Capítulo 20 - Banquete

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Augusto e Daniel voltaram para o vagão onde tinham deixado os seus escudos e o soldado número dois ordenou.

— Vamos pular!

— Você ficou louco Augusto, nós vamos morrer!

— Vamos soldado! — Augusto puxou a Daniel e os dois pularam do trem em movimento. Eles não se machucaram e em seguida viram o trem desaparecer.

Keila observava tudo o que acontecia de dentro da caverna com imagens projetadas em uma rocha e reclamou.

— Malditos, eles escaparam, mas a batalha apenas começou!

Ao mesmo tempo em que Augusto e Daniel estavam no trem, Cezar entrava no casarão com os valentes.

— Caramba, esta casa parece uma cidade de tão grande. — comentou Richard.

— Vamos nos separar para procurar Brian, ele tem que estar em algum lugar desta casa.

Cezar ordenou que Lucas ficasse nos portões que davam acesso ao casarão esperando Augusto e Daniel retornar. Richard foi para a direita onde ficava a cozinha, o que deixou o jovem contente.

Edmundo e Benjamim subiram para verificar os quartos da parte de cima da casa enquanto Edson foi enviado para o lado esquerdo onde havia grandes salões para festas.

Thomas e Emerson foram escalados para ficar em frente à mansão e Lúcio foi para a biblioteca. O capitão mandou Lúcio ficar atento.

— Se você escutar qualquer barulho venha correndo me avisar.

Antes de sair, Richard fez uma pergunta para Cezar.

— O senhor conhece esse lugar muito bem, já esteve aqui professor?

— Estive sim, mas agora não dá tempo de falar sobre isso.

Enquanto Cezar dava ordens aos valentes, Keila observava os movimentos deles ao lado de Amanda.

— Esse tal de Richard é metido a pregador e gosta de bancar o engraçado, mas agora nós é que vamos acabar com a graça dele. — ironizou a maligna.

Richard chegou à cozinha e gritou pelo nome de Brian. Um jovem alto, vestido de preto e vermelho o abordou.

— O que você está fazendo aqui?

— Eu procuro por um amigo, e você, o que faz aqui? Que eu saiba não mora ninguém aqui.

— E não mora mesmo, e você vai embora agora!

O guardião puxou sua espada e Richard também pegou a sua. Quando os dois iam se enfrentar Arthur chegou e mandou que parassem. O vilão estava com roupas normais, mas Richard o reconheceu pela cicatriz que havia em seu rosto.

— Calma meus jovens, não há motivos para brigarem.

Richard percebeu que estava em perigo porque Arthur era muito poderoso.

— Eu já estava de saída pessoal.

— Ainda não vá meu jovem.

Arthur ergueu a mão e fez a porta atrás de Richard se fechar, em seguida o vilão o convidou a saborear uma refeição com ele.

Os três sentaram-se a mesa e Arthur pediu para que Richard se servisse do grande banquete que estava a sua frente.

— Vamos soldado, coma a vontade.

­ Richard sentou-se longe dos dois e inclinou a cabeça para agradecer a Deus pelo alimento, mas uma voz ecoou em sua cabeça dizendo o nome de Daniel. O soldado olhou para Arthur e disse em voz alta.

— Daniel!

— Que Daniel? — perguntou Arthur.

Richard levantou-se da mesa apressadamente.

— Me desculpe, mas não posso mais ficar aqui, agradeço o banquete, mas fui.

— Você se recusa a comer uma refeição oferecida por mim, é muito ousadia sua, meu jovem!

— O profeta Daniel não se contaminou com o banquete que foi servido na Babilônia, senti no coração que não devo comer desse banquete também.

Richard não conseguiu abrir a porta e a luz na cozinha diminuiu. Arthur levantou-se da mesa e num piscar de olhos se transformou em Escuridão. Com uma voz rouca e tenebrosa ele deu um recado ao soldado.

— Antes de você ir, veja o futuro que eu posso te dar.

Escuridão fez aparecer à imagem de Richard pregando. No lugar onde ele estava muitas pessoas vinham ao púlpito e jogavam dinheiro aos seus pés.

— Eu posso fazer de você um pregador rico e famoso, lhe ensinar técnicas para que as pessoas acreditem em tudo o que você fala.

— Você está certo, eu quero ser um pregador, mas prefiro que Deus me oriente e me capacite. Não posso e não quero aceitar a sua oferta.

Escuridão não gostou da recusa do valente.

— Uma pena, então avise a Cezar que vocês não são bem-vindos aqui, deixem este lugar imediatamente.

O vilão virou-se para o guardião das trevas e ordenou.

— Acabe com ele!

Escuridão sumiu e o ambiente voltou a ficar claro. Richard tentou abrir a porta, mas não conseguiu e o guardião das trevas avançou sobre ele.

Richard ergueu o seu escudo e se defendeu. Os dois duelaram pela cozinha e durante a briga quebraram a mesa. Os alimentos que estavam nela caíram e larvas saíram de dentro deles.

— Eca, que nojo, então esse é o banquete que vocês me ofereceram?

— Você é medíocre, não tem a menor chance contra mim.

— Rapaz, você tem um narigão, ao invés de ser guardião das trevas, devia ser um guardião de oxigênio.

O guardião não gostou da piada de Richard e o atacou com mais força. Irritado, o guardião abriu a sua guarda e Richard o atingiu na perna, assim o valente passou a levar vantagem na luta, mas uma guardiã das trevas apareceu de surpresa e lançou um vaso nas costas do soldado de Peniel tirando o seu equilíbrio.

Esquadrão dos Valentes: O resgate do soldado feridoWhere stories live. Discover now