Capítulo 33 - Atrasados

228 144 4
                                    

— Você ganhou essa luta meu jovem, mas não chegará a tempo para a festa em Peniel. Voltaremos a nos encontrar em breve Benjamim, muito em breve...

Arthur desapareceu e algumas tochas que estavam apagadas voltaram a iluminar o local.

Benjamim colocou Brian no ombro e Amanda olhou para a sua tia como que pedindo desculpas, em seguida ela seguiu o líder dos valentes até o local onde havia um grande precipício.

O valente hesitou por um instante, mas uma voz poderosa o incentivou.

— Tome impulso e pule, você consegue!

O valente tomou impulso e pulou com Brian no ombro, depois ele voltou e buscou Amanda. Rapidamente o trio saiu das cavernas e chegou à frente da mansão onde estavam Cezar e os demais.

Eles comemoram muito a libertação de Brian e Evelyn tomou um grande susto ao ver Amanda com Benjamim. Ela sabia que sua prima gostava dele, mas jamais imaginaria que ela daria as costas para sua tia, mesmo porque Keila sempre demonstrou ter preferência por Karen e Amanda.

Benjamim perguntou por Eric e Cezar respondeu que ele ainda não tinha vindo buscá-los.

Eles saíram da frente da casa e ao passarem pelos portões do casarão suas camisetas voltaram a ficar camufladas em tons de verde. Elas não apresentavam nenhum rasgo e nenhuma sujeira voltando a estar como no início da busca.

Cezar olhou para o seu celular que voltou a funcionar.

— Faltam trinta minutos para o culto começar.

— Se o Eric não chegar agora, não vamos chegar a tempo. — disse Augusto.

— Tudo minha culpa. — falou Brian que agora estava revigorado.

— E agora? Já escureceu. Como a gente vai pra lá? — lamentou-se Edmundo.

Desanimados, os valentes ficaram parados olhando para a estrada que dava acesso a mansão e avistaram um sinal luminoso de um grande carro que se aproximava. Cezar pensou que era Eric e se surpreendeu ao constatar que o carro era um velho furgão.

Longe dali, na igreja, a pastor Anderson subiu ao púlpito e dobrou os seus joelhos para orar. Era seu costume iniciar o culto trinta minutos antes com uma oração.

O carro que parou em frente aos valentes era do seu Alberto, que tinha vindo fotografar o casarão para ilustrar uma história que pretendia escrever para o jornal a respeito da velha mansão. Ele não esperava encontrar os jovens por lá e perguntou com cara de espanto?

— O que vocês estão fazendo aqui?

— É uma longa história professor. — respondeu Cezar que fez um pedido.

— Será que o senhor poderia nos levar para Peniel com urgência, o carro que vinha nos buscar não veio e vamos perder a festa da igreja.

— Mas é claro meu filho, daqui eu iria para lá mesmo. Amanhã eu volto para bater as fotos do casarão. Posso levar duas pessoas na frente e o restante terá que ir de pé atrás. Tudo bem?

— Não tem problema professor, Deus abençoe o senhor. Vamos jovens, vamos! — ordenou Cezar com muito entusiasmo.

Os valentes entraram no carro e se ajeitaram na parte de trás enquanto as sobrinhas de Keila ficaram na frente. A cada freada, eles iam de um canto para o outro e não paravam de rir com a situação. Natália sentou-se no único banco que tinha atrás do furgão e se divertiu ao ver alguns dos meninos caírem no chão.

Na igreja, o pastor Anderson se levantou da oração pontualmente às dezenove horas, e pediu como era de seu costume para cantarem três hinos bem conhecidos.

Ao terminar o último hino, o pastor, com uma expressão triste ia comunicar que os soldados estavam atrasados quando foi interrompido por Adriano.

— Os jovens chegaram e Brian está com eles.

— Glória a Deus, mas já estão prontos para se apresentar?

— Espere alguns minutos e eles já entram.

O pastor, emocionado, pediu para que um dos músicos da igreja cantasse mais um hino enquanto os valentes se preparavam.

Natália correu para o banheiro e colocou as roupas que usaria para participar da peça junto com as meninas. Ela pediu para que uma menina levasse as roupas que ela vestia para Nicolas e foi para o corredor lateral da igreja onde as onze meninas aguardavam para entrar, mas Cíntia a puxou pelo braço.

— Natália, é para você entrar comigo. Como não sabíamos se você viria, colocaram a Júlia para entrar primeiro.

— O quê? Nem pensar!

A guerreira, enfurecida, passou por todas as meninas e se colocou a frente. Júlia não falou nada, mas uma das meninas protestou.

— É para você entrar com a Cíntia.

— Eu vou entrar primeiro! Meu lugar é aqui! — gritou Natália com um olhar desafiador.

Alice e suas amigas estavam juntas vendo as jovens se arrumarem e vibraram com a atitude de Natália que piscou para as suas alunas de judô. A esposa de Adriano viu a postura de Natália e balançando a cabeça negativamente respondeu.

— Tudo bem, você entra primeiro.

— Quero ser igual a ela quando ficar maior. — comentou Alice que teve sua atenção chamada pela líder da mocidade.

— O culto já começou e vocês deviam estar lá dentro.

— Porque a gente não pode ficar aqui, a igreja está muito cheia.

— Concordo com você Karol, mas não adianta reclamar, vamos.

Alice exercia papel de líder entre as suas amigas e elas foram assistir à apresentação.

Finalmente o louvor terminou e o pastor pediu que a apresentação dos soldados tivesse início.

Esquadrão dos Valentes: O resgate do soldado feridoWhere stories live. Discover now