61- Um Bom Samaritano Pecador - Parte II

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Como Trevor havia dito, a noite prometia, mas a verdade era que com Trevor qualquer instante era uma provável promessa, e não estou só me referindo a sexo, conversas se dobravam à sua vontade, seguiam o rumo que ele queria, era como o Sol conduzindo os planetas ao seu redor.

Pensar assim me faz criar uma certa expectativa sobre o jantar com meus pais.

A faculdade naquela tarde estava mais silenciosa do que habitualmente, include um pouco tediosa, talvez fosse apenas de que com o Imperador as coisas eram muito mais intensas do que o normal.

Quando as aulas acabam já estou esfregando os olhos para espantar o sono, saio da sala e sigo para o estacionamento quando dou de cara com Caroline, Tina, Igor e...

-Otávio?- pergunto assustado.

Ele olha para mim, seu sorriso se abre mas logo depois volta a um nível mais ameno.

-Sim, oi, Sebastian não é mesmo?- pergunta apertando minha mão.

Assinto com a cabeça, eu sabia que ele não tinha qualquer dúvida sobre o meu nome, era apenas encenação, mas para qualquer natureza eu não era mais do que um conhecido, seus negócios estava fora de questão, nem existiam.

-Como vão as coisas?- pergunto cordial.

-Ah, maravilhosas, tenho conseguido ótimos negócios para a Narcisus, exposições e até mesmo coisas maiores como ensaios fotográficos.- diz humilde como se não houvesse nada além.

-Parabéns! Eu também consegui um novo emprego.- digo.

-Ora ora, que bom. É o que dizem, quando um cresce todos crescem juntos.- diz com tangíveis segundas intenções.

-É.

-Mas se por acaso você precisar minha agência ainda está de portas abertas pra você, Sebastian, ainda tem o meu cartão.- pergunta com um tom meio insinuante.

-Acho que sim.- digo tentando parecer desinteressado.

-Pare de incomodar o Sebastian.- reclama Tina.- Uma pessoa com um corpinho desses não pode virar modelo, se for pra viver de aparência é bem melhor que ele seja garoto de programa.

Sua afirmação vêm de uma forma tão exata que por alguns instantes tanto eu quanto Otávio permanecemos observando um ao outro assustados. Mas o clima melhora quando Igor começa a rir.

-Quem me dera. Brincadeira, eu prefiro tentar a sorte seguindo como engenheiro.

-Vejam só, Igor sendo safadinho, precisamos sair um dia desses.- convida Tina, ele primeiro fica vermelho mas depois concorda.

-Eu não acredito que vocês estão tendo uma conversa dessas.- Caroline nos observava com estranhamento.

-Ah, Carol, vamos lá, precisa abrir sua mente um pouco mais, pra muita gente a prostituição é um trabalho digno, nem todo muito nasceu em berço de ouro, e as vezes a situação...- nesse momento ela se cala, ficando com um olhar pensativo.

Com isso Otávio esfrega as palmas das mãos.

-A conversa está boa mas o tempo não para e nem os compromissos esperam, até a próxima, foi bom rever todos vocês.

-Acho que eu também vou.- diz Caroline com um tom levemente descontente.- Quer uma carona Tina?

-Não, obrigada. Tenho algumas coisas pra fazer aqui ainda, umas pesquisas.- responde, com isso ela dá de ombros e vai embora.

-Sabe Sebastian, quando eu me formar você podia falar sobre mim já na Imperial Construtora, né?- pede Igor.

-Claro, vou comentar de você para o meu patrão.- prometo levantando a mão como um escoteiro.

-Obrigado.- diz estendendo a mão para um Toca aqui.

-Agora eu preciso ir, tenho uma pilha de trabalhos para acabar.- assim que se despede ficamos apenas eu e Tina.

-Ontem você não veio pra faculdade, não é?- pergunta ela.

-É, não, precisaram mais do meu serviço e por isso precisei ficar lá mais tempo.- digo.

-Hum, interessante.- diz ela.- O que você é mesmo lá?

-Sou um faz-tudo.- Não podia falar de uma promoção em menos de um mês, seria bem estranho.

-Interessante.- ela me encara depois segura meu queixo e sacode levemente minha cabeça.- Um garoto bonito desses deve fazer tuuudo muito bem.

Sua conversa começava a me assustar.

-Acho que eu também preciso ir agora.- digo tentando me desviar.

-Vai lá, eu vou pra biblioteca.- diz.

Poucas coisas eram tão idiotas quanto de despedir de alguém e seguir na mesma direção, por sorte ela pára pra atender o telefone e acena para que eu siga.

Quando finalmente chego no estacionamento me deparo com um carro conversível preto aonde geralmente ficava o carro da empresa, escorado nele estava Trevor.

-O que está fazendo aqui?- pergunto me aproximando.

-Entra no carro otário, vamos rezar.

Gay Por Dinheiro ( Romance Gay )Onde histórias criam vida. Descubra agora