Capítulo 2 - Visão

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O pastor Anderson dobrou os seus joelhos teve uma visão onde alguns rapazes vestidos de soldados, armados com espadas e escudos dourados estavam em frente à igreja. Ele ficou o resto da noite pensando na visão e ligou para Cezar dizendo que precisava falar com ele pessoalmente após o culto de domingo.

Cezar era professor de história em Peniel e aos domingos ministrava aula de ensino bíblico para os jovens. Ele era um líder muito respeitado e ouvido entre os membros da igreja.

Após a aula, havia o culto que naquele dia acabou pontualmente ao meio dia. O pastor reuniu-se com Cezar e contou sobre o seu encontro com Arthur e da visão que tinha tido. Cezar também contou do seu sonho e perguntou.

— O senhor tem certeza que era mesmo Arthur? Ele deve estar muito velho.

— Era sim, não tenho dúvida, ninguém mais do que ele tem tanto ódio desta igreja. Temos que nos preparar para o pior, ele vai nos atacar e tenho quase certeza que será pouco antes da nossa festa.

— No fundo do meu coração eu sempre soube que ele voltaria. Então não há dúvidas de que devemos montar um grupo de jovens soldados para defender a igreja.

— Sim Cezar, mas vamos orar para Deus nos mostrar a direção certa do que devemos fazer.

Anderson se levantou para ir embora, mas outros líderes da igreja que pretendiam discutir sobre a festa de 200 anos da igreja chegaram ao seu gabinete. Surpreso, Anderson lembrou-se que havia marcado uma reunião.

— Confesso que havia me esquecido desta reunião amados irmãos, mas vamos começar. Na terceira semana de julho nos realizaremos a nossa festividade anual com a participação de nossos jovens. Além disso, no mesmo mês vamos comemorar os 200 anos de fundação da nossa igreja, portanto, essa festa terá que ser inesquecível.

Como era de seu costume, Cezar tomou à dianteira e falou.

— Vamos apresentar a peça do soldado ferido, vamos escolher alguns rapazes para uma peça onde eles se apresentam como soldados.

O pastor lembrou-se da visão que havia tido na noite anterior e ficou olhando para o horizonte sem responder, ele teve a sua atenção chamada por um irmão da igreja perguntando se ele aprovava a ideia.

O pastor perguntou como seria a apresentação e o professor explicou que os meninos se vestiriam de soldados entrando com as espadas dentro da igreja, depois sairiam e voltariam fingindo estarem machucados. Depois, algumas meninas os ajudariam a se levantar. Cezar deu mais alguns detalhes e agradou a todos.

Após a reunião, Cezar chegou atrasado para almoçar em sua casa. Sua esposa não reclamou, mas avisou que seus filhos já tinham almoçado. Ele ficou sozinho com Janet a mesa e contou da visão do pastor Anderson, além da volta de Arthur.

Quando ele contou de Arthur sua esposa ficou muito nervosa porque sabia que ele tinha um grande ódio por seu marido, e que poderia tentar atingir seus filhos como vingança.

Cezar contou que pretendia montar um esquadrão com alguns jovens para defender a igreja e garantiu que nada de mal aconteceria com ele e com seus filhos.

O professor perguntou onde estavam seus filhos e Janet informou que Benjamim, o mais velho, tinha saído com os amigos, Cíntia, a filha do meio com as amigas e a mais nova, Alice, estava no quarto assistindo a um filme com sua prima e com algumas amigas da igreja.

Cezar sentou-se no sofá de sua casa e cochilou, mas acordou ao ver Benjamim entrar em casa com um pequeno gato no colo, o animal estava magro e machucado.

— Não acredito que você trouxe outro gato pra casa Benjamim.

— Mas pai, olha como ele está, vai morrer se ficar na rua deste jeito.

Benjamim falou mostrando muita compaixão e deixou o seu pai constrangido.

— Está bem, mas depois que ele ficar bom veja se alguém pode ficar com ele, já temos gatos o suficiente por aqui. Você tem o Jamanta, a Cíntia a Pipoca e a Alice aquela bola de pelo do Brancão.

À noite Cezar foi à igreja buscar alguns papéis junto com Benjamim. Algumas irmãs estavam em reunião no fundo da igreja e Cezar, sem querer interromper foi direto ao gabinete do pastor.

Ele abriu uma porta secreta que ficava atrás do estande de livros e entrou onde ficavam as armas da igreja. Ali estavam os escudos e as espadas douradas que ele pretendia dar aos soldados para defender a igreja.

Cada espada estava pendurada em um suporte e na frente do suporte, havia um escudo também dourado. Além das armas havia ali também uma bíblia branca que havia pertencido aos fundadores da cidade e da igreja de Peniel.

Cezar ficou olhando as armas e lembrou-se que as tinha usado quando jovem para defender a igreja. Ao sair, encontrou-se com alguém que não via há muitos anos e tomou um grande susto.

Esquadrão dos Valentes: O resgate do soldado feridoWhere stories live. Discover now