Capítulo 21 - Poderoso

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Enquanto Richard ia para a cozinha da mansão, Benjamim, o mais alto dos valentes subia ao segundo andar da casa para verificar os dormitórios. Edmundo, o mais baixo, foi também e ouviu as ordens de seu amigo.

— Eu vou para o lado direito e você para o esquerdo, pode ser que Brian esteja em algum destes quartos.

Os dois seguiram em direções opostas e Benjamim, que não tinha medo de nada, entrou em um quarto que estava com a porta aberta. Ao entrar ele se deparou com um homem de meia idade sentado em uma escrivaninha.

— O que você quer? — perguntou o homem asperamente.

— Me desculpe senhor, pensei que o quarto estava vazio.

— Se enganou meu rapaz, eu moro aqui há anos.

— Procuro por um amigo, seu nome é Brian, achamos que ele está preso aqui.

— Isso é um absurdo, não tem ninguém aqui além de mim, agora se retire imediatamente!

Benjamim pediu licença para o homem, mas quando se retirou do quarto sentiu algo muito estranho. Uma luz branca envolveu o seu corpo por alguns segundos e ele sentiu-se mais forte.

Seus olhos também ficaram brancos e brilharam. O soldado, sorrindo, voltou sua atenção para o homem que se espantou com o ocorrido.

— O que aconteceu?

— Não sei, mas estou me sentindo poderoso.

O valente número um olhou para os seus braços e voltou para dentro do quarto. Ele fechou a porta com tanta força que a quebrou, assustando o homem.

— Agora tenho certeza de uma coisa, você está mentindo! Diga onde está o meu amigo!

— Já falei que não sei de nada, sugiro que se retire dos meus aposentos imediatamente!

— É mentira! Quem é o senhor? Fale! — gritou Benjamim.

— Se você não sair, terei que chamar as autoridades!

— Então chame, vamos esclarecer como um homem mora há anos em uma mansão abandonada.

O homem permaneceu sentado, por isso Benjamim puxou a sua espada e a colocou no pescoço dele.

— Quem é você? Responda!

­O homem ficou com os olhos vermelhos como sangue e respondeu com uma voz ameaçadora.

— Eu sou seu maior pesadelo!

O homem alterou a sua forma e ficou do tamanho de Benjamim. Seu rosto mudou e seu aspecto parecia o de um homem morto.

Ele jogou um pequeno vaso no soldado que se defendeu com seu escudo. Benjamim tentou atingir o homem com a sua espada, mas ele se defendeu do valente com uma cadeira.

— Moleque insolente, você não pode me derrotar, é apenas um soldadinho que ainda usa fralda, posso sentir o medo dentro de você, saia desta casa!

— Vou sair sim, mas apenas com o amigo que vim buscar.

Benjamim atingiu o homem no joelho usando a sua espada e o fez cair sentindo muita dor.

— Me responda, onde está o meu amigo?

O homem, muito enfraquecido respondeu com voz baixa.

— Você não poderá soltá-lo, desista moleque.

O homem fechou os olhos e desapareceu em meio a uma névoa negra.

Ao mesmo tempo em que Benjamim travava uma briga, Edmundo passou em frente a um quarto e viu uma menina sentada na cama chorando com a mão no rosto. Edmundo se aproximou e perguntou.

— Oi, algum problema?

— Problema nenhum! — respondeu a menina com agressividade. Os olhos dela estavam vermelhos e o rosto cheio de cicatrizes. Edmundo caiu no chão assustado e a menina imediatamente mudou o seu semblante dando lugar a um belíssimo e meigo rosto.

— O que você faz aqui?

Edmundo se levantou e reconheceu que se tratava de Evelyn, a sobrinha mais nova de Keila, jovem pela qual ele tinha se apaixonado.

— Minha tia me mandou ficar aqui, mas faz tempo que estou sozinha e fiquei com medo.

— Sua tia sequestrou Brian, você sabe onde ele está?

— Sei sim, eu levo você até lá, também não concordo com o que ela fez.

Os dois saíram do quarto e Evelyn mandou o valente entrar em um quarto que tinha uma grande porta branca dizendo que eles poderiam descer ao térreo da casa por ali.

Edmundo entrou no quarto com pressa e foi cercado por dezenas de seres com aproximadamente um metro de altura. Eram os seres infernais que o encurralaram e o desarmaram.

— Eu até achei você interessante, mas estou apenas cumprindo ordens. A gente se vê por aí gatinho, agora, os seres infernais vão cuidar de você.

Evelyn fechou a porta e os seres infernais prenderam a Edmundo com uma corda. Em seguida eles jogaram um cofre muito grande e pesado sobre Edmundo, o que seria o fim do soldado número oito, mas algo impediu que ele fosse atingido.

Esquadrão dos Valentes: O resgate do soldado feridoWhere stories live. Discover now