Capítulo 30:

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 — Você entendeu o que eu estou propondo, Luzia? — Wanessa perguntou a amiga em seu apartplug de noite. Havia voltado cansada do dia todo no governo, de um dia todo descobrindo informações sobre o que aconteceria com Gustavo, Gean e Rick dali pra frente.

Mas felizmente após descobrir qual seria o destino aterrorizante deles, a moça tinha um plano e agora havia o explicado a amiga e esperava sua opinião.

— Você quer que a gente deixe-os morrer? — Luzia a encarou perplexa.

— É claro que não! Nós apenas vamos deixar que elas prossigam com o que planejaram...

— Elas planejaram matá-los.

— Mas não deixaremos que vão tão longe. Vamos deixar que armem o show, que levem os rapazes até o estádio e que o encham de mulheres para assistir a execução deles, assim como planejaram. Vamos deixar que preparem tudo, mas no último momento vamos surpreender e usar toda a estrutura em nosso favor.

— Ainda não estou entendendo muito bem.

— De que outra forma poderemos falar e mostrar as nossas ideias de igualdade a tantas mulheres? Essa será a ocasião perfeita! Vamos fazer um vídeo. Um vídeo que contemple tudo que sabemos sobre homens e mulheres, que mostre como era no passado, como é agora, mostre a sociedade deles, mostre que somos iguais e enfim, mostre tudo aquilo que queremos. Será o nosso seminário e as nossas campanhas reduzidos em poucos minutos. Vamos divulgar esse vídeo em rede nacional, para todas as mulheres verem. Vamos fazer com que o plano delas se vire contra elas mesmas. Em vez de apresentar os homens como maus e reforçar a ideia de que são seres inferiores e que nos corromperam, vamos mostrá-los como iguais. Eles não poderão ser mortos depois disso. As mulheres não matarão seres apresentados como iguais a elas para todas verem. E mesmo se quiserem persistir com a ideia, teremos um estádio inteiro revoltado e consciente sobre a verdade. Você as poderá liderar para a revolução e para libertar eles.

Luzia ponderou por alguns instantes antes de dizer qualquer coisa:

— Mas e se der errado?

— Não vai dar errado. Não pode dar. Teremos que ser perfeitas.

— Mas e se der?

— Que outra opção temos, Luzia? Eu não consigo ter uma ideia melhor de como libertá-los antes disso. Nem sabemos onde eles estão presos. Ninguém sabe. Precisamos que apareçam para fazer qualquer coisa. E nós duas sozinhas não conseguiríamos libertá-los. Não no meio de tantas policiais treinadas.

— E os homens? Se pedíssemos ajuda a eles? São seus irmãos que estão presos.

— Não sei. Tenho medo de que usem a violência. Principalmente de homens contra mulheres. Pode ter o resultado contrário e nós podemos aniquilá-los de vez. Mas quem sabe... Podemos ir falar com eles. Mas também precisamos ir preparando o vídeo, como um plano B. Não sabemos para quando a execução será marcada. Pode ser para logo.

— E se não for? Como eles vão viver presos?

— Eles são fortes. Vão sobreviver. Só alguns dias. Não acho que vá demorar pra marcarem o evento de execução. Demorar significa dar mais tempo pra nos prepararmos e pra prosseguirmos conscientizando as mulheres sobre a revolução. Elas não querem isso. Vai ser logo. E por isso precisamos nos apressar e estar prontas.

— Tudo bem. Vamos fazer o vídeo e vamos visitar a sociedade masculina de novo então. Manter a cabeça ocupada vai ser bom.

* *

A Liberdade que LimitaWhere stories live. Discover now