é a Vitória, filha. Não é linda?

Foi difícil esboçar um sorriso. Saiu falso mesmo. Depois, ele caminhou até o dito Vinícius e apertou-lhe o ombro, sem nenhuma reação da parte dele.

- E esse é o Vinícius.

Ricardo voltou-se para mim e cochichando, sussurrou a palavra "tímido". Eu entendi e aceitei o desafio.

- Oi, Vinícius! Tudo bem com você? - perguntei logo olhando para ele. Adoro causar algum efeito nos homens. Ele virou-se para mim e me deixou olhar mais um pouquinho daquele rosto branquinho com uma barba loira para fazer:

- Tudo bem! - respondeu rápido e quando sorri para ele, voltou sua atenção para outra direção. Eu bem que poderia dá um jeito naquela timidez... Quando de repente, tio Rodrigo surgiu com uma grande travessa, pondo-a no centro da mesa e fazendo meu coração disparar.

- Chegou, crianças! Vamos devorar!

Minha nossa, se fosse para comer algo, queria que fosse ele. Que homem lindo da porra! Estava vestindo uma camisa regata de basquete, me deixando vê seus músculos do braço com aquelas tatuagens coloridas e uma bermuda jeans. Mas tinha que conter minha bocetinha e focar na comida.

Até que o jantar foi bem agradável. Tio Rodrigo começou a contar algumas coisas para a pequena Vitória, que sorria bastante de seus gracejos. Ricardo sorria junto e participando também das piadas, enquanto Vinícius mantinha-se quieto. Eu só observava... Talvez aquela timidez toda seria por conta da sua condição. Mas se ele soubesse o quanto é um gato, talvez amenizaria. Decidi tornar aquele garoto menos esquivo.

Após o jantar, nos sentamos na varanda da casa, observando as flores do jardim. Vitória mostrou-se uma garota adorável, muito meiga e carinhosa. Sentou-se perto de mim para mostrar alguns desenhos que fez, enquanto tio Rodrigo e Ricardo estavam próximos conversando em algumas cadeiras mais à frente. Mesmo olhando as imagens que a pequena me mostrava, eu olhava um pouco para aqueles dois enquanto conversavam. Fiquei tentando encontrar diferenças e como já havia dito, tio Rodrigo era mais lindo por ser maior fisicamente. Era forte, mas não exageradamente, comprovando exercícios físicos rotineiros. Sem esquecer que ele tinha um charme a mais, com cara de malvado impiedoso na cama e não parecia ser "certinho", como aparentava meu pai. Meu pai tinha cara de nerd. Usava um óculos redondo e quase sempre com camisas gola polo. Foram poucas vezes que o vi mais despojado. Mas isso não tirava seu ar jovial de jeito nenhum. Ele parecia ser mais novo.

Do nada, uma luz encandeceste humana apareceu naquele lugar, com um boa noite que me assustou. Meu pai se levantou rapidamente, cortando o assunto com o tio e indo ter-se com ela, beijando-lhe os lábios em um selinho. Ao vê aquilo, entortei a boca. Que ódio! Meu pai trocou minha mãe por aquela mulher? Era magra, quase albina e ruiva. Argh, está bem! Ela era muito bonita e elegante... Ele então virou-se para mim e me mostrou para ela:

- Vilma, essa é a Samanta, minha filha!

Ela então virou-se para mim e demostrou susto ao me olhar: - Nossa, mas ela é tão... tão...

- Linda? - Rodrigo completou, saindo de onde estava, passando por eles e sentando-se perto de uma cadeira próxima a mim.

Ela conteve uma cara de deboche e continuou: - Eu queria dizer grande. Não sabia que sua filha era uma mulher feita, Ricardo.

Ricardo pareceu orgulhoso: - Ela deve ter a mesma idade que o Vinícius. Eu e a mãe dela a tivemos quando eu tinha 17 anos.

- Conheço essa história... - comentou após entortar a boca, me deixando com ódio dela. Ela fazia pouco caso de meu pai... Por pouco não falava algo pra ela, mas me surpreendi com um puxão na minha blusa. Percebi que era tio Rodrigo, me contendo discretamente.

- Bom, seja bem vinda. Vou me deitar porque estou cansada. Vamos, Vitória?

A garotinha sorriu para mim antes de ir até a mãe. Eu retribuí e os vi saindo da varanda, meu pai indo logo atrás parecendo um otário. Assim que vi que não tinha mais ninguém próximo, virei para Rodrigo e perguntei, fula da vida:

- Meu pai sempre é assim com essa mulher ridícula?

- Assim como? - perguntou, fazendo- se de burro.

- Você não viu? Ela faz pouco caso dele e ele parece um cachorrinho atrás dela.

- Também não sei o que ela fez para deixá-lo assim. Deve ter a boceta doce.

Eu levei minha mão a boca após ouvir aquilo. Gente, que homem sem noção! Ele virou-se para mim sorrindo, percebendo meu espanto.

- Olha, é bom acostumar-se. Não vou fingir ser o que não sou só por que você está aqui. Afinal de contas, já é uma mulher para entender isso.

Ergui os braços em sinal de rendição. Ele gargalhou daquilo e cutucou minha perna, espontâneo, me fazendo rir também:

-Não se preocupe. Sou assim também. Acho que puxei para você então.

Ele encostou as costas na cadeira e apertou o queixo, me olhando:

- Puxar logo para mim, a ovelha negra da família?

- Ser a ovelha negra tem suas qualidades. Você nunca vai precisar seguir padrões porque ninguém vai te cobrar isso.

Ele ergueu as sobrancelhas.

- Verdade... Então, já que você diz ter puxado para mim, que padrão você não quer seguir?

Eu mordi os lábios e me levantei da cadeira, aproximando mais dele. Ele me olhava com os braços cruzados e de repente, me curvei sobre ele muito rápido e o beijei, sentindo meu coração quase explodir.


IRMÃO DO MEU PAIWhere stories live. Discover now