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CAPÍTULO REVISADO 16/12/19

*Daniel Nascimento on*
Olhei no espelho do elevador, logo após a porta se fechar e me despedir da Gabriela. Meu coração estava acelerado, eu estava sorrindo como um idiota pro nada, finalmente uma faísca de felicidade em meio ao caos.
Desci do elevador, e fui andando até meu carro, destranquei, entrei, dei partida rumo ao meu apartamento ali perto.

✨✨✨

Quando abri a porta do meu apartamento, os meninos já tinham ido embora e só restava eu naquele silêncio. Pela primeira vez, depois de um tempo, consegui ver a paz reinar em todo ambiente.

Estava muito tarde, o dia já estava para amanhecer. Amanhã seria o dia do TUCA e, provavelmente, os meninos não deixarão eu apresentar de novo.

Algo que realmente fazer, iria me fazer muito bem, mas okay, entendo a preocupação.

Caminhei até meu quarto, peguei o meu "pijama “ e uma toalha, fui até o banheiro, deixando as coisas dobradas no balcão, e dessa vez encarando bem o meu rosto no espelho. O roxo já estava sumindo, só quem olhasse bem veria a diferença fraca de coloração, tirei as gazes dos pulsos para ver a situação e já estavam cicatrizando bem. Isso era o que eu mais achava legal em mim, tenho uma cicatrização muito rápida.

Lembro de quando adquiri a cicatriz da testa, doeu MUITO, mas depois dos pontos, cicatrizou bem rápido.

Respirei fundo, acho que eu precisava dormir pelo menos um pouco... Tomei banho quente, sentindo a água bater nas minhas costas, aproveitei para lavar o cabelo também.

✨✨✨

Me joguei na cama, sentindo meu corpo inteiro relaxar ao sentir o conforto. Os raios de sol já entravam no quarto e eu sabia que estava muito elétrico para conseguir dormir por um longo período de tempo.

Observei ao redor e vi minha bolsa no canto, estranhei, mas cheguei a conclusão que os meninos trouxeram todos os meus pertences do teatro para casa, então provavelmente meu celular estaria ali também.

Me levantei, sentindo minha coluna reclamar para voltar para cama, caminhei até a bolsa, e em um dos bolsos, meu celular junto com fone estavam guardados. Peguei-os, deixando a bolsa ali, e voltei para a cama, já aceitando que não dormiria definitivamente.

Peguei meu carregador, e surpreendente, ainda tinha carga no celular, era pouco, mas ainda estava ligado. Conectei na tomada do lado da cama. Era o tempo que eu tiraria para ver as coisas das redes sociais, conferir agendas e até conversar com algumas pessoas.

Entrei primeiro no Instagram, curtindo algumas fotos em grupo que tiramos no espetáculo e me marcaram, vi algumas coisas engraçadas que alguns dos nossos FCs postaram, vi algumas informações de espetáculos futuros de outras pessoas, cogitando arrumar tempo para ir em alguns no Espaço da Comédia.

Entrei no perfil da conta do Espaço e cliquei na última foto, que era sobre o Impromime - Solidões Públicas, um espetáculo de improvisação e mímica. Parecia ser muito interessante.

Uma foto de perfil muito familiar apareceu nas curtidas dessa foto, resolvo abrir o perfil e era a conta da Gabriela no Instagram.

A foto de perfil dela era a mesma do whats, ela estava sentada em um banco, sorrindo para o lado com um óculos de sol.

Decido descer o perfil, sim, eu irei stalkear. Havia fotos dela com grupos de pessoas, que provavelmente são amigos ou família, tinha foto dela em shows e espetáculos de teatro.

Uma foto específica me chamou atenção, era uma foto de 2014, bem antiga, e a localização marcava a Livraria Cultura, na Paulista.

Gabriela estava sentada no chão, com um livro aberto na mão lendo, era uma das únicas fotos que ela estava de óculos de grau. Estranhei, já que nunca a vi com ele.

Pensei por um tempo se eu curtia e aproveitava para segui- lá. Dei ombros, iria admitir que estava stalkeando na cara dura, mas tudo bem. Curti essa foto e a segui.

Bloqueei o celular, antes de ver a reação, isso se realmente estivesse. Coloquei o celular e o fone no criado mudo e me aconcheguei no cobertor, fechando os olhos. Se eu conseguisse pelo menos cochilar, já ficaria feliz.

✨✨✨

Acordei no susto com meu celular tocando, estiquei para pegar o celular e já estava marcando 14 e meia da tarde, meu deus, eu havia dormido demais. Elídio estava me ligando, mas assim que eu ia atender, a chamada parou. Esperei se ele iria ligar novamente e foi exatamente o que aconteceu, atendi.

- Alô, Dani? - Elídio perguntou

- Oi, pode falar - Minha voz saiu rouca demais, levei meu celular até a orelha com uma mão e cocei meus olhos com a outra.

- Estamos te esperando para o treino começar, cadê você? - Estranhei.

- Ué, pensei que estivesse proibido de ir no Improvável. - Falei, já me levantando.

- Refletimos melhor sobre isso e achamos que você precisa dessa dose. Reforçamos toda a segurança com o pessoal do teatro, iremos fazer mais do que o possível em relação a isso. Então, está 100% seguro. A não ser que aconteça alguma coisa no meio do caminho. - Elídio falou e eu arqueei as sobrancelhas, mesmo ele não podendo me ver - Vem de óculos, assim ninguém te reconhece, logo ninguém te sequestra.

- Deus, Elídio - Eu ri, já escolhendo uma roupa qualquer para ir ao treino, na verdade peguei a mesma de sempre, um short de tecido fino e uma blusa grande meio roxa desgastada. - Estou a caminho.

- O bom é que você está perto, então é pá pum - Elídio falou - Esperaremos por você.

- Não mesmo, podem começar sem mim. - Falei, arrumando um jeito rápido de colocar a blusa e o shorts. - Já chego aí, até.

- Beleza, cara - Elídio falou - Se cuida. Tchau - Ele desligou. Peguei meu fone, meu óculos e minha bolsa de sempre, já que ela estava aqui, calcei meu tênis  e abri o aplicativo do uber, já pedindo um, que coincidentemente estava no fim da rua.

Então era só o tempo de eu descer os andares, passei na cozinha pegando uma barra de cereal que estava no armário, saí e tranquei o apartamento. O elevador já estava no meu andar, então só apertei o botão do térreo. O carro já está lá me esperando.

Sai do elevador o mais rápido que eu consegui, identifiquei o carro e entrei no banco de passageiro. Era um senhor.

- Antônio? - perguntei, antes de fechar a porta.

- Isso mesmo - Ele sorriu, ajeitando a boina. Coloquei o cinto de segurança e ele deu partida - Qual seu nome rapaz?

- Eu sou Daniel - Respondi, ajeitando o óculos e olhando para ele.

- Você não me parece estranho... - Ele falou olhando para frente. Quase ri alto, mas segurei a risada. - ... Não está me vindo nada em mente mesmo.

- Talvez você esteja me confundindo com outra pessoa - Falei, observando a rua.

- Esses dias atrás fui chamado para uma corrida e sabe quem era? - Ele perguntou e eu o encarei esperando a resposta - Renato Albani.

- Sério? - Falei com um tom surpreso.

- Sim - Ele concordou - Tenho netos, e eles são viciados nessas pessoas de humor, sabe? Vivem assistindo - Antônio falou
- Quantos anos seus netos têm? - Perguntei, só por curiosidade.

- Estão na faixa de 15/16 anos - Ele respondeu e eu estranhei, certo. Então quantos anos ele tinha? - Sim, senhor Daniel, sou velho demais.

- E porque o senhor continua trabalhando? Se bem que hoje em dia, é esse o nosso destino -Perguntei e ele parou no semáforo.

- Eu preciso pagar as contas - Antônio respondeu - Mas estou desistindo já, semana que vem mesmo irei sair desse ramo.

- E o senhor é casado, imagino. - Falei, interligando o fato de ele ter filhos e netos.

- Sim, sou há muito tempo - Ele sorriu todo apaixonado, e por um momento, desejei que algum dia, esse efeito permanecesse igualmente em mim por muito tempo. - Foram vários problemas pelo caminho, mas continuamos aqui, firme e fortes. E você? Seu coração já tem dona?

- Eu não sei -Suspirei alto- Esses últimos dias foram os piores de toda a minha vida, mas em meio ao caos achei uma luz. - Encarei a frente.

- Não a deixe se apagar, homem. - Antônio disse e percebi que já estávamos chegando no Espaço da Comédia. - Uma vez, uma moça entrou no meu uber. Ela iria ao shopping, lembro muito bem. Ela iria assistir ao espetáculo de humor, daqueles moleques com barba no queixo, sabe? - Paralisei automaticamente - Eu não lembro o nome, minha cabeça ultimamente está muito ruim em relação a isso...

- Barbixas? -Perguntei

- SIM, eles mesmos - Antônio tossiu levemente, antes de continuar- Assim que ela entrou, percebi uma nuvem de dúvida se espalhando no ar vindo diretamente do coração daquele moça. O olhar perdido dela, o sentimento de felicidade e ao mesmo tempo confusão, me fez contar a minha história inteira e ainda dei um conselho para ela. A moça saiu que me agradeceu por ter escutado aquilo, parecia que finalmente havia tomado uma coragem de dar o pontapé inicial e seu brilho no olhar era sem tamanhos . O Engraçado senhor Daniel... -Entramos na rua do Espaço, mas eu estava concentrado no monólogo do seu Antônio- ... É que estou vendo um brilho semelhante, ou até igual, nos seus olhos. - Ele parou o carro na frente da porta, mas eu estava o encarando. - Seja lá o que aconteceu, ou que vai acontecer,  não deixa a luz se apagar. Não importa o que acontecer, que queria de todo o mal, separar, destruir tudo o que você construiu, seja forte e não deixe isso acontecer. Aguente firme. Você não está sozinho. - Ele me encarou, como se me conhecesse há anos e estava o tempo todo ao meu lado vendo todas as situações. A minha alma se arrepiou. Assenti levemente, meio atônito.

- Muito Obrigado, Antônio. Muito obrigado - Falei estendendo a mão, mas ele me puxou para um abraço. Como se fosse fraternal.

- Você é um ser de luz, Daniel. Consigo ver  a sua energia boa se espalhando. Permaneça assim - Nos soltamos, e admito que me deu um medo de leve. Agradeci e desci do carro, esperei ele se distanciar e virar a esquina para finalmente tocar a campainha do espaço.

- Olá - Vi o Fábio Lins se abaixando para ver quem estava na porta e, ao me ver, voltou para apertar o botão do portão para abri-lo. Entrei e subi as escadas, passando pelo segundo portão e fechando-o em seguida.

- E ai, Dani? Ta bem? - Fabio me perguntou, possivelmente vendo meu estado.

- Tudo ótimo, cara. Foi só um negócio estranho que acabou de acontecer, mas nada demais -Falei, e escutei a voz do Anderson, gritando alto no espaço. - Irei entrar, já que estou atrasadíssimo. - Deixei Fabio ali e abri a porta do espaço, fechando-a em seguida.

- OLHA SÓ, O ATRASADINHO CHEGOU - Rafael, nosso convidado de amanhã, gritou. Ri, joguei minha bolsa no canto e tirei meu tênis deixando-os na prateleira.

- VOCÊS NEM ME FALARAM NADA - Gritei de volta, rindo. Cumprimentei os meninos, nossos músicos, o Andrés e o Pedro, que  também estava no ensaio hoje.

- Tá bem? - Elídio fez um joinha, esperando eu confirmar. Assenti.

- Vamos iniciar, antes que fique muito tarde - Falei, desviando qualquer tipo de novo assunto que se iniciaria.

Comecei o treino com os meninos, e juntos, decidimos quais jogos iríamos fazer. Evandro entrou na sala logo depois, acho que provavelmente estava no banheiro. Cantamos, rimos, fizemos um tanto de piadas e comentando algumas coisas.

O sentimento de finalmente estar ali de volta era sem tamanho, embora eu esteja um tanto quanto sonolento, já que assim que acordei vim para cá, não afetou em nada a minha disposição em treinar o improviso.

No final, Andrés e Pedro se ajeitaram para irem embora, Rafael e Evandro saíram em disparada igualmente. Ficamos, eu, Elídio e Andy sentados nos banquinhos da ""recepção"" do espaço.

- Daniel, a Carol falou com você sobre o casamento? - Elídio perguntou e Andy deu um tapa no ombro dele. Estranhei.

- Casamento? Casamento de quem? - Perguntei

- Já falou mesmo. Puta merda - Andy falou, fazendo gesto para o Elídio prosseguir.

- Não foi minha culpa - Elídio deu ombros- Amanhã, ou ainda hoje, eles irão falar com você.

- Agora fiquei com medo. - Falei, me ajeitando.

- Não é nada demais... Não se preocupe com isso agora - Andy falou - VAMOS MUDAR DE ASSUNTO. E a Gabriela? Ta bem? - Senti meu rosto esquentar e ao me serem direcionados olhares maliciosos.

- Ela ta bem sim - Respondi, desejando que se encerrasse o assunto ali.

- Quero saber mais ué - Elídio falou, e agora reafirmo a minha conclusão de que estávamos parecendo três adolescentes no colegial.

- Levei ela para casa, firmei um tempo lá...

- UM TEMPO POR LÁ, HAHAHAHAHAA - Andy riu alto. - Sei bem.

- É sério - Falei rindo - Conversamos, voltei para casa e agora estou aqui.

- Eu quero saber do andamento do casal, agora que eu sei que você está bem e está se encaminhando para ficar maravilhosamente bem, tem o nosso apoio, a sua vida neste momento não é de interesse de nós, a não ser a parte que estamos perguntando - Andy falou sério, e Elídio apontou para ele, como se estivesse concordando com o ponto de vista.

- Ela vai amanhã? - Elídio perguntou.

- Não faço ideia.

- Sexta tem não tem xícara, você pode ir com ela ai - Andy deu ideia.

- A chamei para ir comigo e ela aceitou... - Sorri sem graça, vendo eles dois gritarem um "AAEEEEEE" deles. - PELO AMOR DE DEUS.

- Somos os maiores apoiadores disso, e você sabe muito bem. - Elídio falou

- Ela vale a pena - Andy falou - Cuidado que não é apenas você que está de olho...

- Falando nisso o Edu disse alguma coisa para vocês? - Perguntei. Me lembrando que, acho que o Andy, pegou carona com ele.

- Comigo não, já que fui embora com a Samara - Elídio falou, encaramos o Andy.

- Então, ele esta ai - Andy comentou - Acho que vai esperar uma oportunidade para chamá-la para sair. Toma cuidado viu?

- Eu estou - Falei - Estamos indo aos poucos, tenho certeza que não é apenas eu que estou sentindo o que sinto. - Mordi o lábio, me lembrando do momento em que fui surpreendido pelo beijo. - Só não posso deixar essa faísca de felicidade se apagar.

- De jeito nenhum. - Elídio negou.

- Mudando de assunto rapidamente - Andy falou - Você está melhor mesmo? Está sentindo alguma coisa? Viu algo estranho?

- Sim, eu estou me sentindo melhor - Falei - E não, não vi nada de estranho.

- Saiba que estamos aqui, cara - Elídio falou e eu assenti sorrindo.

Meu celular tremeu, indicando uma  mensagem. Conferi e era Carol Pivella, me chamando para encontrar com ela e Jonas na padaria da esquina.

- Falando em romance - Indiquei o celular para os meninos - Carol acabou de me mandar mensagem pedindo para encontrar com ela e o Jonas na padaria aqui do lado.

- Deve ser sobre o casamento - Andy se levantou e fizemos o mesmo.

Elídio foi retirar sua bicicleta para conseguir ir embora e Andy se despediu da gente já saindo em disparada.

Falamos com o Fábio que estava no seu mini escritório e ajudei o Elídio a descer sua bicicleta lá para fora. Nos despedimos e eu fui rumo a padaria, entrei, me deparando com o casal na primeira mesa.

- Olá Daniel - Carol se levantou para me abraçar, assim como Jonas. Sentei em frente ao casal.

- Oiê, a que devo a honra de ser chamado aqui? - Perguntei, ajeitando meu óculos.

- Queríamos te convidar para nosso casamento - Carol falou sorrindo.

- E não só isso, como queremos que você e a Karina sejam um dos nossos padrinhos -Jonas sorriu excitado, meu coração se despedaçou na hora e meu sorriso foi se fechando, acho que eles perceberam isso.

- A Karina me falou por cima o que aconteceu - Carol falou e eu estranhei.

- Falou? - Perguntei.

- É, que vocês meio que brigaram, mas ela acha que terão maturidade de ficarem juntos no casamento - Jonas gesticulou um pouco e quanto mais ele falavam, mas um enjôo aparecia.

- Eu queria muito mudar, mas... - Carol falou - Não vai dar tempo. Já que nosso casamento será depois do carnaval, que já está chegando - Ela me estendeu um convite dourado. Minha mente ainda estava travada na parte de ser par da Karina em um casamento. Se fosse a alguns dias atrás, eu ficaria imensamente feliz e honrado por isso. Mas agora, não consigo parar de pensar, no que irei fazer.

- Você não precisa responder agora - Jonas falou, ao provavelmente, ver o meu olhar de perdido. - Só precisamos que seja o mais breve possível.

- Tudo bem, irei ser par dela mas unicamente por vocês - Falei de uma vez, tomando todo o ar que ainda me restava.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAH - Carol gritou alto, atraindo atenção de todos em volta.

- MAS - Ergui meu dedo, como se mostrasse uma condição, algo que realmente era - Quero levar uma pessoa, será se posso?

- Como assim outra pessoa? - Jonas perguntou pela Carol, que me olhava paralisada.

- Eu e a Karina, nós não estamos juntos mais - Falei convicto - Aconteceu várias coisas assim. Mas eu tenho uma... - Limpei a garganta-... Amiga que eu queria levar para ser minha companhia por lá.

- Meu deus - Carol falou - Agora entendi o...

- Pois é - Jonas falou e eu estranhei - Claro, claro que você pode. Acho que seria até justo.

- Certo - Falei. - Vocês colocam o nome dela na lista...

- Sim, qual seria o nome dela? - Carol perguntou.

- Gabriela Oliveira

*Daniel Nascimento off*

*Gabriela Oliveira on*

Em plena quarta feira, anoitecendo.
Eu pulei, eu gritei, resumindo, eu surtei. A notificação "@notfakedaniel começou a seguir você" me deixou paralisada durante muito tempo e,  ainda mais, junto a curtida dele em uma foto antiga minha, que eu estou horrível de óculos, mas é uma das minhas favoritas.

Fiquei imaginando em que contexto isso aconteceu, mas minha mente não conseguia arranjar uma resposta plausível. A qualquer momento, alguém viria me perguntar como raios isso aconteceu e alguns possivelmente, iniciaram a sessão macumba desde o momento que me viram com o Daniel, mas só que o feitiço está virando contra o feiticeiro. 

Refleti se o chamava no whats para perguntar sobre a foto, mas acho que se ele teve coragem de vir me stalkear, eu teria que ter coragem de fazer algo também, não é mesmo? Sim.

Entrei no chat do Daniel no whats, o contato dele estava salvo como Dani e a foto de perfil era do Hugo Gernsback, super a cara dele.

Ensaiei palavras para digitar, e no final acabei mandando.

"Acho que alguém andou me stalkeando 👀" 

Encarei minha mensagem e, na hora, Daniel ficou online. Meu coração quase explodiu, ele visualizou e começou a digitar. Minha ansiedade estava começando a atacar e eu senti uma saudade imensa de estar aconchegada nele.

"Foi para meu TCC"
" Aliás, desde quando você usa Óculos?" - Daniel

Ri, não é possível que aquele homem realmente existia.

"Desde o momento que eu descobri ser míope, ué"
"Na verdade eu só uso lentes, mas quando preciso ler ou ir para algum espetáculo, eu gosto de usar o bom e velho óculos - Gabriela

"Em nenhum dos meus espetáculos você foi de óculos, senhorita Gabriela." - Dani

Na minha mente, veio a imagem do Dani cruzando os braços me encarando debochado.

"Eu me prefiro sem óculos"
"Tenho que estar bonita para ir nesses espetáculos"

"Você -É- linda" - Dani

Sorri automaticamente, sem saber o que responder. Daniel havia me desarmado completamente.

"Aliás, seu nome já está na lista amanhã. Só chegar na bilheteria e falar com a moça. Te espero lá ❤️" - Dani

UNLIKELY - D.NWhere stories live. Discover now