CAPÍTULO VINTE E TRÊS

13.3K 1.3K 533
                                    

Os olhos de Aurora se abriram lentamente e ela sentiu as mãos geladas de Remus tocando o seu rosto para analisar a sua temperatura corporal. A garota estava pálida, com os olhos marejados de lágrimas e ligeiramente suada como reação da maldição que concedia dor ao oponente em um duelo. Era a pior sensação e era quase impossível acreditar que alguém faria esse feitiço sem ressentimentos.

— Por Merlim. – Sirius suspirou de alívio — Eu achei que você não fosse acordar tão cedo.

— Sirius, você pode ser menos desagradável?

— Eu estou preocupado, é diferente. – o garoto se indignou — Ela é a minha melhor amiga e é a sua namorada, se ela não acordasse, nós estaríamos ferrados.

Aurora demorou alguns minutos para entender a situação, o feitiço havia transtornado diversas partes de sua cabeça e ela sentia uma forte dor em seus músculos. Remus notou a expressão confusa no olhar de sua namorada e acariciou os seus cabelos loiros e embaraçados.

— Ei, está tudo bem. Estamos em um lugar seguro. – ele deu um sorriso fraco com a intenção de acalmar Aurora — Como você se sente?

— Fraca.

— Ela precisa de água e comida. É melhor voltarmos para a sua casa, Remus. – Sirius concluiu ao notar a palidez intensa no rosto de sua amiga — Agora, ou ela vai acabar morrendo aos poucos.

— Não seja dramático.

— É sério. Eu não quero que você fique sem ela por um descuido. – Sirius demonstrava seriedade em suas palavras — Nós chegamos lá em menos de um minuto.

Remus e Sirius apoiaram Aurora em seus braços e caminharam até a saída de uma casa abandonada em uma rua deserta. O caminho foi silencioso e eles chegaram em menos de cinco minutos na casa da família de Remus.

— Você é pesada, Aurora. – Sirius riu e colocou a garota no sofá junto de Remus. Ele recebeu um olhar fraco de Aurora e sentiu uma dor de cabeça insuportável. Ele se sentou no sofá e se contorceu para os lados.

— Ela pode estar fraca mas ainda tem os seus poderes.

— Desculpa, Aurora. Eu não queria te ofender com a brincadeira. – Sirius se desculpou com gritos abafados e fechou os olhos ao sentir a dor se afastando aos poucos — Eu tenho medo dela.

— Vá buscar água e alguma coisa para ela comer com a minha mãe. – Remus pediu.

— Eu sou o seu elfo doméstico?

— Se ela morrer, eu te mato. Você mesmo disse que eu poderia perder ela por um descuido. – Remus retrucou com o garoto — Você só pode estar brincando comigo.

— Já vou.

Sirius resmungou algumas palavras sem nexo e arrastou os seus pés em direção a cozinha para buscar água e comida para Aurora.

— A minha cabeça está latejando de dor. – Aurora falou com dificuldade e Remus a olhou com atenção e carinho.

— Eu imagino mas você vai ficar melhor, eu lhe garanto.

— Aqui.

O garoto de cabelos escuros voltou com um cálice de água e um prato com tortas de abóbora e estava acompanhado da família Lupin e do irmão mais novo de Aurora Waterhouse, Edward. O menino de onze anos correu até a sua irmã e segurou a sua mão com cuidado e preocupação.

— O que aconteceu com vocês? – Lyall perguntou.

O garoto com cicatrizes lupinas envolvendo o seu rosto contou sobre o acontecimento recente. Por fim, Lyall decidiu comunicar imediatamente o Ministério da Magia sobre o ataque violento aos garotos.

COURAGE - REMUS LUPINOnde as histórias ganham vida. Descobre agora