CAPÍTULO 05 - NOVOS PLANEJAMENTOS

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-Mais uma vez sem seu namorado - eu falei tomando um drink rosa de que eu nem sei o quê

-Bixa a senhora bem que poderia parar de me passar na cara que meu boy magia é um embuste – respondeu Gabi – Eu sei que é, mas posso?

-Ainda bem que você sabe que ele é – retruquei – não vou ficar me estressando com você, mas eu acho engraçado você exaltar tanto ele enquanto ele...

-Não sai do armário? – ela me interrompeu com tons irônicos

-Não, não consegue ao menos parar com ataques homofóbicos onde quer que ele vá, inclusive em redes sociais... não sei como você aguenta!

-E seu boy, viado? Estudante? A senhora é pedófila agora? Desceu o nível de suggar daddy para dirty baby boy? – Gabi falou

-Cale essa sua boquinha, e abaixe essa sua bolinha, pois ele é maior de idade e... – parei de falar.

-E...? – Gabi insistiu sabendo o que eu iria dizer, suponho eu...

Na verdade eu imaginava sentir algo por ele... Essa relação é tóxica, e um clichê desmedido... Um patrão, o estagiário... Patrão mais velho, com dinheiro; estagiário mais novo e meio pobre. Bem, pelo menos eu sou passivo e uso lingeries e derivados, algo precisa sair dos padrões de clichês.

-E não é de sua conta – completei.

-Esse nível de Mamma Fama desceu há muito tempo – ironizou Gabi – olha só o nível das bixas... TSK!

-Olha, eu não vou ser complacente com suas ironias – retruquei para Gabi – Eu me vou, não tem nada de interessante aqui hoje, tchau!

-Ai grossa, me liga quando chegar em casa.

Vai sonhando... Hoje ainda estou cansado demais. Preciso tirar essa peruca, meu couro cabeludo está coçando.

Saí de Mamma Fama e entrei no primeiro táxi que vi, fui para casa. No caminho o idiota do taxista perguntou o que uma beldade como eu estaria fazendo ali dentro. Respondi algo de forma grosseira e com voz grave, o que assustou ele. Não me importo com esses otários idiotas que sentem atração por qualquer rabo de saia, e depois quando xavecam uma travesti, trans, drag ou qualquer coisa do tipo, ficam chocados, uns até com vontade de matar.

Na minha cama, tirei o vestido, sapato e adereços. Estava apenas de meia calça do tom de minha pele, unhas dos pés feitas e pintadas, uma calcinha bege específica para a ocasião. No rosto apenas uma expressão de tédio juntamente com batom rosa e uma maquiagem muito, mas muito nude. Nem cílios postiços eu coloquei.

-Sigh! – suspirei profundamente olhando o teto e pensando na possibilidade de um envolvimento afetivo com o fedelho do Emerson. Não temos, praticamente, nada que nos coloque contra o outro, digo, em relação de poder por conta de segredos ou outra coisa.

Na verdade eu ainda sou o seu chefe e poderia usar isso para conseguir o que eu quero dele.

E o que eu quero dele mesmo? Ficar jogando? TSK! Às vezes o nosso brinquedinho perde a graça.

E por falar nele... Ele estava ligando para mim.

-O que é – eu disse atendendo o telefone.

-Seu... Eu... – ele começou a resmungar ofegante.

-O que é que você quer, tenho mais o que fazer, não sou estudante como você – retruquei

-Você... eu te odeio... – ele disse ofegando ainda mais.

-Oh, querido, eu também te odeio – comentei – o que é que você quer? O que você está fazendo? Se masturbando ao ouvir minha voz?

-CALA A BOCA, SEU IDIOTA! EU VOU ME... DEMITIR... – ele ameaçou.

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