CAPÍTULO ONZE

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As férias chegaram e os alunos não poderiam estar mais felizes. Aurora estava organizando os seus pertences com uma dor no coração porque se despedir de Hogwarts para voltar ao mundo trouxa era algo terrível. Os seus pais adoravam que Aurora era uma bruxa inteligente mas os vizinhos eram totalmente intrometidos para descobrirem o segredo de Waterhouse.

— Aurora. Você está bem? – a voz de Marlene interrompeu os seus pensamentos — Jurei que você tinha sido petrificada.

— Sim, eu estou bem. – respondeu.

— Então, nós precisamos ir. – Marlene abriu um sorriso.

— Já estou indo. – Aurora assentiu e se levantou da poltrona da sala comunal — Eu esqueci um livro lá em cima.

Marlene se despediu de sua amiga para descer as escadas até o saguão. Aurora permaneceu por mais alguns minutos na sala comunal e reparou em cada detalhe daquele lugar encantador e harmonioso. A garota se dirigiu até as escadas e subiu todos os degraus até o dormitório masculino. Devido ao seu instinto, Aurora sentiu que Remus era o único que ainda estava em seu dormitório. Ela bateu três vezes na porta e Remus a atendeu com um sorriso.

— Oi, Aurora. – ele falou — O que você está fazendo aqui?

— Eu também devo fazer a mesma pergunta. – Aurora deu um sorriso sarcástico.

— Eu estou procurando um livro. – Remus respondeu e abriu totalmente a porta. Aurora entrou no dormitório e começou a caminhar por todos os cantos — James esqueceu o seu livro de Poções. Eu não acho em lugar algum.

Aurora leu os pensamentos de Remus e descobriu um nervosismo em seus sentimentos. Enquanto o garoto procurava o livro de Poções de James, ela reparou em Remus. Tão bonito, ela pensou e continuou a olhar diretamente para o monitor da Grifinória. Por que você não o beijou na oportunidade certa, Aurora? Então, a sua mente soou essas palavras causando um arder em suas bochechas.

— Por que você está nervoso? – Aurora lhe perguntou e deu uma risada tímida.

— Nervoso? Eu não estou nervoso. – ele gaguejou.

— Nervoso? Eu não estou nervoso. – Aurora imitou Remus que havia gaguejado ao falar aquelas palavras para ela — Qual é, Remus? Você sabe do meu segredo. Eu leio os sentimentos das pessoas também.

— Eu estou nervoso. – ele se redimiu e se sentou em uma das camas do dormitório. Aurora se sentou ao seu lado e eles se encararam por alguns segundos que pareciam horas — Você sabe o porquê.

— Eu sei. – Aurora ajeitou os seus cabelos e deu um sorriso — Antes que você comece com a sua boa autoestima, eu também sinto o mesmo por você.

— O quê? – Remus arregalou os seus olhos.

— Não finja estar surpreso.

— Eu estou surpreso.

— Você não pode ser mais lerdo que os seus outros amigos.

— Longe de mim. – ele riu e os dois abaixaram os seus olhares.

Aurora e Remus ficaram em silêncio durante alguns minutos e voltaram a se olhar ao mesmo tempo.

— Nós vamos perder o trem. É melhor nós irmos andando. – Aurora se levantou da cama.

— Não. – Remus levantou da cama e segurou a mão direita de Aurora — Ainda não.

A proximidade de seus corpos deixou Aurora um pouco nervosa diante dos olhos castanhos de Remus. Sem pensar duas vezes, Remus e Aurora selaram os seus lábios em um beijo demorado. Remus colocou a sua mão nas bochechas rosadas de Aurora e eles se separaram após alguns minutos.

— Isso foi bom. – Aurora abriu um sorriso e Remus lhe deu um último beijo rápido.

— Se você andou lendo os meus pensamentos, deve ter visto que essa era a minha maior vontade dos últimos tempos. – ele cochichou.

— Pelo contrário, você me surpreendeu, Aluado.

Mais tarde naquele dia, as amigas de Aurora perceberam a diferença no comportamento da garota ao verem ela entrando com um sorriso radiante no Expresso de Hogwarts. Ela se sentou na cabine com Dorcas, Marlene e Lily que rapidamente começaram a rir da alegria de Aurora.

— O que há com vocês?

— Nós faremos as perguntas. – Marlene encarou a sua amiga. — Achou o livro?

— Livro? Eu achei ele! – ela mentiu e deu um sorriso de lado — Ele estava debaixo da minha cama.

— Aposto cinco galeões que você teve a ajuda de alguém. – Marlene caçoou ao olhar para a porta da cabine. Remus havia acabado de passar por ali com os seus amigos.

— Cala a boca. – Aurora se entregou com uma risada tímida — Nós nos beijamos.

— Por Merlim! – Dorcas exclamou, animada — Como foi?

— Incrível. – Aurora caiu levemente sobre o banco ao lado de Lily — Ele é uma graça.

As garotas continuaram conversando durante o caminho percorrido até Londres. Aurora jurou ter visto alguns vultos pretos na janela e um frio invadindo a imensidão do seu corpo. Ela não ligou ao se lembrar de que poderia estar presenciando apenas um dia de frio inesperado durante o verão.

— Isso está muito estranho.

— O que foi, Lily? – perguntou Aurora para a outra jovem de cabelos ruivos, que se abraçava com os seus próprios braços.

— É verão. – ela comentou — Por que está tão frio?

— Não se preocupem, já estamos chegando em Londres. O frio é passageiro. – Dorcas olhou a janela do trem — Ou são os dementadores.

— Dementadores? – Aurora ficou um pouco surpresa com a sua amiga — Eles não ficam em Azkaban? Não podem estar seguindo o trem até Londres.

— Vocês não leem o jornal? Eles estão procurando os seguidores de Você-Sabe-Quem.

— De Voldemort?

— Não diga o nome! – Marlene soltou um grito histérico para Aurora — É perigoso demais ficar chamando o seu nome.

— E se os vultos forem os seguidores? – Aurora fez uma suposição — Vocês sabem que eles vestem roupas pretas e máscaras e saem aparatando em todos os cantos.

— Bobagem, Aurora, são os dementadores. Se não fossem eles, não estaríamos congelando em pleno verão.

Aurora mordeu o lábio inferior, pensativa.

Talvez ela estivesse realmente certa em relação aos dementadores.

COURAGE - REMUS LUPINOnde as histórias ganham vida. Descobre agora