Capítulo 89: Chegou a hora

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Raquel se foi no dia seguinte, porém o Professor não teve tempo de lamentar sua partida que logo surgiu outra novidade. Aparentemente o bebê de Mônica havia resolvido se adiantar e ela começou a sentir contrações durante o almoço.

- Precisamos leva-la para um hospital urgentemente – comentou Denver exasperado.

- Não! Deve ser alarme falso. Falta quase um mês ainda. Eu nem trouxe a mala da maternidade nem... Aiii – parou para soltar um grito de dor.

- Isso não parece alarme falso. – Tóquio arregalou os olhos, afinal ela não tivera muito contato com crianças desde que ela mesma foi uma.

- Não ele não pode nascer agora – insistiu ela.

- Avisa ele então, porque acho que sua bolsa acabou de estourar – comentou Nairóbi ao ver a água escorrendo pelas pernas dela.

- Merda! – exclamou ela e logo em seguida sentou-se gemendo demoradamente.

- Será que temos tempo de ir ao hospital? – quis saber Denver completamente nervoso sem saber o que fazer. Todos olharam para Nairóbi e Javier aguardando respostas, afinal ela era a única que já tinha ficado grávida e ele era médico.

- Vamos leva-la ao quarto para que eu possa conferir a dilatação dela. Por sorte eu trouxe minha maleta. Pegue lá para mim por favor, até que eu a ajudo a subir as escadas – pediu gentilmente Javier olhando para a namorada.

- Um minuto – ela correu prontamente. – Denver segurou Mônica pelo outro braço e começaram a leva-la para o quarto.

- E nós fazemos o que? – perguntou o Professor quase mais nervoso que o pai da criança.

- Bem, sentem e esperem o veredicto, afinal acho que a fome todos já perdemos, certo? Brincou ele.

Rapidamente Javier constatou que o parto evoluía rápido e não haveria tempo para leva-la ao hospital, sendo assim optou por fazer o parto ali mesmo já que o bebê estava na posição certa. Logo em seguida passou uma lista para o professor de coisas que iriam precisar assim que a criança nascesse e Tóquio fez questão de acompanha-lo nas compras pois toda aquela situação a deixava desconfortável desde sua quase gravidez. Antes de sair, ele disse que se quisesse Mônica poderia usar a banheira e ela não negou a gentileza. Nairóbi ficou com ela, fazendo comentários otimistas para acalma-la, lembrando-se de seu próprio parto e de como estava sozinha naquele dia. Invejou a rede de apoio criada em torno de Mônica e como ela tinha sorte por isso. Desejou por um momento que pudesse ter outro filho nessa mesma situação e de preferência com seu mais velho ao seu lado. Mas primeiro precisava criar coragem de encontra-lo.

Fugindo de toda a correria, o Professor e Tóquio pegaram o barco para o continente, porém a calma com a qual era pilotado estava deixando-a estressada.

- Nessa velocidade chegamos de volta quando o menino completar 1 ano – reclamou.

- Até onde eu sei partos costumam ser demorados – comentou ele calmamente. – Não que eu saiba muito – retificou, ajeitando os óculos escuros.

- Nem sempre. Minha mãe costumava dizer que por pouco eu não nasci dentro do táxi – lembrou com um sorriso triste.

- Sente muita falta dela, não? – comentou ele com um olhar paternal e ela apenas confirmou acenando com a cabeça.

- Também sinto falta dos meus pais, é reconfortante se acreditar que eles estão vivos em algum lugar olhando por você.

- Ou não. Se minha mãe está viva em algum lugar olhando por mim ela sabe o que fizemos. E com certeza não está orgulhosa.

- Acho que não depende do que você fez e sim do que você vai fazer daqui para frente.

- É...- deu de ombros e tirou a lista da mão dele para olha-la – O que é um cueiro? – Ergueu uma sobrancelha, mostrando-se confusa.

- É tipo uma manta, cobertorzinho de bebê. – Ele riu.

- Era mais fácil escrever cobertor de bebê então.

- Porque você estava tão ansiosa para fazer compras se não sabe o que é metade das coisas dessa lista?

- Porque eu adorei a desculpa para não ficar lá vendo Rio me olhar com aqueles olhos de gatinho do Shrek comentando como nós também deveríamos fazer um bebê logo – confessou, cruzando os braços depois de dobrar a lista e colocar no bolso do short jeans.

- Ao invés de fugir do assunto não seria melhor esclarecer de uma vez que você não quer ter filhos? – sugeriu ele.

- Mas eu não sei se não quero! – disse rapidamente para sua própria surpresa. – Eu só não quero agora. E eu já disse isso para ele um milhão de vezes, mas você sabe como ele é... – Suspirou.

- É eu sei. – Ele deu uma gargalhada pela primeira vez desde que Raquel havia partido.

- Além do mais... – fez uma pausa misteriosa. – Acha que eu seria uma boa mãe? Que tipo de exemplo eu poderia dar? – perguntou com insegurança.

- Srta. Silene acho que você pode ser e fazer o que quiser. Só depende do quanto você quer – afirmou com aquele olhar de sabedoria próprio dele.

 Só depende do quanto você quer – afirmou com aquele olhar de sabedoria próprio dele

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FANFIC - Bella Ciao (La casa de papel Fanfiction)Where stories live. Discover now