Capítulo 76: Bangladesh

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25 de agosto

Agora a viagem era mais longa, o que significava mais tempo sozinha com Rio. Em onze meses de relacionamento eles nunca estiveram verdadeiramente sozinhos e isso a assustava. Já ele, esperava ansiosamente por esse momento desde o primeiro dia e fazia questão de demonstrar, com a proposta mais louca até então.

- Eu estava pensando aqui... E acho que devíamos nos casar no mês que vem. O que você acha? – Tóquio se engasgou com a xícara de café.

- Está louco? Mal me acostumei com a ideia de noivado ainda. Nem completamos um ano de namoro – lembrou ela, tentando usar uma voz suave.

- Exato. Setembro é o mês que nos conhecemos, acho que seria poético casar no mesmo mês em que nos conhecemos – explicou com animação.

- Sim, seria romântico, mas não nesse setembro. Nos conhecemos no dia 4 de setembro o que significa que faltam poucos dias e... – Ela parou de falar ao ver que ele abriu um sorriso quando ela falou a data.

- Porque está me olhando assim?

- Você lembra o dia exato. Você nunca lembra datas – comentou com um ar apaixonado.

- É... Mas esse dia foi também o dia em que eu falei pela última vez com minha mãe – lembrou com tristeza, esfregando o olho. – Desculpe, não quis soar mórbida. – Ela largou a xicara de café e deitou a cabeça no ombro dele. Aquele sofá era terrivelmente confortável, ou será que era o calor dos braços dele mesmo?

- Sinto muito. – Ele a apertou mais forte em seu abraço. Não vamos usar essa data então, vamos usar uma data mais feliz, como por exemplo da primeira vez que transamos. – Ele a fitou de forma maliciosa e ela riu.

- Sim, apenas quatro dias depois. Ainda é cedo demais para esse ano – replicou ela.

- Com dinheiro é possível organizar um casamento em catorze dias – insistiu.

- O casamento sim, mas e as pessoas? Quer mesmo se casar se a presença dos seus pais e da sua irmã? Tenho certeza que elas me odiariam. E quanto aos nossos amigos com nome de cidade? Eu nunca pensei em me casar, Rio, mas se fizermos isso, tem que ser do jeito certo – afirmou com veemência.

- Como assim "se"? Já está mudando de ideia? – Ele ergueu uma sobrancelha desconfiado.

- Não. - Tóquio riu. – É que não estou acostumada com as coisas dando certo na minha vida – confessou.

- Pare com isso. Tudo que tinha que dar errado, já deu. Ele beijou o topo da cabeça dela e voltaram a prestar atenção no filme que passava na televisão há algum tempo. Enquanto isso na cabine, Nairóbi lutava para manter o cansaço distante, porém suas costas doíam e ela estava quase arrependida da ideia de pilotar o avião sozinha.

- Tem certeza que não quer fazer uma parada? O tempo está bom, coloque no piloto automático e vá descansar – insistiu Javier.

- Não, o casalzinho está lá sozinho, não sou louca de entrar agora – maliciou ela.

- Estão bem silenciosos, acho que não devem estar fazendo nada. – Os dois riram.

- Fica tranquilo com o meu cansaço, pois logo vamos parar em Bangladesh para reabastecer e esticar as pernas – garantiu ela.

- Que horas vai ser lá? Eu nem mais se vale a pena contar as horas com todas essas mudanças de fuso horário. – Ele riu.

- Quando saímos de Palawan eram 4 e meia da tarde, então seriam 9 da noite, mas com as duas horas a menos de fuso, vamos chegar as 7 da noite – explicou depois de pensar um pouco.

- Que confusão. Ao menos agora vamos começar a ganhar horas – completou otimista.

- Ao menos.

- Mas perai, nós vamos descer nos Emirados Árabes e não vamos sair pra dar uma voltinha? – Javier ergueu uma sobrancelha com ar divertido.

- Fica para a próxima – sugeriu Nairóbi com um tom carinhoso. Sua pressa no momento era chegar o mais rápido possível em seu próprio destino final e encontrar seu filho. Viagens pelo mundo ficariam em segundo plano por um tempo.

 Viagens pelo mundo ficariam em segundo plano por um tempo

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