CAPÍTULO DEZESSETE

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O sábado mais esperado pelos alunos do terceiro ao sétimo ano havia chegado. Era o dia da visita ao povoado inteiramente bruxo, Hogsmeade, que ficava ao lado da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Aurora estava animada para tomar a sua bebida favorita no Três Vassouras e para comprar alguns doces na loja Dedos de Mel.

— Você pode comprar alguns doces para mim. – o irmão mais novo de Aurora tentava convencer a garota antes que ela atravessasse para o exterior da sala comunal.

— É só me dar o seu dinheiro.

— Por favor, eu não tenho o dinheiro suficiente para te dar, Aurora. – ele deu um sorriso e viu Remus passar com Sirius ao lado de Aurora — Ei!

— É esse o problema de fazer amizade com uma criança. – Aurora encarou Remus e o seu namorado deu risada — Eu vou comprar o seu doce.

— Obrigado! Eu te amo! – Edward saiu correndo até o dormitório masculino.

— Mentiroso.

Aurora, Sirius e Remus caminharam pelas escadas com o intuito de chegarem até o saguão. A professora Minerva McGonagall estava junto ao zelador da escola para recolher as autorizações dos alunos para a ida até Hogsmeade.

— Não façam algazarras durante a visita até o povoado. – McGonagall lançou um olhar severo para Sirius — Alguma dúvida?

Sirius levantou a sua mão ao alto e recebeu um aceno de cabeça da professora de Transfiguração.

— Quem ganharia se um elefante e um urso brigassem? – Sirius falou e causou a risada de Aurora e Remus.

— Alguma dúvida construtiva? – McGonagall balançou a sua cabeça para os lados — Vamos andando.

— Era uma dúvida construtiva. – Sirius sussurrou e encarou Aurora — Não era?

— Sem dúvidas, Sirius.

Os três adolescentes caminharam com os outros alunos de Hogwarts até o povoado e o primeiro lugar que decidiram frequentar foi o Três Vassouras. Eles pediram cervejas amanteigadas. Aurora olhou para todos os cantos do bar e viu Snape sentado sem ninguém ao seu lado.

— O que foi, Aurora? – Remus perguntou, curioso.

— Nada. – ela mentiu e tomou um gole da sua cerveja amanteigada.

— Ela está de olho no Ranhoso.

— Não o chame assim. – Aurora lançou um olhar de censura em direção ao garoto de cabelos longos.

— Você ainda é amiga dele? – Sirius se virou para olhar Snape em uma mesa bem afastada.

— Algum problema? – ela franziu os lábios.

— Nenhum. – Sirius ergueu as suas mãos em um sinal de rendição.

— Vocês só não gostam dele por conta do James. É uma briga ridícula.

— Não me envolva nisso. – Remus se defendeu das acusações de Aurora.

— Você está envolvido, é monitor e nunca fez nada para impedir os seus amigos de infernizar a vida dele. – a garota alterou o seu tom de voz. Remus lhe lançou um olhar indignado e abaixou a sua cabeça.

— Ele chamou a Lily de sangue-ruim, Aurora.

— Sério? E você me ameaçou bem ali naquela mesa com um jornal. – Aurora encarou Sirius e apontou para a mesma mesa em que Snape estava sentado.

— Qual é, Aurora? Eu já falei que não foi uma ameaça. – Sirius se revoltou — Você acordou com mau humor hoje?

— Não foi uma ameaça no seu ponto de vista. – Aurora terminou a sua cerveja amanteigada e se levantou da mesa — Com licença.

— Aonde você vai? – Sirius perguntou.

— Não interessa.

— O que aconteceu com essa garota? – Sirius se virou para Remus ao seu lado — Eu não entendo elas. Por que você não vai atrás dela?

— Ela quer ficar sozinha. – Remus respondeu e viu Aurora saindo do Três Vassouras.

Aurora caminhou até um lugar vazio do povoado após ter visitado a loja Dedos de Mel em busca dos doces de seu irmão e se sentou em um banco em que uma criança estava sentada com a sua mãe. Aurora havia se irritado com Sirius e perdeu a sua paciência. O menino ao seu lado olhou para Aurora e cutucou o braço da garota para atrair a sua atenção para ela.

— Moça, você está bem?

— Sim. – Aurora fingiu um sorriso.

— Quer um sapo de chocolate? – a criança lhe estendeu uma embalagem fechada e Aurora não aceitou o doce.

— Não, obrigada. Eu estou cheia.

— Tudo bem. – a criança se levantou do colo de sua mãe — Eu vou embora. Tchau, moça!

— Tchau.

Aurora olhou em volta do povoado. Ela estava sozinha após a saída da criança com a sua mãe e não se sentia nada bem com a situação. Então, a garota se levantou do banco e foi em direção à uma grade, dali Aurora conseguiu ver a Casa dos Gritos, onde Remus se transformava em um lobisomem com a ajuda de seus amigos, Sirius, Peter e James. Ela ficou durante um tempo olhando para a casa e sentiu a presença de uma pessoa ao seu lado. Era Sirius e Aurora resolveu ignorar a sua existência até Sirius começar a chutar a neve no chão em direção dos pés de Aurora.

— Por que você é tão idiota? – Aurora chutou a neve na direção de Sirius. A neve atingiu até os joelhos do garoto - Até parece uma criança.

— Ser uma criança não é tão ruim.

— Amadurecer também não é tão ruim. Você deveria experimentar a sensação.

— Todo mundo diz a mesma coisa.

— Eu quero ficar sozinha. – Aurora caminhou para o lado direito — Você não entendeu? Vá embora.

— Eu daria tudo para ver como seria a sua reação se Remus estivesse aqui ao invés de mim. Aposto que você iria beijar ele ao invés de desprezar como está fazendo comigo.

— E tem algum problema nisso? – Aurora o desafiou — Sentindo ciúmes?

— Nenhum. – Sirius revirou os seus olhos — Por que eu estaria com ciúmes de você?

— Talvez seja porque você sentiu o cheiro do meu perfume na poção Amortentia.

— Não era o seu cheiro. – Sirius riu e mostrou nervosismo em suas palavras — Se você lesse a minha mente, você saberia de quem seria o cheiro.

— Xeque-mate, Sirius. – Aurora ironizou — Talvez seja por isso que eu sei que você está mentindo para mim agora, mas você parece não conseguir pensar direito.

Aurora deu uma risada ao ver a expressão confusa no rosto de Sirius e se afastou até o banco. Ela se sentou e Sirius se sentou ao seu lado, o que causou a ira de Aurora. Eles se encararam por alguns minutos e Aurora mantinha a expressão irônica em seu olhar profundo.

— Você não vai fazer nada. – Aurora alertou ao ler a mente de Sirius — Eu namoro o seu melhor amigo e você deveria ter o mínimo de respeito conosco.

— Eu sei. – Sirius murmurou, revirando os olhos.

— Além disso, eu não sou como as outras garotas com quem você está acostumado a se agarrar pelos corredores.

— Isso também é um problema.

— Por quê?

— Porque você é diferente delas e isso é o que mais me atrai em você.

Aurora ousou em se afastar do garoto sentado ao seu lado e acabou sendo em vão. Sirius roubou um beijo rápido de Aurora e a garota lhe deu um empurrão que o fez cair sobre a neve macia no chão.

— Você não deveria ter feito isso! – ela gritou e correu até sumir do campo de visão do garoto.

Sirius se levantou do chão, ajeitou a sua roupa e olhou na direção dos passos de Aurora. Ele viu a imagem de Remus, observando com um olhar devastado. Ele havia traído o seu melhor amigo e não conseguia acreditar em seu erro.

COURAGE - REMUS LUPINOnde as histórias ganham vida. Descobre agora