PRÓLOGO

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_Isso é ridículo Joanna! - disse olhando para seu perfil - como o RH admite um pirralho desses? Eu preciso de um estudante de arquitetura... Um estudante de Arquitetura!

_Ah, creeeedo, eu sei - me respondeu ela mascando chiclete - Marinho, foi ordem direto da gerente Lúcia, você sabe quão íntima ela é de senhor Sousa... Você não quer contrariá-la.

_Você tem razão... - Sousa era o Gerente de Site... Aquele prédio inteiro respondia a ele. Suspirei fundo e disse a Joanna para sair de minha sala, pois o trabalho do garoto ia começar.

Havia solicitado um estagiário para meu escritório, alguém com noções básicas de Arquitetura e sua burocracia, mas me mandaram um estudante de ensino médio para lidar com minha agenda e trabalhos de arquitetura e projetos... Era mais barato sua contratação... Esses imbecis! O que acham que estão fazendo?

Parei de pensar no que havia acontecido, tentando aceitar para gastar menos energia possível, então o avaliei... fisicamente. Apenas para me distrair.

Ele era meio encorpado, parecia que praticava esportes, barriga um pouquinho saliente, suava mesmo no ar condicionado, pele corada do sol, cabelo preto e bagunçado... Desnivelado... Sobrancelhas grossas e feitas, cavanhaque meio ralo e por fazer... Ele tremia de nervoso... Será por isso que estava suando?

_Sente-se Henrique. - disse a ele me virando para a janela.

_É Erik. - ele me disse com sua voz falhando.

_O trabalho é simples, eu mando e você obedece... Você precisa saber de minha agenda, precisa auxiliar a minha equipe, aqueles cinco que estão do lado de fora dessa porta... Todos arquitetos. Eles têm trabalhos internos e externos, eu tenho que saber tudo o que cada um faz, na hora que faz, e como vai fazer. E você se reportará diretamente a mim, auxiliando em questões... administrativas. Você entendeu?

_Erh...

_Ótimo, agora saia da sala, preciso de espaço para trabalhar.

Ele se levantou e saiu da sala. Eu não tinha tempo para ambientar nenhum estagiário a nada. Talvez Hélio o faça, ele adora dar uma de paizão por ser o coroão da equipe.

Se bem que esse Emerson é um bom partido... Deveria ter analisado ele melhor, assim poderia fantasiar com ele amanhã à noite se não conseguir pegar ninguém. Mas do jeito que estou cansado nem tenho certeza se vou para Mamma Famma amanhã.

O dia passou intenso, o tempo inteiro os incompetentes dos meus subordinados estavam enchendo minha paciência com erros simples. Havia dado bronca em todos, e o estagiário era o pior. Sua calça estava bagunçada, sua camisa irregular, sua dicção era horrível, seus relatórios incompletos, sua educação ao entrar na minha sala era deprimente. Lembro de ter gritado duas ou três vezes com ele até o fim da tarde.

No fim do expediente eu saí e deixei ordem de que todos só sairiam de lá com seus trabalhos em dias, incluindo o estagiário. Ele deveria aprender a trabalhar em uma empresa grande, não estamos mais no jardim de infância, ele precisa crescer.

Naquela noite fui para casa, sem distrações idiotas pelo caminho. Meu celular tinha mensagens de Rômulo, um microempresário com problemas de ejaculação precoce... Alto, peludo, pau médio, pervertido que é casado há vinte e cinco anos com a esposa e gosta enfiar em homens... E o faz muito mal... Pelo menos ele lambe e morde minha bunda, tentando me fazer ejacular.

Ele queria me ver, o disse que só estaria livre pelas oito da noite. Ele topou. Provavelmente vamos em um hotel caro, ele gostava de se mostrar poderoso, já que sua coisinha não consegue aguentar um simples sexo. Hump! Seu salário não é nem um quinto do que ganho. Seu corpo não é um quarto do que me chama atenção. Ele é mais um prêmio de consolação, quando você não tem mais nada o que fazer mas vai transar apenas para passar tempo.

FemmeWhere stories live. Discover now