COMPLETA - Sabemos o que aconteceu com o Professor após um ano depois do roubo, mas e os outros personagens? Como eles escaparam da polícia, onde estão? Essa fanfic tem como objetivo responder todas essas questões que ficaram abertas na finale de "L...
Uma semana havia se passado desde que eles finalmente haviam chegado naquele lugar que agora chamavam de lar. A mobília ainda era escassa, porém os aparelhos eletrônicos já recheavam praticamente todos os ambientes. Rio fez questão de instalar um sistema de automação em toda a casa principal, inclusive nos jardins. Eles podiam controlar praticamente tudo através de um aplicativo instalado em seus iphones e laptops.
- Assim é mais fácil ter controle da segurança enquanto estamos longe – explicou ele.
- Admita que você quer, é ficar assistindo as nossas transas depois. Para que outro motivo teria câmeras no nosso quarto? – alfinetou Tóquio com um sorriso.
- Talvez – concordou balançando a cabeça.
No entanto mesmo com a rotina entrando nos eixos aos poucos a menstruação de Tóquio ainda não havia aparecido então ela resolveu tomar coragem e comprar um teste enquanto fazia as compras do mês. Rio não a acompanhou naquele dia pois estava muito gripado então era a deixa perfeita para tirar essa dúvida de uma vez. O trajeto de barco demorava um pouco menos que uma hora e enquanto isso Juan puxava conversa com ela como de costume. O homem devia ter em torno de sessenta anos mas aparentava mais devido a sua pele enrugada e muito queimada pelo sol do Caribe. Ela mesma tinha que começar a se acostumar com o protetor solar pois já estava bastante bronzeada já que passavam mais tempo na piscina que em qualquer outro lugar.
- Em que vocês trabalham, Srta Serena? – perguntou o homem de repente enquanto ela mandava uma mensagem para Nairóbi dizendo que estava indo comprar o teste, finalmente.
- Como? – perguntou já que não estava prestando atenção nele, embora estivesse ao lado dele no iate. Sua habilitação ainda demoraria umas três semanas e ela queria acompanhar de perto para não esquecer nada.
- Desde que vocês chegaram, passam muito tempo em casa. Desculpe a curiosidade, é que para comprar esta ilha deve ser um trabalho muito importante – comentou ele com inocência.
- Finanças – respondeu simplesmente. – Mas guardamos dinheiro por anos para adquirir essa propriedade.
- Ah ações da bolsa de valores? Devem ser importantes – impressionou-se.
"Você nem imagina" pensou ela.
- Mas e aí largaram tudo para se esconder no Caribe? – continuou ele.
- É, estamos em busca de uma vida mais tranquila. Ainda não decidimos o que vamos fazer daqui para frente. Foi um tiro no escuro sabe?
A insistência dele no assunto estava deixando-a nervosa e ela daria tudo por um cigarro naquele momento, mas por pensar que poderia estar grávida tinha evitado cigarro e álcool na última semana o que deixou Rio bastante desconfiado.
- Desculpe incomodar a srta com tantas perguntas – acrescentou ele timidamente.
- Já disse para me chamar de "você". – Finalmente chegaram ao porto de Nassau e ela sentiu-se aliviada pelo fim da conversa. Juan a esperaria no porto enquanto ela seguia para a garagem onde eles guardavam um Ford Fusion preto. Rio queria comprar um carro esportivo mais chamativo, mas ela o convenceu que um sedan era um carro menos visado e na situação deles, quanto menos eles chamassem a atenção melhor.
Apesar da lista enorme de compras a fazer, a primeira coisa que ela procurou nas prateleiras da sessão farmacêutica do mercado foi o bendito teste de gravidez. Várias marcas a escolher e por via das dúvidas pegou um de cada. Suas mãos tremiam até mesmo por colocar aquilo no carrinho. Sentia-se julgada, sentia que a olhavam diferente por ter colocado aquele teste no carrinho ou talvez ela que estivesse ficando neurótica com isso.
De qualquer forma ela ainda não se sentia confortável com a liberdade. No fundo temia que tudo aquilo terminaria a qualquer minuto e sua vida voltaria a girar em torno de fugas da polícia. Sendo assim, fez o que tinha que fazer o mais rápido possível e voltou ao porto. Temendo que Rio abrisse as sacolas assim que ela chegasse, escondeu os testes de gravidez dentro de sua mochila, antes de chamar Juan para ajudá-la.
O trajeto de retorno foi mais silencioso e ela não sabia se era mais desconfortável o silêncio ou as perguntas que ela não podia responder de forma verdadeira. Por Deus como queria um cigarro! Pensou enquanto batia seus dedos ansiosamente no estofado do iate. Resolveu aproveitar aquele tempo para fazer pelo menos um dos testes, afinal com aquele calor ela já tinha bebido litros de água, então porque não aproveitar e unir o útil ao agradável?
Suas mãos tremiam enquanto abria a embalagem e lia as instruções. Aquele foi o minuto mais longo de sua vida. Ela estaria preparada para ser mãe? Algum dia estaria preparada para isso? Enquanto mil coisas passavam pela sua cabeça, o resultado saiu e ela simplesmente não sabia como se sentir a respeito. Ficou tão paralisada que talvez tenha ficado tempo demais dentro do banheiro.
- Está tudo bem, senhora? – Juan bateu na porta. – Já chegamos. – Ela rapidamente enrolou o teste em papel higiênico e jogou-o no lixeiro.
- Está, já estou saindo – respondeu respirando fundo e abrindo a porta como se nada tivesse acontecido.
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