CAPÍTULO DEZ

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Os exames tão aguardados e temidos chegaram na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts para os alunos quintanistas. A última prova era de Defesa Contra as Artes das Trevas e Aurora estava realmente muito apreensiva porque era a sua matéria de maior dificuldade. O professor Flitwick começava a aplicar as provas com um tom sério enquanto Aurora se recordava de todos os livros lidos e consultados sobre como se defender das Artes das Trevas.

Ao receber o seu exame, Aurora o analisou com uma dificuldade mínima pois o professor Flitwick havia pedido para Sirius e James ficarem em silêncio por cinco vezes seguidas. A senhorita Waterhouse passou o olho na segunda página e leu a pergunta de número dez em um tom de voz muito baixo.

— Cite cinco sinais que identifiquem um lobisomem. – cochichou e soltou uma risada inesperada — Eles aceitariam uma resposta como ele está bem atrás de mim?

— Algum problema, Waterhouse? – Flitwick perguntou ao reparar nos cochichos de Aurora.

— Nenhum. – ela respondeu com uma voz tímida e voltou a sua atenção à prova, em silêncio.

Aurora escreveu várias respostas em sua folha do exame de Defesa Contra as Artes das Trevas e as releu por dez vezes. Ela tinha a convicção de que nenhum aluno da sua turma se sentia tão inseguro se comparado a ela. Após alguns minutos, Waterhouse foi a primeira a abaixar a sua cabeça sobre a sua carteira. Ela olhou para os lados e ouviu cochichos de Sirius e James.

— Impossível. – Sirius se enfureceu — Eu ainda estou na terceira questão.

— Eu também.

— Calem a boca. – Remus cochichou aos amigos.

Aurora deu um sorriso de satisfação e voltou a descansar sobre a sua carteira. Os minutos se passaram com a maior rapidez da Terra e mais alguns estudantes terminaram as suas provas com olhares apreensivos e apavorados. A voz de Flitwick ecoou sobre toda a sala de aula e Aurora acordou de um cochilo.

— Descansem as penas, por favor! – esganiçou-se o professor Flitwick — Continuem sentados enquanto recolho os pergaminhos. Accio!

Mais de cem rolos de pergaminho voaram para os braços estendidos do professor Flitwick. Ele agradeceu aos alunos e deu à eles a permissão de saída da sala de aula. Aurora apanhou a sua mochila e ouviu as risadas de James, Sirius, Peter e Remus ecoando por todos os cantos.

— Você gostou da décima pergunta, Aluado? – Sirius perguntou.

— Adorei. – Remus respondeu imediamente — Cite cinco sinais que identifiquem um lobisomem. Uma ótima pergunta.

— Você acha que conseguiu citar todos os sinais? – perguntou James, caçoando.

— Acho que sim. – ele respondeu — Primeiro: ele está sentado em minha cadeira. Dois: ele está usando as minhas roupas. Três: o nome dele é Remus Lupin.

Todos os garotos riram e saíram em direção ao saguão. Aurora saiu da sala de aula logo após os Marotos e ajeitou a sua mochila em seus braços com um pouco de dificuldade. A garota derrubou alguns de seus livros no chão e se surpreendeu quando se abaixou para apanhar eles e os seus olhos se cruzaram com os olhos de Sirius e Remus.

— Ajuda? – eles disseram em coro. Ambos haviam lhe entregado todos os livros caídos.

— Quanta gentileza. – Aurora caçoou e guardou os livros em sua mochila — Obrigada.

— Ótimo jogo de Quadribol, Aurora. – Sirius sorriu ao se referir ao primeiro jogo da temporada em que Waterhouse havia sido a nova artilheira do time. O sorriso desmanchou de seus lábios ao levar um empurrão de Remus — Ei! Isso doí!

— Obrigada, o jogo não foi tão espetacular. Eu só fiz o meu dever. – Aurora deu risada com a atitude proposital de Remus — Vejo vocês mais tarde. Eu preciso ir à biblioteca.

— Até mais. – Sirius se despediu e se virou para ir embora.

— Ei, Aurora, espera! – Remus gritou atrás de Aurora e acompanhou os seus passos lentos — Eu posso te acompanhar até a biblioteca?

— Claro. – Aurora gaguejou.

Aurora e Remus andaram por alguns corredores cobertos de alunos que conversavam sobre os seus exames até chegarem à biblioteca. Aurora consultou Madame Pince sobre um livro na seção restrita que havia conseguido uma autorização do professor Flitwick para ler. A bibliotecária desconfiou da assinatura no pergaminho de autorização mas foi à seção restrita e voltou com o livro em mãos.

— Tenha cuidado. Este livro é o único exemplar da nossa biblioteca. – ela alertou a garota com um olhar sério e voltou ao seu trabalho com o seu espanador.

— Obrigada.

Aurora lutou contra os olhares curiosos de Remus dirigidos ao seu livro e caminhou até uma mesa com duas cadeiras na biblioteca. Ela abriu o livro e se surpreendou com uma maré de poeira que invadiu o seu rosto. Ela espirrou e tossiu alto e recebeu um olhar de censura de Madame Pince.

— A culpa não é minha se eu sou alérgica à poeira.

— Do que se trata o livro? – o garoto perguntou com a sua impaciência.

— Veja você mesmo. – Aurora empurrou o livro com as suas mãos até Remus. O livro se tratava sobre bruxos que se transformavam em animais — Já que não me contam nada, eu me dei o trabalho de ir atrás de um livro.

— Você os viu?

– Sim, na noite em que você me atacou. – Aurora clareou o assunto — Não se ofenda mas você na forma de um lobisomem me atacou. Eu vi os seus amigos se transformando em animais. Eles são animagos.

— E sobre lobisomens? Você não quer saber sobre eles? – Remus disse com um tom de ciúmes perceptivo em sua voz rouca.

— Eu sei muito bem sobre os lobisomens. – Aurora deu um sorriso de lado e Remus lhe lançou um olhar de quem seria capaz de beijá-la — Eu fiquei curiosa sobre os animagos. Até então, eu nunca havia conhecido um bruxo com esses poderes e me surpreendi ao saber que convivo com três animagos. É demais saber disso.

— Você me surpreende a cada dia, Aurora.

— O que você quer dizer com isso?

— Sabe, você é inteligente, curiosa, bonita, corajosa e talentosa. – ele sorriu — É muito elogio! Você não tem ideia do quão é difícil achar pessoas com essas características.

— Aluado. – Aurora riu — Eu agradeço mas você deveria ser um pouco modesto.

— É impossível quando se trata de uma pessoa como você, Aurora.

Ouvindo as suas palavras, Aurora foi quem sentiu o seu rosto gritando uma expressão que ela seria capaz de beijá-lo naquele momento.

COURAGE - REMUS LUPINOnde as histórias ganham vida. Descobre agora