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CAPÍTULO REVISADO 16/12/19

*Daniel Nascimento on*

- Acontece que você vai comigo - Encarei Gabriela novamente.

- Quê? - Ela falou e eu apenas concordei.

- Já falei com eles e está tudo bem... - Antes de ela me interromper,  continuei - Porém... - Respirou fundo, e percebi Gabriela fazer o mesmo - ... Irei ser padrinho do casamento deles junto com a Karina. - Falei de uma vez, Gabriela me encarou com um olhar meio assustado e soltou todo o ar que talvez não tinha percebido ter prendido. - Eu...

- Dani - Gabriela tocou no braço - Depende de você, se você se sentir bem com isso. - Mordi os lábios e desviei o olhar dela, olhando para o palco.

- Eu definitivamente não me sinto, mas Jonas e Carol estão tão animados, sabe? E já está praticamente ai - Falei e a encarei, que também estava com o olhar longe para o palco. Com a minha mão que estava descansada ao redor do assento dela, a abracei para ela apoiar sua cabeça meio que no meu ombro e ela veio sem hesitar.- Você vai estar lá comigo? - Perguntei, fazendo um leve carinho em seu braço com meus dedos.

- Acho que sim - Ela respondeu baixo

- Preciso de você lá - Falei

- Irei estar lá

- Você está chateada por isso?

- Dani - Ela estava olhando para o palco, vendo os meninos
conversando. - Não tem porque eu ficar chateada. O casamento é desse casal e eu sei que quase ninguém sabe o que aconteceu, inclusive eles. Deve ter sido depois do convite e como está perto, você deve ter pensado que a última coisa que queria era atrapalhar eles e mesmo com esses demônios que estão acontecendo na sua mente, você aceitou. Acho que você é um ser incrível demais.  - Ela levantou a cabeça e nos encaramos. Sorri ternamente e ela também.

- SERÁ QUE OS POMPINHOS GÓTICOS  PODE ACABAR COM ESSE DOCE E O DANIEL VIR LOGO LÁ PARA TRÁS - Andy gritou do palco e eu vi Gabriela rosar, ri alto.

- ESTOU INDO, PERA PORRA - Gritei de volta e dessa vez ele que riu, negando com a cabeça.  - Será que eu ganho um "Boa sorte, Dani" - Fiz aspas com os dedos e tentei imitar a voz da Gabriela, que riu - Ou ainda um " Bom espetáculo Dani, você é incrivelmente lindo e vai arrasar hoje".

- Poxa, você disse todas as opções que estavam passando na minha mente, assim não tem graça - Ela se levantou  e colocou as mãos na cintura, fingindo estar indignada. Uma cena totalmente adorável - Mas tudo bem, bom espetáculo e arrasa - ela sorriu, me levantei e a surpreendi com um longo selinho.

- Agora sim, obrigado anjo - Falei e saindo o mais rápido dali. Não virei para ver a reação dela, já que estava tentando controlar a respiração e meu sorriso igualmente.

Subi no palco e o Andy tacou uma toalha em mim zoando o fato de estar todo sorridente e saímos todos juntos do palco rumo ao camarim. Gabriela saiu para o hall novamente e só entraria depois.

- Olha essa cara toda vermelha - Elídio apontou para meu rosto. Todos riram novamente e eu só ignorei.

- Desde quando? - Pimenta perguntou - Você está traindo a Karina? Bem que eu reparei que na sua festa de recepção -Essa pergunta foi capaz de fazer todos respirarem fundo sincronizados e me encararem esperando alguma reação.

- Olha, acho que esse não é o melhor momento - Evandro se pronunciou

- Eu e Karina terminamos - Falei - Mas agora não é o melhor momento para explicar.

- Tudo bem - Rafa encarou todos nós, mas ainda estava curioso.

- Obrigado - Agradeci

✨✨✨

Depois do espetáculo, estávamos nos trocando para sairmos para tirar as fotos, mas fui notificado de que Rafael, o homem que me ajudou a fugir, havia chegado para me ver e o mesmo estava me aguardando numa das salas do teatro,  primeiro me perguntaram se eu gostaria de recebê-lo e na presença de um policial e eu apenas disse que sim, gostaria de recebê-lo, mas ficaria mais confortável se o policial estivesse no lado de fora.

  Os meninos entenderam e avisariam os fãs com algum outro motivo e, principalmente, Gabriela. Depois todos me acompanharam até o local, dizendo que nunca mais me deixariam sozinho e eu apenas ri com tamanho cuidado. Já imaginava que isso aconteceria.

Estávamos nos fundo do teatro, fui recebido pelo Delegado e só assim todos saíram para as fotos e me deixaram lá.

- Você tem certeza que gostaria de vê-lo? - o Delegado perguntou e eu apenas assenti levemente. Ele abriu a porta e eu entrei.

Rafael estava algemado sentado numa cadeira com as mãos apoiadas na mesa observando a mesma, caminhei um pouco e Rafael levantou os olhos e ao me ver sorriu, mas eu estranhei a maneira que ele estava comportado demais. Sorri também e me sentei.

- Cara, eu realmente pensei que você não fosse querer me ver - Rafael falou e eu ri.

- Aqui estou eu, tenho que te agradecer por ter me ajudado. Com toda certeza, se não fosse por você eu ainda estaria lá. - Falei - Você assistiu ao espetáculo de hoje?

- Não - Rafael negou tristemente - Acabamos de chegar aqui. Queria ver se você estava bem.

- Eu estou bem, melhorando fisicamente, mas psicologicamente ainda não. - Cruzei os braços, respirando fundo. - Sua filha...

- Eu ainda não a vi - Rafael falou  tristemente - Irão notificar minha família, que eu finalmente fui preso.

Por sorte, eu não vinculei minha família em todas essas coisas que eu fiz, apenas deixava o dinheiro com minha mulher para ela conseguir sustentar minha filha. Então, está tudo bem, sabe? - Ele respirou fundo.- Não vejo a hora.

- Imagino - Concordei - Quanto tempo você vai ficar preso?

- Ainda não marcaram o julgamento, mas vai ser o mais breve possível. - Ele respondeu. - Creio que ficarei durante muito tempo.

- Quando você sair, espero que consiga trazer sua filha para nos ver. Aliás, me avise que eu te darei os ingressos. Você me salvou e eu sou muito grato por isso, mesmo que tenha cometido várias coisas ruins, você me salvou - Falei - Muito obrigado, Rafael. De verdade.

- Não precisa agradecer - Ele falou - Eu fiz isso pela minha filha. Se não fosse você, com toda certeza não seria tão bom assim- Percebo que ele foi sincero, afinal, ele ainda continua sendo um criminoso e eu não quero nem imaginar o que ele já fez nessa vida.

- Acho que é isso - Me levantei e ele me acompanhou com o olhar. - Muito Obrigado, de verdade. Você merece um recomeço e espero que sempre pense em sua filha antes de tudo. - Falei. Ele agradeceu. Tudo aquilo estava muito estranho, apesar de eu me sentir eternamente grato por ele ter salvo minha vida, parecia que ele estava escondendo alguma coisa ou até engessado demais, talvez pela presença dos policias, mas ainda assim.

Eu definitivamente não morreria com a dúvida, voltei a me sentar novamente.

- Rafael, oque está acontecendo? Oque você está sabendo? - Perguntei e ele me olhou um pouco assustado.  Era bem estranho, já que o porte físico que ele tem dava um contraste que chega a ser um pouco cômico.

- Eu não sei se posso falar, Daniel. Mas como acho que essa seja a última vez que o verei, tenho que lhe dizer antes do pior - Ele sussurrou e, agora sim, encontrei o verdadeiro Rafael, aquele que conversava comigo sobre tudo enquanto eu estava amarrado e todo ferrado - Tenha cuidado e fale com os outros para eles terem cuidado igualmente, Luana foi uma amostra grátis do que pode estar por vir. Eu não faço mais parte dessa corporação, já que fui pego, mas ainda assim não quero entregar todo o esquema se não eles me matam. Não quero nunca mais voltar para essa vida.

- Vá direto ao ponto, Rafael. Pelo amor de Deus - Falei, angustiado.

- Você não é o único da mira deles - Rafael falou de uma vez, e eu encostei na cadeira. - Não é só vocês três que eles querem.

- Quem eles querem então?

- Pensa Daniel - Rafa sussurrou - Certo, Luana era e talvez ainda seja fascinada por você, mas tem uma chave nisso tudo e não só mudou sua vida, como a de todos. - Ergui minha mão, mordendo a ponta do meu polegar. Pensa Daniel, quem seria. - Tome cuidado, rapaz. Esse minuto de paz vai durar pouco tempo - Rafael falou tristemente.

- Vai durar sim, iremos denunciar juntos e... - Rafael ergueu a mão algemada.

- Eles já começaram a investigar desde seu sequestro, Daniel -Ele falou- Provável que irão te colocar no programa de proteção para testemunhas, só não o fizeram porque, além de você ser famoso, foi um caso que não estourou tanto  e também porque a intenção não era te matar.

- O que eu faço agora? - Perguntei apreensivo.

- Cuide de você e de quem está ao seu redor, principalmente de uma em especial. Ela tem que tomar muito cuidado.

- Ela? - Ergui as sobrancelhas, e minha mente deu um estalo - Gabriela

*Daniel Nascimento off*

*Narrador on*

Do outro lado dali, Luana pensava tudo o que havia acontecido.

Depois de ter, de certa forma, sequestrado Daniel Nascimento, não conseguia ver meios de montar um novo plano, mas que dessa vez desse certo. Um dos seus capangas fugiu igualmente e ela acredita que o mesmo havia o ajudado e aquilo lhe deu os nervos.

Seu sócio, que também tinha um objetivo bem específico, mas diferente del,  não havia executado ainda, ficou tão bravo quanto e já estava se mudando o mais possível, já que a polícia estava na cola e a qualquer momento, Luana poderia ser reconhecida, encontrada e presa, já que a gangue já tinha uma certa fama naquele meio.

O que tinha na cabeça quando escolheu se arriscar tanto... Um dos piores riscos que estava correndo, era Maria.

A mulher que não  suportava mais, mas foi através dela que havia chegado mais rápido em seu objetivo, agora não sabia como tirá-la do caminho sem usar qualquer tipo de violência, já que Maria por si só já tinha o seu próprio castigo e todas as voltas que o mundo vai dar, dará todas as suas consequências de suas ações.

Luana estava sendo sensata demais, sabia disso, mas porque havia de certo modo gostado de ter passado um tempo com ela.

Respirou fundo e bebeu um gole de sua cerveja, o que faria agora?

Danilo definitivamente não iria gostar de saber que sua sócia estava quase desistindo daquilo tudo.

Foda-se que Rafael fugiu, Foda-se que não conseguiu segurar Daniel por muito tempo e nem conseguiu sequer foder com ele, apenas sentir o macio daqueles lábios (que por um motivo infeliz, não foi correspondia).

Talvez se tivesse sido mais gentil, teria conseguido de tudo e mais um pouco, mas essa filho da puta estava apaixonado por uma vadiazinha qualquer, havia inclusive sido trocado por sua ex-mulher pelo seu quase melhor amigo.

"Isso está parecendo novela mexicana" Luana pensou com desgosto.

Bebeu mais um gole e encarou São Paulo com seus prédios, quase todos com as luzes acesas iluminando a noite fria. Luana estava no topo de um prédio abandonado qualquer, sentada no chão, sozinha e seu engradado de cerveja do lado, aquilo era quase como um fundo do poço, mas na verdade estava sendo um momento de paz.

Ali, Luana voltava ser a mulher que tinha sonhos. Ela queria ter uma família com um lindo marido ao seu lado, morar de preferência numa casa na praia, para que todas as manhãs pudesse ter a paz de ver o sol nascer.

Queria nunca ter aceitado entrar nesse mundo, mas sempre pensava que tudo aquilo foi para formar o mulherão da porra que era.
Se ela fugisse, seria caçada até o fim do mundo. O que Luana faria? Nem ela mesmo sabia.

✨✨✨✨

Daniel saiu da sala atordoado demais, foram muitas informações em pouco tempo de conversa, conseguiu disfarçar bem quando foi questionado pelo delegado se deu tudo certo, ele respondeu que agradeceu por tudo e depois ficaram conversando sobre como ele iria se recuperar e coisas assim. Foram caminhando juntos até o camarim e passados alguns minutos os meninos voltaram, cumprimentaram a todos e assim o Delegado se despediu.

- Como foi a conversa com o tal Rafael? - Andy perguntou.

- Opa, meu xará, que coincidência - Rafael riu pegando sua bolsa.

- Depois conversamos sobre isso - Daniel respondeu - Cadê a Gabriela?

- Está no hall já com as coisas dela conversando com a Mandy - Elídio respondeu- Encontraram assunto para conversar - ele riu e eu também já imaginando qual seja.

- Eu irei para uma festa junto com o Elídio, se vocês quiserem ir - Evandro se pronunciou e todos o encaram.

- Infelizmente não, irei viajar com a Paula amanhã bem cedinho - Rafael respondeu com um bico.

- To completamente sem paciência para festa - Andy respondeu - Vou em um barzinho com o Tauszig.

- E você Daniel? - Evandro perguntou, e automaticamente todos viraram com sorrisos maliciosos no rosto e Daniel só não atirou em cada um deles por não ter uma arma e estava com preguiça demais de fazer a mimica de uma.

- Eu acho que vou sair para comer em algum lugar - Daniel deu ombros - Com a Gabriela.

- Então é isso ai, não é mesmo! - Andy gritou, antes de todos abrirem a boca para zoar. Todos se levantaram.

Evandro, Elídio e Rafael saíram pelos fundos do TUCA, Andy, Tauszig e Daniel sairiam pela porta da frente e assim o fizeram, quando chegaram no hall, se depararam com a Mandy e Gabriela conversando animadamente.

Daniel sorriu com a cena, porque sabia o quanto Gabriela tinha uma admiração pelo trabalho da Amanda.

- Tchau cara, até amanhã - Andy deu um toque com o Daniel, Tauszig também se despediu e os dois saíram do teatro. Daniel se aproximou das meninas.

- Oiê - Ele disse se aproximando, Gabriela e Mandy se levantaram.

- Oiê - Disseram juntas

- Você vai embora de que, Mandy? - Gabriela perguntou.

- Eu estou esperando a Cláudia, iremos pegar uber juntas - Mandy sorriu se espreguiçando. - Vocês já vão?

- Sim, iremos - Daniel respondeu e sentiu uma vontade imensa de entrelaçar sua mão com a da Gabriela, mas se conteve.

Aquele ainda não era o momento.

Gabriela se despediu de Mandy e Daniel fez o mesmo, e juntos saíram caminhando em direção ao estacionamento, onde haviam deixado o carro e permaneceram assim, até entrarem nele.

- Você quer passar para comer alguma coisa ou até mesmo comprar alguma? - Daniel perguntou, se virando para Gabriela.

- Por mim, eu comeria um enorme lanche junto com um enorme copo de refrigerante, enquanto assisto uma série selecionada aleatoriamente -Gabriela respondeu se virando para Daniel, que riu.

- Ótimo, por mim também - Ele ligou o carro e assim, saíram dali. - Gabriela, só para minha mente ficar em paz, você vem percebendo algo de estranho acontecendo?

- Não - Ela negou, estranhando aquela pergunta.

- Preciso que me avise, de qualquer coisa que possa estar desconfiando e deixe meu número como emergência no seu celular - Daniel respondeu firme, com as duas mãos no volante- Qualquer. Coisa.

- Dani, agora você está me assustando, oque aconteceu? - Gabriela perguntou apreensiva.

- Estou com medo de acontecer alguma coisa com qualquer coisa que eu...- Daniel pausou - Gosto e você está incluída nisso. Só faça oque eu te pedi.

- Tudo bem -Gabriela respondeu assustada.- Vamos mudar de assunto.  Eeh, como você acha que se saiu no Improvável de hoje?

- Eu acho que foi legal - Daniel deu ombros - Não teve muitos erros, conseguimos fazer boas recepções e claro, devemos isso ao nosso técnico de campo, que nos auxiliou nesse grande jogo hoje. Não esperávamos ganhar a final e é isso, tamo ai né - os dois riram com a performance horrível do Daniel como um jogador e quebraram totalmente o clima tenso que havia sido instalado ali.

- É isso ai, Casa Grande. Voltamos ao estúdio - Gabriela fingiu ser uma repórter e assim seguiram rindo.

Daniel foi para seu apartamento e  entrou com o carro no estacionamento do prédio e estacionou nas vagas destinadas a ele. Os dois saíram juntos, com suas bolsas e ainda ficaram conversando durante o tempo de espera e permanência no elevador.

- Olha, não repara na bagunça - Daniel disse, abrindo a porta e dando passagem para a entrada de Gabriela, que entrou e como sempre, não se conteve ao ver a janela com toda uma vista para os prédios de São Paulo. De noite ficava tudo ainda mais lindo.

- Se você quiser, te empresto uma troca de roupa. Assim você não precisa ficar com o vestido - Daniel fechou a porta e se virou, se deparando com Gabriela ainda parada perto da janela, admirando tudo.
Aquela realmente foi a melhor escolha que ele fez, agora se esta ou não falando da janela ai você pode concluir sozinho.

- Eu também nunca me acostumei. Acho que esse foi um dos maiores motivos de ter decidido comprar esse lugar - Daniel abraçou Gabriela por trás e a mesma apenas colocou seus braços em cima dos deles e se e aconchegou.

Permaneceram assim por alguns minutos, apenas escutando o silêncio e observando aquela linda paisagem.

Gabriela se virou para Daniel, que a encarou através das lentes do óculos.

- Isso tudo é tão estranho né?- Gabriela questionou baixinho- passamos pouco tempo juntos e já aconteceu milhares de coisas -Ela ergueu sua mão direita, tocando levemente a bochecha de Daniel, que fechou os olhos sentindo a mesma sensação aconchegante de sempre e ela sorriu vendo aquilo.

- Realmente - Daniel suspirou, estava com muito medo de perder todos, com seja lá o que vier a acontecer, queria fugir. Sabia que estava sendo muito fácil “se proteger” já que nunca postava nada nas redes sociais, então, todos se acostumaram a não ter tantas notícias sobre ele.

- Que dia vai ser o casamento que você me disse?

- Depois do carnaval – Daniel respondeu, abrindo os olhos– Não sei se vão marcar alguma coisa, tipo, ensaio e essas coisas. Eu estou com medo, admito.

- Você é tão forte, Daniel – Ela falou

- Não sou, eu apenas tenho motivos bons o suficiente para me manter vivo e também que me ajudam a permanecer assim – Ele falou.

Daniel segurou sua cintura firmemente e a puxou para si, tomou um fôlego e a beijou, enfiando sua língua a entrelaçando com a dela. Suas mãos sua a puxaram para si, queria fazer aquilo desde o momento que a havia visto com esse vestido na porta de seu prédio.  Daniel estava absurdamente faminto por descobrir cada detalhe daquele ser humano, que tanto o surpreendia e o fascinava todos os dias. As línguas estavam sincronizadas, e  vez ou outra, Gabriela arriscava morder o lábio inferior de Daniel, apenas para escuta-lo gemer baixo e voltar desesperado, e Daniel também provocava puxando para si o lábio dela, apenas para senti-la cravar as unhas em sua nuca e o puxar ainda mais.  Ele passeava suas mãos pelo corpo marcado com o vestido, Gabriela sentia que o calor estava aumentando cada vez mais. Daniel foi guiando-a, ainda aos beijos, a superfície mais próxima que era o sofá de sua casa, ele se sentou, sentindo de imediato o aperto de seu membro duro contra a calça de tecido preta que usava. Encarou a mulher a sua frente, que igualmente como ele, estava ofegante. Gabriela retirou o casaco que ainda usava e o atirou para o lado, subindo no colo no Daniel com uma perna de cada lado, ele mordeu os lábios para conter o gemido só de ver aquela cena, e puxou novamente o rosto dela para ir de encontro ao seus lábios. Gabriela estava entrando em ebulição, sentindo Daniel apertar suas coxas e subir um pouquinho mais, indo de encontro a barra do vestido. Ela desceu a mão pelo peitoral do Daniel, ele com toda certeza havia emagrecido um pouco demais,  mas aquilo de fato não importava de jeito nenhum naquele momento, sentiu-o se arrepiar e embora estava maravilhoso com a blusa preta do Pink Floyd, Gabriela tomou a iniciativa de levantar a barra da camiseta, e foi entendida na mesma hora, Dani retirou-a jogando qualquer lugar  e voltou a beija-la. Não queriam parar um minuto sequer, não queriam pensar no que estavam fazendo, apenas queriam sentir um ao outro e principalmente, estar um com outro. Se era muito cedo, não importava igualmente, o fogo e o desespero que estavam sentindo explicava toda a faísca que tiveram durante esse tempo. Daniel partiu o beijo, para deixar mordidas no pescoço de Gabriela, que apenas jogou a cabeça para trás sentindo suas pernas estremecerem, as vezes sentia a língua quente deixando alguns rastros por alí. Voltou no posição inicial, grudando suas testas e se encararam, Gabriela mordeu o lábio ao perceber que era para lá que Daniel encarava vidrado rebolou mais uma vez, sentindo o volume encostar em sua região quente.

-Gabriela... - Ele gemeu- ... Não provoca, por favor.

Ela riu e Daniel sorriu negando com a cabeça, sabia que aquilo era última coisa que obedeceria,  voltaram a se beijar ainda com uma maior intensidade. Gabriela reuniu toda sua coragem e colocou a mão dentro da calça, retirando o membro ereto começando a masturba-lo rapidamente.

- Caralho – Ele disse sem fôlego, surpreendido com aquela ação inesperada.  Daniel a puxou interrompendo a ação  e ergueu o vestido para retira-lo, o jogando para o outro lado, parou alguns segundos para observar o que ele classificou como obra de arte, mas Gabriela retomou o movimento mais intensamente fazendo Daniel gemer alto, ela se abaixou colocando lentamente em sua boca e ele assistiu aquela cena respirando pela boca, aos poucos Gabriela aumentou a velocidade e Daniel agarrou em seu cabelo e foi guiando-a, que aceitou de prontidão. Quando sentiu que estava prestes a gozar, Daniel a puxou e a beijou com o maior desejo que poderia demonstrar, ele a deitou no sofá e investiu seu quadril.

- Daniel – Gabriela gemeu, sentindo o membro ereto encostar em sua calcinha.

- Vem – Ele entrelaçou as pernas dela em seu quadril e a ergueu, os dois foram caminhando até o quarto e delicadamente, Daniel deitou Gabriela em sua cama, se ajoelhou entre suas pernas e passou os olhos observando cada detalhe do corpo ofegante em sua frente. – Você... Tem certeza? – Daniel olhou nos olhos de Gabriela.

- Sim – Ela respondeu, no momento aquela era a única certeza que tinha. Daniel retirou sua calça, ficando apenas de boxer preta combinando com o conjunto preto que Gabriela também havia escolhido por acaso. Ele se abaixou e foi deixando beijos calmamente conforme ia escalando, deixou um beijo na coxa, na barriga e viu que ela se encolheu, subiu um pouco mais e deixou um rastro com a língua do meio dos seios até o pescoço de Gabriela, que gemeu ao sentir uma mordida um pouco mais intensa em seu pescoço. Ele continuou com os beijos, deixando um atrás da orelha, em sua bochecha, até chegar na boca. Roçou calmamente seus lábios, Daniel estava pegando fogo, mas queria fazer com que aquele momento durasse para sempre. Sem paciência, Gabriela trocou de posições, ficando por cima, rebolou rapidamente no membro já pulsante de Daniel, os dois gemeram alto, já que apenas uma fina camada os separavam, Gabriela retirou seu sutiã, jogando-o ao redor, retirou sua calcinha e Daniel retirou a boxer, trocaram de posições novamente e sem pensar, ele atacou a boca de Gabriela, sendo correspondido a altura se separou.

- Posso? – Daniel questionou, seu cabelo já estava completamente bagunçado, lábios vermelhos, completamente ofegante e com óculos. Gostoso para um caralho, segundo o pensamento de Gabriela. Ela se ergueu para tirar seu óculos e o dele, e colocar no criado mudo – Você é ...

- Não, não sou – Gabriela negou, e por um momento, Daniel quis saber mais sobre isso, mas preferiu deixar para outro momento. Ele se ergueu e pegou uma camisinha dentro do seu criado mudo, se protegendo, ele deitou-se novamente em cima de Gabriela delicadamente, a beijou com toda a paixão que tinha e a penetrou. Os dois gemeram alto, Gabriela não conseguiu manter o beijo e escondeu seu rosto no pescoço dele, que começou a se movimentar lentamente, Gabriela entrelaçou suas pernas ao redor do Daniel, que foi mais fundo ainda e gemeram o nome um do outro,  ela cravou as unhas sem querer nas costas de Daniel, que escondeu seu rosto no pescoço dela movimentando-se ainda mais rápido.

- Dani – A voz falhada dela, em seu ouvido, o fez se erguer um pouco apenas para beija-la, pelo menos o máximo que dava. Quando sentiu as paredes quentes internas apertando seu membro, Daniel delirou-se aumentando os movimentos. Fixaram o olhar, e não demorou muito para que os dois explodissem juntos em um orgasmo, gemendo o nome do outro. Daniel saiu de dentro de Gabriela, retirou a camisinha a amarrando e a jogando no lixo que tinha próximo a cama. Os dois encararam o teto, na busca pela recuperação de ar, sentindo o corpo inteiro formigar, Daniel puxou Gabriela e a mesma se aconchegou em seu peitoral, sentindo o coração acelerado dele, passou sua mão lentamente por ali. Daniel também acariciava as costas dela, delicadamente.

- Depois? – Gabriela perguntou, olhando para cima. Naquele momento, não queriam conversar, apenas aproveitar aquele momento juntos.  Daniel a encarou e passaram alguns minutos assim, até ele se abaixar, selando seus lábios.

Ele queria aproveitar aquele momento o máximo que dava e ela igualmente, não sabiam o que aconteceria depois, mas neste momento essa era uma das únicas coisas que não importavam.

Daniel lembrou da conversa com Rafael e a apertou ainda mais contra seu peito.

Ele iria protegê-la.

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