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Yoongi felizmente tinha conseguido achar o caminho certo da casa, e entrou por seus portões segurando o choro. Não entrou pela porta da frente, mas sim seguiu para os fundos como foi instruído em seu primeiro dia, aquele maldito primeiro dia.
Lá, em seu quarto, permitiu que chorasse toda frustração e mágoa que sentia desde o momento em que pôs o pé naquela casa. Sentia-se tão pequeno ali dentro, sempre fazendo coisas erradas e por um fio de ser demitido. Ele deveria agradecer Taehyung por não ter o colocado no olho da rua ou socar seu rosto por ser tão desprezível só por ser rico?
Era ridículo. Queria ir embora.
Seu choro aumentava cada vez que pensava em sua casa e no fato de que não poderia voltar, a menos que quebrasse sua promessa e colocasse o rabo entre as pernas igual um cachorro arrependido. Bom, cachorros não sentiam arrependimento, e nesse caso Min Yoongi também não.
O garoto cobriu o rosto com suas mãos assim que ouviu sua porta abrir, sabia que era Jungkook mas não queria que ele o visse daquele jeito.

— Consigo ouvir seu choro lá de fora.

Yoongi ainda não conseguia parar de soluçar para falar algo.
O lugar ao seu lado afundou, sinal de que seu amigo havia sentado ali, e logo seu corpo foi puxado delicadamente para perto do outro, que o envolveu protetoramente.

— O que houve?

Yoongi iria falar, mas naquele momento outra vontade imensa de chorar o atingiu, fazendo com que se agarrasse ao corpo do jardineiro e chorasse mais.

— Ele me expulsou do carro! Tive que vir andando até aqui e fiquei com medo de me perder! Ele é mau, hyung! — Jungkook fazia um bom trabalho em acalmar o outro enquanto passava as mãos por suas costas. Yoongi era tão delicado mas tinha uma boca tão solta... era uma pena. Jungkook sabia que o Kim poderia ser bem pior.

— Olhe, vá lavar o rosto e me encontre no jardim, sim?

Jungkook sorriu ao que ganhou a confirmação do outro e se levantou, deixando-o sozinho no quarto.
Devagar, ainda sensível, Yoongi foi para o banheiro e não olhou no espelho para ver o estado deplorável que deveria estar, lavou o rosto e saiu.
No Jardim, Jungkook o esperava sorridente, arrancando automaticamente um sorriso do outro também.

— Qual delas você acha mais bonita?

Jungkook trouxe o outro para mais perto, apontando para um canteiro cheio de flores. Eram muito bonitas e Yoongi escolheu uma margarida.
O jardineiro abaixou-se e cortou a flor, entregando-a para Yoongi em um gesto carinhoso.

— Não quero que chore de novo, não gostei.

Jungkook acariciou as pétalas da flor, não sabendo para onde olhar. Sabia que a atenção de Yoongi estava toda em si naquele momento e isso o deixava nervoso.
O menino sorriu, abraçando a flor carinhosamente.

— Obrigado. Eu adorei ela, vou pôr na água, ok?

Yoongi se afastou e voltou para dentro da casa, sua mente já mais tranquila por ter posto tudo para fora em seu momento de choro. Onde Kim estaria agora? Será que o homem tinha ficado preocupado consigo? Provavelmente não. O Min encheu um copo de água e colocou seu presente ali, admirando o quão delicada e cheia de detalhes era.

Taehyung não conseguia manter a concentração em mais nada que estivesse acontecendo em sua volta, pois sua cabeça girava em torno do que tinha feito. Estava admitindo que fora imprudente com Yoongi, que nem conhecia algo a não ser a casa onde trabalhava. Ele poderia se perder ou ser roubado, não que tivesse muito para dar.
Dando-se por vencido, Taehyung voltou para casa e foi avisado de que Yoongi estava sim em casa, porém em seu quarto.
Dessa vez iria deixar o garoto em paz, por isso subiu direto para o quarto e foi tomar um bom banho gelado. Após se vestir, o Kim caminhou devagar para sua sacada e se debruçou lá, sentindo a brisa leve tocar seu corpo.

— Não quero que chore de novo, não gostei. —  Kim baixou sua cabeça assim que ouviu a voz do jardineiro, e surpreendeu-se ao ver com quem ele falava. Yoongi segurava alguma coisa que ele não pôde ver e disse algo que não pôde ouvir.
Quando seu empregado se virou, Taehyung conseguiu reparar em três coisas:

1. Ele segurava uma flor, provavelmente dada pelo jardineiro;
2. Seu rosto estava vermelho e inchado;
3. Ele estava sorrindo agora.

Taehyung não gostou daquilo.
Sua casa tinha virado um ponto de encontro para empregados agora? E desde quando aquele cara tinha permissão de cortar as suas flores? Desde quando Yoongi e ele poderiam se falar?
Irritado, o homem saiu apressado de seu quarto, pretendendo ir até o quarto de seu empregado para tirar algum tipo de satisfação.
Já das escadas, Taehyung pôde ver Yoongi na pia da cozinha, colocando aquele pedaço de mato dentro de um copo que ele bebia água.

— Que porcaria é essa aí?

O Kim disse alto, fazendo com que o garoto pulasse em susto e atraindo a atenção de alguns outros empregados que trabalhavam em ajeitar a mesa.
Yoongi se virou devagar, segurando firmemente o copo entre suas mãos.

— Nada, senhor. Só uma flor.

Sua voz era baixa e afetada, como se não devesse chegar até Kim diretamente. Yoongi não olhava em seus olhos e aquilo estava lhe dando nos nervos. Por que estava tão irritado?
Em um impulso, Taehyung tomou o copo das mãos de Yoongi e o jogou no chão, não se importando com a força ou com os cacos que saltaram por todo canto. O empregado, assustado e imóvel, agora olhava para seu patrão com os olhos arregalados, não sabendo se era mais assustador o jeito que Kim estava ou o que tinha acabado de fazer.

— Limpa isso e joga essa flor ridícula fora. Suba para meu quarto depois.

Rude, como sempre.
Após o surto, Taehyung deixou a cozinha em passos duros, subindo para seu quarto em seguida, deixando Yoongi e outros funcionários ainda perdidos.

Após o surto, Taehyung deixou a cozinha em passos duros, subindo para seu quarto em seguida, deixando Yoongi e outros funcionários ainda perdidos

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Como prometido, antes das 9 esse capítulo foi postado.
Olá, venho avisar de que voltarei a postar porque estou bem melhor e de férias!

Abraços

(Des) ApegoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora