CAPÍTULO TRINTA E NOVE

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— Eu acho uma péssima ideia não termos voltado para a sua casa.

— Fica quieto, Remus.

— O que deu em você? – Remus ignorou o pedido da namorada e continuou murmurando ao seu lado.

— Se você quiser ir embora, eu não dou a mínima. – Aurora procurou manter a paciência com o garoto — Pode ir.

— Eu só acho que é loucura ir atrás de pessoas que querem nos matar.

— Eu mandei você ficar quieto.

Remus se calou. Ele e Aurora caminhavam juntos até a casa da família McKinnon para certificar de que Marlene e Lily estavam bem e em proteção, já que Aurora havia tido um pressentimento ruim após encontrar os Comensais da Morte com o seu mestre. Quando chegaram próximo ao local, Aurora puxou Remus com força para se esconderem atrás de uma árvore, ele hesitou mas a jovem mandou ele ficar em silêncio com um olhar de reprovação.

— Às vezes eu tenho medo de você.

— Deveria ter a todo momento. – ela caçoou, e deu um sorriso fraco — Mas agora não é o momento para admitir coisas óbvias.

Eles voltaram à atenção ao redor da casa. As luzes estavam acesas e uma família estava reunida na sala de estar. O coração de Aurora relaxou diante da situação e ela escutou um barulho de folhas secas sendo amassadas por passos ali perto. Um vulto agasalhado capengou em frente ao jardim e os dois jovens mantiveram as suas varinhas em mãos. Em um segundo, Aurora percebeu Regulus com as mesmas companhias aparatando após o surgimento de uma névoa preta ao lado de Voldemort.

— A gente precisa de um plano. – disse Aurora, a voz desesperada. — É melhor a gente se dividir para cada lado deles. Assim, a gente pode atacar uma dupla cada um e acabar com essa merda de uma vez.

Remus segurou as mãos trêmulas de Aurora e ela ergueu a sua cabeça para encarar os seus olhos.

— O que foi?

— Vai dar certo.

— Eu sei. – ela falou, receosa — Eu estou com um pouco de medo. E se não funcionar? Você sabe... Droga, eu realmente odeio pensar nisso.

— Não precisa pensar. Nós vamos ficar bem. – Remus deu um beijo rápido em sua testa — A gente não pode perder tempo. Vamos.

Os adolescentes foram cada um para um lado dos Comensais da Morte com cautela e as varinhas ainda em mãos, assim, eles se encontravam prontos para duelar se fosse necessário. Aurora estremeceu ao ver a virada brusca de Regulus para olhar em sua direção. O garoto franziu o cenho ao notar a sua presença, sendo que havia mandado ela ir embora para não ser vista pelo bruxo das Trevas. Ao contrário do último encontro entre eles, Regulus apontou a sua varinha para ela e murmurou um feitiço para atingir Aurora.

— Protego! – Aurora gritou, impedindo o feitiço de Regulus — Expelliarmus!

A varinha de Regulus voou ao chão e ele fez uma expressão de indignação em seu rosto, enquanto Remus duelava com os outros Comensais da Morte. Uma explosão de barulhos e feitiços encheu a rua e Regulus tornou a duelar com Aurora, até ser estuporado pela garota em um último ato. De repente, o vulto encapuzado surgiu em frente ao corpo caído de Black e apontou a sua varinha em direção, lançando um feitiço de cor verde.

O corpo de Remus paralisou por alguns instantes e um vazio alimentou a sua mente ao ver Aurora quase sendo atingida pela maldição Avada Kedavra. O pior destino não ocorreu por um desvio de menos de três centímetros.

Os olhares de Remus e Aurora se encontraram e o garoto deu um sorriso aliviado ao ver a sua namorada viva após um tempo de angústia.

Por outro lado, o sorriso frio de Voldemort se desmanchou ao ver que Aurora continuava duelando com ele.

— Você é mais feio do que me contaram. — ela desafiou e um raio vermelho irrompeu de sua varinha, estuporando o bruxo.

— Como ousa? – um dos Comensais da Morte gritou, e Aurora reconheceu a voz de Greyback — Bellatrix quer matá-la, mas eu vou fazer este favor para ela.

— Vá em frente. – Aurora zombou do homem. Ele segurou firmemente a varinha, encarando ferozmente a jovem em sua frente — Eu ainda não entendo a obsessão de acharem que eu tenho medo de vocês.

— Crucius!

Aurora impediu a maldição com um feitiço de proteção rápido e deu um sorriso vitorioso por não ter sofrido novamente a dor perturbadora. O homem indagou diante da situação e sussurrou um feitiço desconhecido, atingindo em cheio o lado esquerdo do rosto de Aurora, ela sentiu um líquido pegajoso e quente escorrendo por seu pescoço. Apesar de estar atordoada, ela apontou a sua varinha em direção ao rosto coberto de pelos escuros de Fenrir Greyback e revidou com a mesma maldição, desejando profundamente fazê-lo sofrer. O corpo do lobisomem se contorceu e saltou do chão.

— Essa é por todas as crianças que você atacou, seu nojento. – Aurora gritou e pisou no braço exposto de Greyback.

No momento, o único sentimento expressivo de Aurora era ódio e desgosto. Ela notou o último feitiço sendo lançado da varinha de Remus até o último homem em pé. Um vento gelado encontrou as costas de Aurora e o ar irrompeu de vultos escuros, desaparecendo com os Comensais da Morte e o Lorde Voldemort.

— Você me deu um susto. – Remus correu até o encontro de Aurora. Ela abriu um sorriso nervoso — Eu acho que nunca estive tão angustiado na minha vida.

— Não é a primeira vez. – ela lembrou do duelo contra Bellatrix Lestrange na enfermaria de Hogwarts e a voz de Greyback ecoou em seus pensamentos — Ele disse que a Bellatrix quer me matar.

— Depois dessa noite, é mais provável você matar ela antes.

Remus abraçou Aurora em um ato rápido e eles entrelhaçaram os dedos de suas mãos. A garota verificou a residência da família de Marlene McKinnon pela última vez antes de partir para a sua casa, e soltou um suspiro de alívio momentâneo. O bruxo Voldemort retornaria, e ela estava certa desse fato, mas desejou que a guerra acabasse e a paz reinasse no mundo bruxo para não precisar passar por essas lutas nunca mais em sua vida.

No primeiro dia de setembro, Aurora acordou ansiosa para iniciar o seu último ano letivo na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Ela dirigiu-se à barreira entre as plataformas nove e dez, atravessando a parede sólida com o seu irmão e o seu namorado. O Expresso de Hogwarts surgiu em sua frente, um trem vermelho a vapor, soltando baforadas de fumaça na plataforma cheia de bruxos de todas as idades.

— Eu não sei o que vou fazer quando vocês terminarem o ano. – disse Edward, chateado. Aurora, Remus e os outros amigos terminariam os estudos e Edward continuaria na escola para o seu terceiro ano — Eu realmente gostaria de ser o irmão mais velho.

— Você precisa fazer amigos da sua idade.

— Eles não são legais como vocês.

— A detenção é um ótimo lugar para fazer amizades.

A voz de Sirius ecoou nos ouvidos dos três estudantes e ele deu um sorriso amigável ao ver os amigos. Aurora abriu um sorriso contagiante e abraçou o melhor amigo, deixando-o encabulado com a situação e Sirius retribuiu após se lembrar da apreensão anterior diante da notícia de que Remus e Sirius haviam batalhado contra o próprio Voldemort.

— E nós dois vamos para a detenção se não parar de agarrar a minha namorada. – Remus brincou, e os amigos se soltaram do abraço. Eles se cumprimentaram com um toque de mão.

— Eu sou irresistível, mas não precisa ficar com cíumes. – Sirius ironizou, cruzando os braços em frente ao corpo.

— Eu queria a sua autoestima para mim.

— Idiotas. – Aurora encarou Edward e eles riram — Falando nisso, você descobriu o verdadeiro idiota da história com a Adhara?

— Sim. – ele revirou os olhos e sorriu — Acho que nós temos muito assunto para conversar durante o trajeto.

— Com certeza.

COURAGE - REMUS LUPINOnde as histórias ganham vida. Descobre agora