CAPÍTULO CINQUENTA

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A cabeça de Aurora começou a girar como se a mulher tivesse acabado de descer de um carrossel, embora os joelhos continuassem firmemente apoiados no chão frio do quarto. Aurora releu as últimas palavras da carta de sua única filha e dobrou o pergaminho, colocando o mesmo sobre a pequena mesa ao lado da cama.

A carta continha notícias sobre a escola. O cargo de Alvo Dumbledore estava sendo ocupado por Dolores Umbridge, graças ao recém-aprovado Decreto Educacional Número Vinte e Oito, e todos os alunos e alguns professores estavam preocupados com o fato.

— Pode ler. – Aurora apontou para a carta ao ver Remus entrando no quarto. Ele a encarou com estranheza e apanhou o pergaminho.

— Como exatamente essa maluca conseguiu o cargo de diretora? – Remus questionou, colocando a carta de volta à mesa.

— O Ministério impôs uma ditadura na escola. – Aurora colocou a mão na nuca — Eu espero que essa história não dure por muito tempo.

— Não vai. – ele tentou transparecer otimismo diante da situação — Você acha que ela continua machucando Hope?

— Hope não conta nada nas cartas. Por medo. – ela encarou o marido — Eu tentei mandar algumas cartas para Louis e Hermione, mas não foram respondidas ainda.

— Ela interceptou as cartas.

— Não duvido. – Aurora se levantou da cama com a ajuda das mãos — Você já se sentiu mal por querer ajudar mas não ter opções? Eu me sinto inútil.

— Os anos passam e você continua do mesmo jeito. – Remus se aproximou da mulher, depositando um beijo em sua testa fria — Hope é uma menina muito forte, assim como você, e tenho certeza de que ela sabe que você dá o seu melhor como mãe.

— Não me acho uma boa mãe.

— Os cartões de melhor mãe do mundo não valem nada para você? – ele franziu uma sobrancelha. — Devo admitir que são até melhores do que os cartões de lobos que eu ganhei nos últimos dezesseis anos.

— Os seus cartões eram mais fofos.

— Eu sempre disse quem seria o pai favorito. – Remus brincou, recebendo um tapa leve em seu ombro — Mais bonito também.

— Eu ainda me pergunto como me casei com você. – Aurora riu, revirando os olhos — Combinei com Sirius de visitá-lo hoje. Quer ir comigo?

— Por que não? – ele deu um sorriso convidativo.

Um forte súbito envolveu o corpo dos dois adultos, levando os mesmos até uma rua estreita, com placas indicando o endereço. Eles estavam no Largo Grimmauld. A mulher se atentou aos dois lados da rua e puxou um bilhete do bolso da calça, lendo novamente sobre a sede da Ordem da Fênix.

— Nada e nem ninguém é capaz de medir o nojo que eu sinto dessa casa. – Aurora resmungou.

Eles subiram as pequenas escadas na entrada da residência, sendo invadidos por um corredor amplo e escuro.

Ouviram-se passos arrastados e Aurora imediatamente reconheceu o elfo doméstico, Monstro, surgindo por uma porta no fundo do corredor. Ele exibia um semblante de exaustão e tropeçou nas pernas de Remus.

— Mestiço nojento. – Monstro reclamou — Minha patroa estaria com vergonha das atrocidades dentro da própria casa. Pobre senhora!

— É uma pena que ela não esteja aqui para contar a história. – o homem ironizou — Bem lembrado, era pobre de alma, espírito, coração e tudo que você nem é capaz de imaginar, Monstro.

— Como ousa?

— Monstro. – Aurora respirou fundo — Não queremos arranjar confusão. Você viu o Sirius?

COURAGE - REMUS LUPINOnde as histórias ganham vida. Descobre agora