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*Karina Zoca on*

10 anos namorando o Daniel e essa é a primeira vez que eu acho que ele está mentindo de verdade. E o pior, não está sendo 100% honesto comigo. 
Depois de algum dia, as coisas passaram a ficar um pouco estranha entre a gente.

Quando ele voltou de viagem com os meninos, nos encontramos umas duas vezes apenas. Tudo isso, porque ele estava "cansado" e disse que queria apenas dormir o dia inteiro. Tudo bem, devo respeitar a decisão dele, mas casal tem que se encontrar, não é? Era para estarmos morando juntos há muito tempo, mas nunca irei entende-lo.

No Natal, depois de ele ter recusado o meu presente, que seria uma boa noite de sexo, resolvi permanecer na festa.

Me sentei no sofá, e percebi que Melissa se aproximou se sentando ao meu lado.

- Você está estranha, Ka.  Alguma coisa está acontecendo? -Ela perguntou

- Daniel -suspirei cansada- Ele que está estranho.

- Sério? Ele está mal? Doente? -Melissa pergunta aflita. Me ajeito no sofá, encarando-a.

- Ele está "cansado" -fiz aspas no ar- mas sinto que não é só isso. Há um tempo, ele vem andando assim.

- Sinceramente, ele me pareceu muito bem nas apresentações do Improvável -Melissa disse - Mas as vezes é só impressão né?

- Ai é que tá -Eu disse- Ele está estranho comigo e eu não sei o que fiz.

- Meu anjo, as vezes pode ser que ele está cansado mesmo -Ela deu ombros- Nas apresentações ele precisa estar animado, e então, quando está em casa só quer descansar.

- Melissa, se fosse só isso você não acha que neste momento, eu não estaria junto com ele neste momento?
- Perguntei- Ele não parecia nem um pouco animado para se quer ter a minha companhia.

- Vocês brigaram?

- Não, a gente nem discute direito -Respondi- Sempre que estamos juntos, procuramos não desperdiçar nosso tempo com brigas. Porque ele vive ocupado, e eu também com o restaurante e as aulas na faculdade.

- ah poxa -Ela fez uma carinha de triste- Você não percebeu nada estranho nos últimos dias?

- Ele vêm mexendo mais no celular -Dei ombros- Apenas isso está diferente. Mas devido as circunstâncias, de tipo, ele estar de férias, longe dos melhores amigos, irmãos até, não é algo relevante.

- É pode se que não seja mesmo -Melissa disse- Você sabe que pode contar comigo para tudo, não é?
- Sei sim -Eu sorri, e nos abraçamos- muito obrigada, Meli.

- Não precisa agradecer, na verdade quem precisa agradecer aqui sou eu.

Suspirei, eu sabia que no fundo a errada era eu.

*Karina Off*

*Maria On*

EU AINDA ESTOU BRAVA.

Depois daquele dia fatídico, nunca mais falei com a Gabriela.  Ela me deixou profundamente chateada.

Mas também, eu acho que peguei um pouco pesado falando do garoto do nosso grupo que passou mal. Não foi culpa dela, realmente. Ainda acho, que ela sabia do Daniel.

Nada mais vai me fazer ter confiança nela de novo, ela sabe que eu sou apaixonada por ele e ainda apaixonada pelo Fiyero. Pessoa que ela também está se aproximando demais para o meu gosto.

Durante uma semana, usei todas as roupas pretas disponíveis no meu guarda roupa. Dona Márcia estranhou, mas ela sabe que não gosto de conversar e desabafar tanto assim.

Quando chegou o Natal, meus pais voltaram de viagem e a gente fez uma celebração pequena na nossa casa. Pedi para que Márcia não contasse dos dias que eu estava mal para os meus pais, isso evitaria muita coisa.
Eu não estava 100% bem, ainda mais quando vi que Gabriela havia viajado, e não tinha mínimas chances de eu mandar mensagem pedindo desculpas em partes. Apesar dos apesares ela ainda é a única pessoa próxima de mim, na faculdade.
Rezei, para que pelo menos quando eu saísse para algum lugar, encontrasse o Andy dando uma passeada ou o Elídio na parque dando uma corridinha, ou o Daniel comprando comida no mercado, mas claro que a vida não funciona assim. Andy estava viajando, e de vez enquando postava alguma foto, Elídio aparecia nas histórias do Instagram do Marcão e da Samara e o Dani sumiu do mundo.

Ele postou no Instagram apenas um resumo da semana no domingo passado, e agora um top 10 das melhores piadas do ano que ele fez.

Não teve nenhuma foto dele, nenhuma.

Não  é como se eu não tivesse acostumada com esse sumiço, porque ele sempre faz isso, principalmente porque não usa tanto o celular.
Dois dias depois do Natal, quinta feira, resolvi pegar minha câmera e ir até um parque que não fica tão longe de casa assim. É algo que eu gostava muito de fazer, para me desestressar até. Quando cheguei na porta do parque, percebi que não estava lotado.

Graças a Deus, teria muitos bancos disponíveis.

Fui ajeitando algumas configurações da câmera, e andando até um banco que fica próximo ao lago do parque. Aquele era o melhor banco, porque tinha ângulo para a maior parte de todo o parque. Observei ao redor, e percebi que um cara se sentou no banco e cruzou os braços. Respirei fundo e continuei mesmo assim, me sentando na outra ponta do banco.
-Maria? - Eu reconheci a voz na hora, e o mundo junto com meu coração quase parou, mas não é possível. 

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UNLIKELY - D.NWhere stories live. Discover now