Capítulo 12 - Confusão

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Benjamim, sem demonstrar medo, levantou-se da mesa e encarou a Max.

— Não podemos brigar Max, se a liga souber vai nos desclassificar e não poderemos disputar o título estadual.

— É verdade, não podemos brigar. — disse Augusto.

— Vocês são umas meninas medrosas, eu não vou esperar até o torneio, é hoje que acertamos as nossas contas, só eu e você Benjamim, só nos dois, tem coragem ou vai bancar o medroso?!

Benjamim não respondeu e encarou Max enquanto os rapazes que estavam junto com o valentão invadiram a lanchonete e cercaram os jovens de Peniel. Brian, Augusto e Edmundo se levantaram com medo, mas Richard continuou comendo o seu lanche tranquilamente.

Os funcionários da lanchonete já tinham se escondido devido a confusão e Max empurrou a Benjamim.

— Vou te ensinar a nunca mais botar os pés na minha cidade filhinho de papai!

Naquele instante Max foi surpreendido por Karen que o ameaçou colocando uma faca bem afiada rente ao seu pescoço.

— Vou te dar três segundos para dar o fora daqui Max!

— Senão vai fazer o que sua intrometida?

— Eu deixo uma cicatriz no seu pescoço, o que acha?

— Você não tem coragem!

— Já se esqueceu do que eu fiz com você quando tentou me bater na escola. A cicatriz no seu rosto ficou pequena, mas não seu pescoço vai ficar bem grande.

Karen já tinha atingido Max no colégio com um estilete, por isso havia uma cicatriz no supercílio do valentão. Ela era muito violenta e já havia ferido algumas pessoas em brigas, mas nunca acontecia nada a ela porque sua tia era muito influente em Betel.

— Sua riquinha metida a besta, cai fora! Isso não é com você!

— É sim. Minha tia mandou vir buscar estes babacas, vai arriscar seu pescoço Max?

Benjamim ouvia tudo quieto e viu Max erguer os braços e sair da lanchonete o ameaçando.

— Nos vemos em Avelar Benjamim, lá você não poderá se esconder atrás de uma menina!

Os jovens de Peniel, aliviados, agradeceram a Karen que estava acompanhada de Amanda, sua prima.

— Nunca gostei dele, mas também não fui com a cara de vocês.

Karen guardou a faca e Amanda, que não tirava os olhos de Benjamim reclamou com sua prima.

— Porque falar assim, eles não fizeram nada.

— Você disse que sua tia mandou você vir nos buscar, então se esperarem a gente comer, podemos ir juntos. — pediu Augusto.

Após comerem, Benjamim e seus amigos entraram no carro e seguiram as duas em direção à casa de Keila. Karen tinha a melhor moto que o dinheiro poderia comprar e Benjamim, que era apaixonado por motos ficou vidrado porque nunca tinha visto uma moto tão bonita e potente de perto.

No final do ano anterior, ao completar dezoito anos, seu pai o presenteou com uma moto, mas nada comparado à moto que Karen possuía. Karen disparou na frente e Richard teve que correr para acompanhá-la.

Ao chegarem à casa, uma adolescente saiu à porta para recepcioná-los, tratava-se de Evelyn, a sobrinha mais nova de Keila.

Benjamim e Brian ficaram sem reação ao ver como a sala de recepção era bem mobiliada. Eles ficaram de pé boquiabertos, já Richard, sem hesitação nenhuma bateu nas costas de Edmundo e Augusto e sentou-se no confortável sofá.

— Vamos lá pessoal, não ouviram a moça, sentem-se.

Edmundo não tirava os olhos da jovem que os recebeu enquanto Richard não parava de falar sobre o luxo da casa.

— Vocês querem beber alguma coisa, um vinho ou alguma outra bebida? — perguntou Evelyn.

— Não, muito obrigado, nós não bebemos bebida alcoólica. — respondeu Benjamim.

— Mas podemos aceitar um suco. — pediu Richard.

Evelyn gentilmente disse que traria e Richard fez mais um pedido.

— Meu suco sem açúcar, por favor.

Augusto, indignado, reclamou com seu primo.

— É o cúmulo da cara de pau, ela nem ofereceu suco. Aliás, que adiante suco sem açúcar se você comeu dois lanches.

— Comi dois lanches para não ficar um palito que nem você. Se eu ficar magro deste jeito é capaz de me confundirem com um mastro e pendurarem uma bandeira em mim.

A discussão dos dois cessou quando Evelyn trouxe uma jarra de suco e os serviu. Ela pediu para que eles esperassem mais um pouco que sua tia já vinha. Edmundo estava impressionado com a beleza de Evelyn e perguntou o seu nome. A jovem lhe deu atenção e eles conversaram um pouco até sua tia chegar.

Keila surgiu vestindo um belíssimo vestido branco, ela estava muito bem produzida e deixou os rapazes admirados.

— Boa tarde, eu sabia que vocês viriam, mas tive um problema e me atrasei. O Benjamim eu já conheço, mas quem são os outros? Eu já morei em Peniel e devo conhecer os pais de vocês.

Benjamim apresentou os seus amigos e Keila disse que não se lembrava dos pais de Brian e Edmundo, mas que conhecia bem os pais de Richard e Augusto.

— Eu lembro muito bem do Vicente e do Victor, nós estudávamos juntos. O Vicente era muito engraçado e o Victor muito sério, mas eram bons amigos.

Keila assinou o contrato e avisou que ela e sua equipe iriam a Peniel dois dias antes da festa para enfeitarem a igreja.

— Vocês querem mais alguma coisa meninos? — perguntou Keila.

— Muito obrigado, mas já estamos atrasados. Deus abençoe por sua hospitalidade. — falou Benjamim.

— Vocês estão com muita pressa, não querem conhecer a casa toda.

Richard e Edmundo queriam ficar, mas Benjamim agradeceu dizendo que tinha prometido voltar logo. Keila, acompanhada pelas suas quatro sobrinhas os levou até ao portão e fez um convite.

— No próximo sábado à noite teremos uma festa e vocês são meus convidados. Minhas sobrinhas vão adorar a companhia de vocês, principalmente a Amanda.

Keila deixou sua sobrinha sem graça e Benjamim foi embora com seus amigos.

Ao chegar à sua casa, Benjamim entregou o contrato para o seu pai e percebeu que ele estava preocupado.

— O que foi pai, aconteceu alguma coisa?

Cezar informou ao seu filho que mais um soldado tinha desistido de fazer parte do esquadrão.

Esquadrão dos Valentes: O resgate do soldado feridoWhere stories live. Discover now