Olhos Escarlates

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Capítulo 5

A floresta se abria a medida que eles caminhavam, os galhos eram retorcidos e os corvos batiam suas asas para longe, um caminho ia se abrindo revelando uma trilha entre a folhagem morta enquanto os pés do jovem cansado se arrastavam pelo solo, seus braços estavam vermelhos e doíam pela forma que Lucius o prendia com suas mãos pálidas e frias, um silêncio se estabeleceu entre eles e seus olhos escarlates apenas focavam no caminho á sua frente sem olhar para trás, sem encarar o humano frágil que tinham sob seu poder. As brincadeiras haviam cessado e não se sabia se isso era um bom presságio, a cada passo tudo ao redor se tornava mais sombrio, uma escuridão tão densa que poderia ser palpável revelando que ali era a morada das trevas onde não havia esperança, tão escuro que nem a luz divina atravessava deixando claro aos olhos daqueles que ali pisavam que as almas depositadas ali jamais escapariam do aterrorizante lugar onde os gritos de sofrimento podem ser ouvidos, as lamúrias de almas torturadas pelos membros sombrios da família Valero.

Um trovão ecoou ao longe, uma fresta de luz iluminou o caminho revelando à sua frente a temida mansão escarlate, a construção majestosa e ao mesmo tempo aterrorizante, tijolos negros a ergueram sobre as terras amaldiçoadas, possuí torres altas como as de um castelo e ao longe pode-se ver uma iluminação vinda de uma das torres uma sombra revelada pela chama de uma vela, os outros membros estavam à sua espera e encarando o portão de ferro em sua frente com o nome Valero repleto de espinhos pontudos que se enroscam nas barras ele se perguntava o que o aguardava ao adentrar na morada daqueles que não são humanos, algo desconhecido, criaturas com poderes jamais vistos fazendo com que sua sanidade seja abalada duvidando que aquilo que agora o cercava fosse verdade.

Com um rangido estrondoso o portão se abriu, o vento frio soprou fazendo as folhas mortas se espalharem e caminhando ao lado dos três irmãos Adam adentrou na propriedade dos Valero, um jardim enorme repleto de estátuas velhas cobertas por musgo, tingidas pela ação do tempo se misturando com a natureza morta escoltado até a porta principal, feita de madeira escura com um batedor de porta dourado onde havia esculpido um leão, detalhes esperados de uma família como eles. Com um estalo de dedos Edgar fez a porta principal se abrir, a madeira se arrastava no chão revelando uma majestosa mansão.

Cambaleando ele adentrou no que parecia ser a sala principal, as paredes tingidas por vermelho e preto enquanto os tantos sofás de veludo pareciam ter detalhes em ouro, candelabros acesos por todos os lados e um fogo ardente consumindo a madeira na lareira, as paredes repletas de quadros, obras de arte sombrias de seus rostos pálidos e uma grande escadaria no centro com um longo tapete vermelho caindo sobre a madeira escura, cada detalhe era pensado e tornava a assustadora mansão em um palácio digno da família real de Sea onde o ouro estava em todo lugar e apenas a sala principal parecia ter um museu em seu interior.

A porta se fechou atrás deles em um estrondo e mesmo que aquele lugar fosse belo ainda era assustador, estava em um mundo desconhecido e agora aqueles que o rodeavam eram monstros porque mesmo não querendo acreditar os acontecimentos na floresta negra apenas mostraram para ele que o medo, os murmúrios e a adoração não eram em vão pois, independente das criaturas que eles fossem não eram humanos e seus estranhos poderes podiam acabar com tudo que ele conhecia, eram como deuses da destruição que com um estalar de dedos poderiam acabar com o reino de Sea.

— Parece que temos um novo hóspede em nossa mansão. — uma voz rouca ecoou pelo comado e logo mais um membro da família surgiu como uma sombra sentado em um dos sofás de veludo.

Adam voltou seu olhar para o homem de cabelos negros na altura do queixo, sua camiseta estava praticamente aberta e um pouco amarrotada, usava o mesmo casaco vermelho escarlate com o brasão dos Valero e seus olhos brilhantes focavam no jovem como uma presa enquanto passava delicadamente as mãos pálidas sobre os seus lábios vermelhos deixando claro os pensamentos que se passavam em sua mente sombria de forma que ele negou-se a encará-lo por muito tempo.

A Mansão Escarlate (Romance Gay)Where stories live. Discover now