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Yoongi ainda estava paralisado e com o corpo tão encostado na pia que poderia se fundir com ela a qualquer momento. Não conseguia pensar direito, sua mente pulava de foco em foco, com imagens de Taehyung irritado e o som do vidro sendo estilhaçado no chão.
Uma mão pequena tocou seu ombro e o garoto acordou de seu transe.

— Yoongi, vá ver o que seu senhor quer. Nós limpamos aqui. — Uma empregada de aparência adulta disse com a voz doce, quase piedosa, enquanto empurrava levemente o garoto para que este se movesse.
Como um robô, Yoongi subiu degrau por degrau, pé após pé, até estar na frente da porta de Kim, onde abriu devagar e entrou sem fazer barulho. O homem estava de costas para si e com suas mãos na cintura.

— Quem te deu aquilo? — Sua voz potente se fez presente no quarto.

— Aquilo o que?

— Você é idiota? — Taehyung havia se virado e caminhava para o garoto. — Quem te deu aquela flor?

Os dois estavam próximos outra vez, Yoongi estava assustado, mas sabia que não era uma boa ideia falar sobre Jungkook. E se seu patrão o demitisse?

— Arranquei porque achei bonita, não sabia que não podia. Sinto muito, senhor.

Taehyung sentiu seu corpo ferver ao ouvir a mentira deslavada de Min. Era óbvio que ele sabia quem tinha dado ao garoto aquela coisa, mas queria ouvir de sua própria boca, só não imaginava que seu empregado fosse mentir. O que ele tinha na cabeça?
Yoongi sentia que poderia chorar de novo, dessa vez não tendo Jungkook para lhe confortar certamente não pararia tão cedo. Dava seu máximo para segurar aquela sensação de aperto na garganta, tanto esforço que dificultava sua passagem de ar.

— Por que está chorando? — Taehyung chamou sua atenção outra vez. O rapaz, rapidamente, levou sua mão hesitante até o rosto de Yoongi, que tentou falhamente desviar. Internamente o Min se xingava, pois não havia percebido que já estava chorando quando tentava não chorar.
O toque de Kim estava estranhamente delicado e sua expressão ficava cada vez mais suave.

— Você ficou com medo hoje quando precisou voltar sozinho? — Sua voz era baixa e grave. O olhar de seu empregado, carregado em mágoa, cortou seu coração no momento em que encontrou seus olhos.

— Sim. — A voz estava contida e chorosa. Mais lágrimas escorriam pelo rosto agora vermelho.

Por que Taehyung também estava ficando triste?
Yoongi estava chorando, grande coisa.

A mão de Taehyung, que limpava as lágrimas de Yoongi, deslizou de seu rosto para seu ombro, onde segurou firme e puxou, fazendo com que o corpo do outro fosse de encontro ao seu. Sem pensar direito, o moreno envolveu o outro em um abraço, deixando que seu rosto ficasse escondido em seu pescoço. Não foi preciso muito para Yoongi começar a chorar compulsivamente.
Taehyung estava em completa confusão. Somente aquele ocorrido havia deixado o garoto daquele jeito ou haviam mais coisas? Com aquela pergunta sua mente começou a pesar ao repassar como estivera tratando seu funcionário.

(Dia seguinte)

Yoongi não lembrava como, mas havia acordado em sua cama e estava todo enrolado nas cobertas. Jungkook não estava mais em sua cama, e o garoto julgou ser muito tarde ao olhar pelos raios de sol que entravam por sua janela.
Um súbito desespero tomou conta de si ao ver que tinha perdido a hora e faltado o trabalho com Taehyung, mas tranquilizou-se ao ver um bilhete bem ao lado de sua cômoda que comunicava um dia de folga. Isso era tudo que ele precisava, somente um dia para descansar a cabeça, e olha que estava ali a menos de uma semana.
Talvez tudo estivesse sendo tão estressante porque essa realidade era muito diferente da qual Yoongi fora acostumado a viver.
Ao se levantar, o garoto tomou um banho extremamente gelado e colocou a roupa mais folgada que tinha. Será que ele poderia simplesmente sair para comer algo? Estava liberado para andar por aí como bem entendesse?
Arriscando, o garoto deixou seu quarto olhando ao redor para ter certeza de que estava sozinho. Só queria beber um pouco de água, não sentia fome alguma.
Ao chegar na cozinha, dar meia volta para sua cama se tornou uma opção tentadora, pois Taehyung estava tendo seu café na manhã na bancada e sua presença não passou despercebida.

(Des) ApegoWhere stories live. Discover now