07- Vamos Aos Negócios

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-Tudo, eu estou disposto a tudo.

-Não me importava mais se precisaria posar de cueca na frente de turmas inteiras, andar em passarelas ou passar noites inteiras como manequim humano. Ao ouvir aquilo os olhos de Otávio ganham um brilho audacioso.

-Gosto muito de pessoas como você, Sebastian, gosto mesmo, mas antes de encontrarmos um lugar pra você tenho algumas notícias, umas boas e outras nem tanto. Mas antes gostaria de poder ver o que estamos negociando.- percebo sobre o que ele está falando.

-Você​ quer que eu tire a roupa?- pergunto meio desconfortável, sentia minhas bochechas queimando.

-Sim, você me entende, é de praxe, não precisa se envergonhar com isso, já vi muita gente na mesma situação, todos os modelos entendem isso.

Tiro a minha roupa ficando apenas com uma cueca preta. Otávio observa calmamente, podia sentir seus olhos me escaneando. Pelo visto ter vestido a melhor roupa que eu tinha não significava nada agora.

-Agora de costas.- pede ele, mas alguns instantes de observação se seguem.- você tem belos atributos Sebastian, tem a pele pura, sem tatuagens, isso é bom, a maioria das agências clama por isso, um corpo invejável, e pelos volumes que vi escondidos na cueca, tudo em seu corpo é um convite ao pecado.

-Obrigado, eu acho.

-Pode se virar, mas vamos falar sobre alguns detalhes, trabalhar no mundo da moda é algo complicado, São necessários cursos, desfilar, posar, tudo isso depende de muita técnica, meses de aprendizado, e pelo que me disse você precisa de dinheiro rápido.- assinto com a cabeça.- sendo assim acho que sua carreira de modelo pode ser dada como acabada bem aqui.

-Tudo bem, obrigado pela oportunidade.- digo eu pegando minhas roupas no chão.

-Ei! Espere aí, eu ainda não acabei, posso ver em seu rosto que realmente precisa de dinheiro, e é por isso que tenho uma outra proposta.- um sorriso travesso se abre, o mesmo que havia surgido quando dissera "muito mais" a duas semanas atrás na faculdade.

-Claro, estou ouvindo.

-Você disse que estava disposto a tudo, vamos ver o quanto isso é verdade. A cidade é um lugar grande, e maior ainda é o número de possibilidades que existem nela, cada pessoa é um oceano de variáveis, religião, cultura, estilo musical e intimidade sexual, existem pessoas que encontram conforto em escolher um par e dividir a sua vida com ele, enquanto isso existem outras que buscam mais, que se atrevem à experiência, apenas o prazer importa.

Sinto que estou ouvindo um discurso que já havia sido dito várias e várias vezes, e sabia exatamente do que ele estava falando.

-Você quer dizer prostituição?

-Não! Que palavra feia essa, não estou falando de algo tão vulgar, digamos que algumas pessoas bem afortunadas, financeira e mentalmente, precisam de companhia, uma companhia que pode ter intimidade a níveis mais elevados. A maioria dos nossos clientes são senhoras bem educadas, elas pagam bem, mas não sei se isso seria o suficiente pelo jeito que me procurou...- ele gira o dedo sobre a mesa, era óbvio que não havia acabado, parecia querer saber se aquilo seria o suficiente ou se queria ir em frente.

-Existe mais alguma coisa, não é?

-Ah sim, existem outros clientes, estes pagam muitíssimo bem, principalmente um deles, mas como deve imaginar, se trata de um homem.

Ao ouvir aquilo engulo a seco, minha mente exita mas logo em seguida penso em minha mãe.

-Não me importo, eu posso fazer isso.- quando digo isso ele abre um imenso sorriso.

-Muito bem meu jovem, nesse caso...- ele pega o telefone.- Lílian, peça para que o Hugo venha até aqui.

Alguns instantes depois um rapaz entra pela porta, era forte e tinha a cabeça raspada, vestia um terno cinza.

-Sebastian, esse é Hugo, amanhã é sábado, então ele o levará para algumas etapas de preparação no seu novo trabalho, rotina padrão antes do serviço. Acho que o que tínhamos para decidir hoje está feito, Hugo irá levá-lo até sua casa.

Então nos despedimos com um aperto de mão, me visto apressado e saio da sala  acompanhado de Hugo, silenciosamente repito algo que havia dito a pouco, "eu posso fazer isso".

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