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O avião havia acabado de pousar em Paris.
Yoongi sentia-se nervoso, estava tão longe de casa! Nunca tinha viajado para tão longe, e também nunca teve a incerteza de quando poderia voltar para sua casa, ou se um dia voltaria.
Mas agora não tinha volta, certo? Seu emprego era ali agora, obviamente não era o emprego dos sonhos, mas tinha que bastar no momento, até ele conseguir se estabilizar financeiramente.
Com um nó entalado em sua garganta, ele desceu daquele veículo aéreo assustador e foi para o aeroporto pegar sua mala. Sinceramente, não sabia direito para onde tinha que ir, só queria pegar seus pertences de uma vez e ir embora.

Assim que conseguiu pegar sua mochila com todos os seus restantes pertences, Yoongi foi alertado por seu celular com a notificação de um e-mail, era de seu emprego avisando que um motorista estaria esperando-lhe para levar até a casa a qual iria residir a partir de amanhã.
Estava surpreso, confessava para si mesmo. Achava até um pouco exagerado mandar um motorista, ora, era só mandar o endereço que ele chamaria um táxi.

Se bem que...

Se bem que eu não teria dinheiro para um táxi, então não tenho direito de querer algo.

Pensou Yoongi, cabisbaixo e um pouco bicudinho. Adorável.

O garoto procurou por alguém que estivesse segurando seu nome em uma placa, como havia visto em alguns filmes estrangeiros. Mas levou um susto quando um homem alto e sério tocou seu ombro, perguntando se era o tal Min Yoongi, enquanto segurava sua foto em uma mão.
Certo, um pouco assustador, mas tudo ocorreu bem.

Já no carro, Yoongi não poderia estar mais ansioso. Será que estava bem arrumado? Como seria dali em diante? Ele já tinha conhecido a casa, mas apenas por um dia, como seria morar ali por um tempo indeterminado?

— Como é o nosso patrão? Muito exigente? — Yoongi perguntou com humor em sua voz, recebendo nada mais do que um olhar sem expressão do motorista.
Seu sorriso desmanchou outra vez e então ele decidiu ficar calado. Não deveria nem ter aberto a boca.

Quando o carro diminuiu a velocidade e entrou pelos portões grande da casa, o Min ajeitou seus cabelos pela milésima vez e olhou seu reflexo pela câmera frontal de seu celular. Até que estava apresentável, se ninguém reparasse em suas olheiras que se destacavam por conta da pele branquinha.
Desceu do veículo e se assustou quando o carro arrancou de novo, poxa, e sua mochila?
Será mesmo que ninguém ali poderia ao menos trocar algumas palavras simples consigo? Sério, ou até mesmo que o dessem um livro com instruções sobre como comunicar-se ou como agir! Droga! Tudo estava indo pelo ralo!

— Com licença, você é Min Yoongi? — Uma voz suave tirou Yoongi de seus pensamentos, se continuasse neles era capaz de chorar.
Uma menina baixa, com aquela vestimenta que todos imaginam quando dizem a palavra empregada o chamou. Ela era baixa, de olhos grandes e cabelo loiros amarrados em um coque.

— Sim, eu. Perdão. — Curvou-se levemente, recebendo um riso baixo em troca.

— Vamos entrar, suas coisas já estão no quarto. Temos que ir pelos fundos, ok? A família Kim e alguns amigos estão almoçando e não devemos fazer alarme. — Yoongi concordou seguindo a menina loira.

A curiosidade bateu em sua cabeça outra vez e Yoongi mordeu seu lábio inferior.

— Como é trabalhar aqui? — Perguntou baixo, achando que não seria escutado. Qualquer coisa era só fingir que não havia dito nada.
Mas a menina virou para si e sorriu amigavelmente, talvez nem todos fossem caras fechadas.

— Olha, é como qualquer outro serviço, temos obrigações e somos mandados pelo chefe. Nós não costumamos falar com ele muito, sabe? Apenas acatamos as ordens. Taehyung pode ser muito grosseiro quando contrariado. — Ela parou um momento para respirar e abrir uma porta pela qual Yoongi entrou. — Mas temos amigos, nenhum vai ser desagradável...— Ela riu e chegou mais perto de Min, como se quisesse contar um segredo. — Menos o motorista, ele é meio assustador.

(Des) ApegoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora